(descrição imagem: Bernardo Fróes, foto de rosto)
O QUE É QUE ELE TEM?
TAXISTA RECUSA CÃO-GUIA
A cantora
Olivia Byington tinha 22 anos, no Réveillon de1981 e aguardava, ansiosamente, o
nascimento do seu primeiro filho. Naquela época, tinha escrito no seu caderno:
“Fiz muitos pensamentos bons para o ano. Desejei profundamente ser calma,
amorosa e segura para o meu filho.” A anotação terminava com um coraçãozinho
desenhado com caneta esferográfica.
Quando
João nasceu, em 19 de março, para essa mãe de primeira viagem só havia dor e
desespero, pois ele não era o bebê perfeito que ela tinha sonhado os 9 meses de
gestação.
O que
Olívia não sabia é que muitas alegrias viriam e, segundo ela, em prestações,
entregues por toda a vida.
Tanto
que, agora, ela lançou o livro “O que é que ele tem”. Esse título, se refere à
pergunta que todos faziam sobre o filho.
Gregório
Duvivier, irmão mais novo de João, escreve na orelha do livro que nas ruas ele
percebeu que o irmão tinha uma deficiência. Até então, a única diferença, para
ele, é que João tomava muitos remédios e passava por cirurgias.
Depois de
ouvir essa pergunta, ele questionou à mãe o que o João tinha. Foi então que ele
aprendeu que o irmão tinha síndrome de Apert, uma doença genérica rara que pode
afetar 1 em cada 200 mil nascidos. Sua principal característica é o fechamento
prematuro dos ossos das mãos, dos pés (podendo levar à fusão dos dedos) e do
crânio, o que pode comprimir o cérebro. Mas cirurgias podem abrir as suturas
para descomprimir.
Hoje em
dia, técnicas mais modernas poupam as crianças de algumas operações.
O mais
importante é que a pessoa com a síndrome receba, regularmente, terapias de
fala, coordenação e musculatura.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, julho de 2016)
TAXISTA RECUSA CÃO-GUIA
Depois de
um período parado, pela correria da vida, estou de volta, no nosso Eficiência
Especial. No jornal Folha de São Paulo do dia 29 de janeiro de 2016, o
colunista Jairo Marques escreve que um taxista recusou levar uma pessoa cega,
pois ela estava com o cão-guia.
Segundo a
reportagem, a passageira e chefe do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo,
Daniela Kovács, de 36 anos, e o seu cão-guia, Basher, foram impedidos de entrar
no veículo. O fato aconteceu dia 27 de janeiro.
O
motorista se recusou a levar o animal, alegando que o cachorro “soltaria pelos
no estofamento”. O que o taxista não sabia (ou não lembrou) é que o acesso
desses animais a meios de locomoção é garantido por lei.
Ela
explicou para ele que o cão recebe cuidados diários de limpeza e é treinado,
mas nada adiantou.
Daniela
ainda disse que selecionou no aplicativo um motorista que declarava “aceitar
animais”, embora não ser necessário isso em caso de cães-guias.
Para a
deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP), que é redatora da Lei Brasileira de
Inclusão, que entrou em vigor em janeiro desse ano, o caso de Daniela pode,
muito bem, ser enquadrado como discriminação à pessoa com deficiência e ser
denunciado aos órgãos competentes.
Concordo
plenamente com a deputada Mara Gabrilli. Ao meu ver, esse caso pode ser
enquadrado, sim, como discriminação à pessoa com deficiência, já que o taxista
se recusou a levar Daniela e seu cão-guia.
Uma cena,
acontecida comigo, também pode se enquadrar como discriminação à pessoa com
deficiência. Perto do La Greppia, na Rua da Bahia, peguei um táxi uma vez. Na
chegada aqui em casa o motorista, um senhor, se recusou a entrar com o táxi na
porta da minha garagem alegando que, se fizesse isso, poderia ser multado.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, junho de 2016)
TODO MUNDO CABE NO MUNDO - O DESFILE
No dia 7
de fevereiro, domingo de carnaval, muitas pessoas levantaram cedo e foram para
o desfile do Bloco Todo Mundo Cabe no Mundo, organizado pelo artista plástico
Marcelo Xavier.
Faltavam
cinco minutos para às 11 horas da manhã (horário marcado para o início do
desfile) e a rua Piauí e demais da região estavam cheias de carros. Foi difícil
arrumar uma vaga.
O Marcelo
Xavier se vestiu de índio e, em determinado momento do desfile pelas ruas do
bairro Funcionários, colocaram na cabeça dele uma caixa de papelão, e nela
estava escrito: Caixa Eletrônica.
Participaram
do bloco pessoas de todo tipo: cadeirantes, com Síndrome de Down, com paralisia
cerebral, crianças, adultos, idosos, gente de todo tipo e com todas as
fantasias que se possa imaginar.
De Fred
Flinstone a Kiko (do seriado Chaves), abelha, máscaras de todo tipo. O arquiteto
João Diniz estava com uma fantasia original. Um guarda-chuva com um pano
colado. Então ele passava e cobria os amigos com esse invento. Estava a maior
diversão.
A bateria
era composta, principalmente, por pessoas com Síndrome de Down (como nos
ensaios), mas tinham, também, outras pessoas tocando vários instrumentos, como
surdo e tamborim.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, fevereiro de 2016)
TODO MUNDO CABE NO MUNDO
Nos dias
26 de janeiro e 2 de fevereiro, houve ensaios do Bloco Todo Mundo Cabe no
Mundo, do escritor Marcelo Xavier. Neles, a banda era formada por pessoas com
Síndrome de Down e outras pessoas.
Marcelo
alugou um estacionamento de um amigo dele e os ensaios foram nesse local.
Além de
pessoas com Síndrome de Down, eu vi, nesses dias que eu fui, cadeirantes, pessoas
com paralisia cerebral, deficientes visuais, num clima ótimo, felizes, cantando
e dançando, ao som de uma bandinha ao vivo.
Marcelo
compôs três marchinhas e uma, “A Bela Adormecida”, foi uma das finalistas do
Concurso de Marchinhas Mestre Jonas desse ano.
A ideia
de se fazer o Bloco Todo Mundo Cabe no Mundo se deu, segundo Marcelo, pelo
sucesso do evento com o mesmo nome, organizado por ele, em 2011. Esse evento
aconteceu na Praça Duque de Caxias, em Santa Tereza. Muitas pessoas levaram
sombrinhas e guarda-chuvas coloridos e abriram, em determinado momento.
Eu também
fui nesse evento e percebi que, onde Marcelo Xavier coloca as mãos, é sucesso
na certa.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, janeiro de 2016)
O SETOR BRAILE DA BIBLIOTECA PÚBLICA
Voluntários
da Biblioteca Pública Luiz de Bessa estão ajudando cegos estudarem e até
passarem no vestibular. Uma dessas voluntárias é a escritora e jornalista
Soraia Vasconcelos.
Ela passa
as tardes de terças e quintas no setor Braile da Biblioteca Pública lendo para
os cegos. Depois de dois anos de ausência, Soraia retomou esse trabalho
voluntário. “Já participei algum tempo, mas tive que parar, em razão de outras
necessidades. Senti falta,. confesso. Agora, com uma reserva na agenda, resolvi
voltar” , conta. Ela, agora, aproveita a experiência para ensinar interpretação
de texto para a auxiliar administrativa Cláudia Regina Fernandes.
Segundo Soraia, não é um trabalho individual,
mas coletivo, pois ela gosta de ler e acredita na importância da leitura na vida
de todas as pessoas. “Uma vez a Cláudia me disse uma coisa que guardei para mim
o maior concorrente da gente é a gente mesmo, a nossa preguiça, o nosso
desânimo. Ela foi um estímulo para mim, para eu abastecer as minhas forças”.
Cláudia
perdeu a visão por causa de um glaucoma congênito e exalta a ajuda da Soraia.
Ela mora em Arcos e conta que faz uso do braile, livros falados, programa de
leitores de tela e outros recursos de informática nos estudos.
Luzia de
Fátima, que também perdeu a visão por causa de um glaucoma, concorda. Ela está
se preparando para fazer Exame Nacional
do Ensino Médio (ENEM) e seu objetivo é completar o antigo segundo grau. Para
atingi-lo, conta com a ajuda das professoras aposentadas Maria Luiza de Melo Porto e Rosália Concenza.
Enquanto
a primeira estudou a vida inteira com educação infantil, a segunda era
professora universitária e dá aulas de biologia, além de ajudar pessoas com
deficiência visual.
Acho que
algumas pessoas deveriam se inspirar no exemplo delas e ajudarem as pessoas com
qualquer tipo de dificuldade.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, janeiro de 2016)
UMA EXPERIÊNCIA ESPECIAL
Fui
convidado para minha primeira palestra. Foi no Colégio Fanciscano Sagrada
Família, no bairro Caiçara. Sílvia Couto, que é professora lá é de Ferros
(cidade da minha mãe) e me conhece desde pequeno. Então, perguntou se eu
poderia ir ao Colégio, falar sobre inclusão. Aceitei o convite na hora.
Chegando
lá, percebi que iria falar para professoras da escola. A Sílvia mostrou alguns
filmes e depois me apresentou a elas.
Falei
que, nas escolas, no primeiro momento, eu sofri preconceito de alunos e,
principalmente, de alguns professores, que não estavam acostumados com um aluno
com algumas limitações.
Comentei
do nosso blog, o Eficiência Especial, dei exemplo do Marcelo Xavier, grande escritor
que, mesmo com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), continua escrevendo livros
para adultos (como A Estranha) e crianças e que estou, agora, trabalhando nos
bastidores do Programa Arrumação, com o FaceArrumado (www.facebook.com/facearrumado).
Levei um
livro para passar entre as professoras, enquanto eu ia falando. Respondi
algumas perguntas delas, que falaram que vão me convidar para falar, agora,
para os alunos.
Foi uma
experiência nova e incrível para mim.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, dezembro de 2015)
MARCELO XAVIER LANÇA "A ESTRANHA"
No
último domingo, dia 18 de outubro, o escritor Marcelo Xavier lançou mais um livro. Esse, voltado para adultos, é o
relacionamento dele,Marcelo,
com a cadeira de rodas. É uma lição de resiliência e de otimismo,diante
das adversidades.
Marcelo,
que já foi personagem de duas colunas minhas, possui uma doença
degenerativa: Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Há seis anos em
uma cadeira de rodas, ele diz que, ao contrário do que muitas pessoas dizem,
a cadeira o libertou.
Intitulado
“A Estranha”, o livro conta desde quando
a cadeira de rodas entrou
na vida do escritor, até os dias atuais. Após
a manhã de autógrafos, com um belo e farto café, houve uma apresentação
do grupo de dança Crepúsculo e a primeira “cadeirada”. O
grupo Crepúsculo tem uma casa com atividades culturais e terapêuticas para
pessoas com limitações aparentes ou não. Fui visitá-lo na semana passada
e voltarei lá, para conhecer melhor o seu trabalho. Me pareceu muito
interessante.
Comandada
pelo anfitrião do evento, Marcelo Xavier, muitos cadeirantes e também
não cadeirantes foram marcando os locais, nos passeios de Belo Horizonte,
que apresentam dificuldades para qualquer pessoa transitar, sendo
deficiente ou não. Falta de rampas,
rampas muito íngremes, buracos no
chão, postes no meio dos passeios...
Quando
viam as dificuldades, paravam, colavam desenhos de caveira (indicando
“perigo”) e trechos de poemas. Em alguns lugares, pintaram setas,
demonstrando os locais perigosos para qualquer cidadão.
O
evento foi um sucesso, uma denúncia bem humorada do descaso com os cidadãos,
portadores de limitações ou não. E também um exemplo para aqueles
que preferem se lamentar ao invés de utilizar todas as armas para usufruir
e realizar tudo aquilo que é possível.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, novembro de 2015)
A DOR FANTASMA
Para as
pessoas que perderam um membro em algum acidente, a ciência descobriu um
método. Uma prótese mecânica, desenvolvida em Linz (na Áustria), com
terminações nervosas, promete acabar com a chamada “dor fantasma”, que é quando
a pessoa perde o membro e, às vezes, sente alguma dor neste membro que já não
existe.
Logicamente uma pessoa amputada
sabe que perdeu um membro. Só que, nem sempre, o cérebro sabe. Grande parte
desses pacientes sente a presença de um “membro fantasma”. Às vezes uma pessoa
que perdeu a perna, como é o caso do promotor de eventos Reynaldo dos Santos,
sente coceira nessa perna imaginária ou até uma dor muito forte. No Brasil,
Reynaldo, que faz adaptação para usar uma prótese comum, conhece muito bem o
incômodo.
“De repente dá uma coceira,
ia lá com a mão, aí minha família falava assim: está coçando? Não, mas eu estou
sentindo coceira”, conta.
Segundo a
médica fisiatra Leila Castro, quando a pessoa precisa de amputar algum membro,
ela perde parte da transmissão nervosa que leva a sensibilidade do cérebro. A
conexão entre este membro e o cérebro continua existindo, só que de uma maneira
desorganizada, porque o cérebro já não consegue localizar o membro, mas parte
da conexão ainda está presente. Ela diz que não são todos os pacientes que têm
a dor fantasma. Mas muitos relatam isso.
A chamada
dor fantasma é uma forte contração do membro imaginado. O cérebro confere os
membros do corpo. Como não teve retorno do membro amputado, manda contrair mais
e mais. É nessa hora que surge a dor.
Para isso
não acontecer mais, a equipe do professor Hubert Egger, da Universidade de
Ciências Aplicadas de Lins, apresentou uma prótese sensível. Ele desviou as terminações nervosas da perna
amputada de um paciente até a superfície da coxa. Sensores sob a pele se
comunicam por sinal com o painel, que fica na altura da panturrilha e com os
sensores colocados na sola do pé mecânico.
O outro pé emite sinais que são comparados na prótese
e ajuda o paciente a interpretar a textura da superfície do chão, no membro
amputado, o que traz grande alegria e melhora do equilíbrio para o paciente.
Além de acabar com a dor fantasma.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, julho de 2015)
O DIREITO DE IR E VIR
Em uma
reportagem de duas páginas, o jornal FolhaTeen do dia 2 de dezembro de 2002
fala sobre adolescentes com deficiências físicas e precisam se adaptar nesse
mundo moderno.
Um dos
entrevistados, o garoto Fernando José da Silva que, na época, tinha 15 anos,
ficou cego com poucos meses de vida. Ainda no berço, sua mãe percebeu que ele
não focava bem os objetos, como fazem as crianças quando começam a ver o mundo.
Ele foi
um dos que teve que se adaptar às dificuldades da cidade grande, pois ia para a
escola, que não era especial para cegos, sozinho, enfrentando todos os
obstáculos possíveis e imagináveis.
Também
para as adolescentes, na época da reportagem, Larissa Leme e Olívia Viotto,
ambas de 13 anos, havia dificuldade de se adaptar ao mundo moderno. Larissa sofreu
um acidente de carro, em meados de 1999. Ela estava de carro com a família e
ficou paraplégica. Já Olívia sofreu um acidente na estrada e isso afetou os
membros inferiores e superiores. Como ainda era bebê quando isso aconteceu,
disse, na época, que se conheceu assim.
Depois de
13 anos que o jornal adolescente da Folha de São Paulo, FolhaTeen, publicou
essa matéria, pouca coisa (ou quase nada) foi feito para melhorar as condições
das ruas nas cidades. Os passeios são irregulares e muitas vezes apresentam
buracos.
Eu, por
exemplo, quando vou andar perto da minha casa, só vou pelo lado direito, pois
no lado esquerdo, o passeio é mais irregular e, por isso, eu tenho medo de me
desequilibrar e cair.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, junho de 2015)
O RESPEITO ÀS VAGAS PARA DEFICIENTES
O químico
e músico Ralf Zieteman, de 65 anos, é aposentado por invalidez e fez uma
crítica, publicada no jornal Folha de São Paulo, do dia 4 de março de 2014.
Ele diz
que, um dia, estava saindo de um shopping na capital paulista e viu um carro do
governo estacionado ao lado do carro dele, em vaga reservada para deficiente.
Rapidamente fotografou o veículo e mandou para a redação do referido jornal.
Houve uma resposta do governo dizendo que foi um erro grave do motorista e que
este seria advertido.
Percebo que
esta prática existe em outras cidades, inclusive aqui em Belo Horizonte. As
pessoas estacionam em vagas reservados para deficientes, sem pensar que, dependendo
da limitação do deficiente, a falta daquela vaga inviabiliza sua chegada até o
local desejado.
Essas
pessoas deveriam se despir do comodismo, do egoísmo e se disporem a respeitar
as leis, mesmo que, para isto, precisem caminhar um pouco mais e procurar uma
vaga mais distante.
Ralf Zietemann disse que a
Prefeitura de São Paulo está preparando um site para dar continuidade ao censo
da população com deficiência. A estimativa é que vivam, na capital paulista,
cerca de 2,7 milhões nessa condição, sendo a maioria usuária do transporte
público. Este censo é interessante, porque permite avaliar o tamanho das
adequações necessárias para serem oferecidas aos deficientes, permitindo uma
maior integração, possibilitando uma vida plena.
Existem leis (uma delas de
2008) que proíbem pessoas de estacionarem em vagas destinadas a deficientes.
Caso isso aconteça, elas são multadas. É necessário que sejam denunciadas, para
que as leis sejam respeitadas.
Hoje em dia, além de ônibus, alguns
cinemas, instituições públicas, como bancos, também estão também reservando cadeiras
para deficientes. Este movimento demonstra a expansão da conscientização da
sociedade, no sentido de que estão entendendo que todos são iguais e têm
direitos iguais, apesar de apresentarem algumas diferenças. E que a inclusão é
dever de todos.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, maio de 2015)
ANA E A AMIOTROFIA MUSCULAR ESPINHAL
Ana Clara Bistratini Moniz
tem 15 anos e uma história de superação.
Ela tem Amiotrofia Muscular
Espinhal (AME). Segundo Ana
Clara, "Eu era um bebê quando minha mãe começou a reparar que eu era muito
molinha. Enquanto alguns de meus amigos já estavam andando, eu ainda não
conseguia me sustentar sentada". Ao completar um ano, ela foi submetida a
vários exames e um deles constatou a AME do tipo 2, que se manifesta dos seis
meses aos dois anos de idade.
Essa doença afeta uma entre
100.000 pessoas, é degenerativa e provoca a perda precoce dos neurônios motores
da medula espinhal, além de atrofiar os músculos e tirar a força de
sustentação.
Ao nascer, o prognóstico de
sobrevida era de dois anos. Hoje ela comemora já ter completado seus 15 anos.
Ana Clara cresceu sabendo que era diferente. Atualmente a adolescente faz
acompanhamento na AACD e fisioterapia várias vezes por semana.
Segundo ela, não é bom ser
diferente, mas ela teve que aprender a lidar com isso. Kaká (como é conhecida)
se locomove com a ajuda de uma cadeira de rodas. É muito querida pelos seus
colegas, gosta de dançar e diz se sente muito feliz com pequenas conquistas.
Por exemplo, conseguiu se servir de água, na escola, sem ajuda e achou isto uma
felicidade.
Em janeiro, quando completou
15 anos, dançou valsa com o pai. Em depoimento, seus pais disseram que hoje são
pessoas muito melhores do que antes do nascimento da Ana Clara, porque ela os
ensina, o tempo todo, o que é a felicidade. Eles aprenderam a valorizar coisas
que não percebiam antes.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, abril de 2015)
UM JEITO DE VER A VIDA E DE GUIAR PESSOAS
Esse mês,
na minha coluna, vou falar de uma monitora, que é deficiente visual. Camila
Araújo Alves, de 24 anos, é monitora no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB),
no Rio de Janeiro.
De acordo com a reportagem
do jornal O GLOBO, de 15 de março de 2015, Camila é mineira, nascida em Ponte Nova (cidade de 60 mil
habitantes, perto de Ouro Preto). Ela nasceu com retinose pigmentar, uma doença
degenerativa da retina. Foi perdendo a visão aos poucos e aos 11 anos, o
processo acelerou: o perímetro da sua visão diminuiu. Segundo ela, “era como
tentar ver por um tubo”. Aos 15, já estava completamente cega.
Como
as amigas que a ajudavam já estavam deixando a cidade, pois eram aprovadas no
vestibular, Camila tinha dois caminhos a seguir: continuar em Pouso Alegre, sob
os cuidados da família ou fazer vestibular em instituições que ficassem perto
de centros de referência para deficientes visuais. Optou pelo segundo caminho.
Aos
18 anos, escolheu o curso de Psicologia na Universidade Federal Fluminense
(UFF), em Niterói. Já a reabilitação ocorreu no Instituto Benjamin Constant, na
Urca.
Agora, Camila já se formou,
está fazendo mestrado e atende em um consultório. Na universidade, entrou em
contato com Virgínia Kastrup, psicóloga da UFRJ que pesquisa deficiência
visual. Em 2010, Virgínia a indicou para ser monitora de uma exposição de Helio
Oiticica na Casa França-Brasil.
Foi muito louvável a decisão da Camila de ir à luta e a indicação
dela como guia de exposições no CCBB. Quem poderia imaginar que uma deficiente
visual fosse guia de alguma exposição?
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, março de 2015)
UNIVERSIDADES E INCLUSÃO
A UNICAMP
tem um projeto que visa a Inclusão escolar para crianças surdas e crianças socialmente desprivilegiadas.
Ela aproximou esses dois grupos, pois entendeu que o
desafio de ensinar português para crianças surdas não é uma questão isolada.
A universidade se insere num contexto bastante amplo,
formado pelos grupos chamados de "linguisticamente minoritários", que
são índios, negros, filhos de imigrantes, crianças faveladas etc., com suas
línguas, culturas e identidades próprias.
Os professores da universidade partiram do pressuposto
de que língua, identidade e cultura são elementos correlacionados, pois os
sujeitos se constituem pela língua, e os sentidos do que se diz só encontram
significação dentro do grupo social a que se pertence.
Debatendo com pessoas surdas, os professores da
UNICAMP afirmaram que, nos congressos ou encontros de (ou com) surdos, um dos
temas mais frequentes é a discussão sobre o que, para eles, seria uma escola
inclusiva.
Para isso, eles tentaram formular seus anseios da
seguinte forma: como pensar uma escola que parta do reconhecimento daquelas
singularidades linguísticas e culturais, ao invés de apenas se propor a
incluí-los em uma linguagem cuja sonoridade se perde no labirinto de seus
ouvidos.
Essa concordância se desestabiliza quando
pesquisadores surdos chamam atenção para o fato que existe LIBRAS, para eles se
comunicarem.
Ou seja,
outras universidades também estão preocupadas com a inclusão.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, fevereiro de 2015)
DIA INTERNACIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Outros estados estão, também, preocupados com os
deficientes, não só Minas, com o nosso Eficiência Especial.
Na Cidade Maravilhosa, a Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ), para comemorar o Dia Internacional da Pessoa com
Deficiência, no dia3 de dezembro, promoveu debate em duas unidades da
instituição.
Em uma unidade, aconteceu, no dia 2 de dezembro, o 1º
Fórum de Tecnologia Assistiva da UFRJ. Com o tema “Problemas e desafios para a
educação”, o debate levou professores da universidade e outros palestrantes
para falar sobre questões como acessibilidade, educação inclusiva e liberdade
para o deficiente.
No dia 3 de dezembro, um espaço chamado Casa da
Ciência promoveu uma mesa redonda sobre esse tema e, no dia 6, houve uma
oficina para educadores.
Segundo o site da instituição, o objetivo foi promover
um encontro com profissionais para debater questões que revelam os avanços na
legislação, em contraste com a aplicação desses direitos legais em nosso dia a
dia.
Além da mesa redonda e da
oficina dos educadores, a Casa da Ciência também apresentou a exposição
“Cidade Acessível”, em parceria com uma agência que é especializada em eventos
voltados à área de cultura e entretenimento, a Folguedo.
Essa exposição também existe
pela Internet. Acessando o site http://www.exposicaocidadeacessivel.com.br/
você pode transitar pelos vários lugares da exposição.
O melhor: tem para qualquer
um. Tem vídeos com legenda, explicando o que é aquele lugar, para os
deficientes auditivos, além de o site ser muito bem ilustrado, com ótimas
fotos. Vale a pena acessar.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, janeiro de 2015)
DEFICIÊNCIA VISUAL
Vamos
falar, agora, da deficiência visual (mais conhecida como cegueira). É a falta
da percepção visual, devido a fatores fisiológicos ou neurológicos. Cegueira total quer dizer falta de percepção
visual e é registrado como NLP (abreviação de “no light perception”, que em
português, significa sem percepção de luz).
Em 1972, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a
cegueira como visão menor que 20/500 no melhor olho de uma pessoa ou o campo
visual sendo inferior a 10 graus. Hoje
em dia, há uma discussão para verificar se ela deve ser alterada.
Renata Quintão é deficiente visual. Segundo ela, Belo Horizonte ainda não está preparada para lidar com os deficientes visuais. “Há muita coisa para ser feita, apesar do esforço de pessoas de boa vontade. Faço parte de um grupo chamado MODEVIBH. Estamos tentando melhorar a vida do cego em BH. (...) Vamos testar um aplicativo que ajudará a pessoa cega a parar o ônibus sem o auxílio de terceiros. Instalado no celular o aplicativo informará ao usuário quando (horário real) o ônibus desejado passará no ponto onde ele pretende pegá-lo. A pessoa cega poderá avisar ao motorista que ela está naquele ponto e que ele deverá parar ali para que ela embarque. Este aplicativo será usado por todas as pessoas, como reza o modelo universal. Mas só os deficientes cadastrados poderão enviar mensagens para o motorista”.
Ela lembra que, na Avenida Paraná, a pessoa cega não sabe quando está no passeio ou na rua. “Sempre usamos a diferença de altura entre a calçada e a rua, bem como as canaletas para a água de chuva para nos orientarmos. Tiraram esta referência sem colocarem nada bom no lugar”, afirma Renata.
Renata Quintão é deficiente visual. Segundo ela, Belo Horizonte ainda não está preparada para lidar com os deficientes visuais. “Há muita coisa para ser feita, apesar do esforço de pessoas de boa vontade. Faço parte de um grupo chamado MODEVIBH. Estamos tentando melhorar a vida do cego em BH. (...) Vamos testar um aplicativo que ajudará a pessoa cega a parar o ônibus sem o auxílio de terceiros. Instalado no celular o aplicativo informará ao usuário quando (horário real) o ônibus desejado passará no ponto onde ele pretende pegá-lo. A pessoa cega poderá avisar ao motorista que ela está naquele ponto e que ele deverá parar ali para que ela embarque. Este aplicativo será usado por todas as pessoas, como reza o modelo universal. Mas só os deficientes cadastrados poderão enviar mensagens para o motorista”.
Ela lembra que, na Avenida Paraná, a pessoa cega não sabe quando está no passeio ou na rua. “Sempre usamos a diferença de altura entre a calçada e a rua, bem como as canaletas para a água de chuva para nos orientarmos. Tiraram esta referência sem colocarem nada bom no lugar”, afirma Renata.
Perguntada se já sofreu preconceito, Renata diz que
sim, e acrescenta: “Sofri preconceito por parte de outras pessoas cegas... Acho
que é normal, embora não seja desejado. Infelizmente evoluímos pouco
espiritualmente falando. Também tenho meus preconceitos e luto bravamente
contra eles”.
Ela acha
que o cão-guia ajuda as pessoas que se dizem “normais” a se comunicarem com os
cegos. Com a bengala, essas pessoas isolam os deficientes visuais, mas com o
cachorro, a aproximação fica mais fácil.
Devemos,
então, ser solidários com os deficientes visuais e não pegá-los pela bengala ou
levantá-los pelo braço, como diz o humorista Geraldo Magela.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, dezembro de 2014)
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
A deficiência auditiva,
também conhecida como hipoacusia ou surdez, acontece quando uma pessoa perde
parte ou toda a audição.
As principais causas da deficiência auditiva são:
hereditariedade, viroses maternas (rubéola, sarampo), doenças tóxicas da
gestante (sífilis, citomegalovírus, toxoplasmose) ou ingestão de medicamentos que
lesam o nervo auditivo durante a gravidez.
Qualquer lesão ocorrida em alguma
parte do ouvido pode levar a uma deficiência na audição.
As
pessoas, muitas vezes, confundem surdez com deficiência auditiva. Porém, estas
duas noções não devem ser encaradas como sinônimos.
A surdez é quando se nasce surdo, ou seja, não se tem a capacidade de ouvir nenhum som. Por causa disso, surge uma série de dificuldades na aprendizagem da linguagem, bem como no desenvolvimento da comunicação.
Já a deficiência auditiva é quando se nasce com uma audição perfeita e que, devido a lesões ou doenças, a perde. Nesse caso, a pessoa já aprendeu a se comunicar oralmente. No entanto, ao adquirir esta deficiência, vai ter de aprender a comunicar de outra forma, como, por exemplo, os aparelhos auditivos ou uma cirurgia (dependendo do grau da deficiência auditiva), para diminuir ou corrigir o problema.
A surdez é quando se nasce surdo, ou seja, não se tem a capacidade de ouvir nenhum som. Por causa disso, surge uma série de dificuldades na aprendizagem da linguagem, bem como no desenvolvimento da comunicação.
Já a deficiência auditiva é quando se nasce com uma audição perfeita e que, devido a lesões ou doenças, a perde. Nesse caso, a pessoa já aprendeu a se comunicar oralmente. No entanto, ao adquirir esta deficiência, vai ter de aprender a comunicar de outra forma, como, por exemplo, os aparelhos auditivos ou uma cirurgia (dependendo do grau da deficiência auditiva), para diminuir ou corrigir o problema.
Temos
três graus de deficiência auditiva: moderada, severa e profunda. A moderada é a
incapacidade de ouvir sons com intensidade menor que 50 decibéis e é compensada
com a ajuda de aparelhos e acompanhamento terapêutico. A severa, a pessoa não
consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibéis, em média. Já a profunda, a pessoa
não consegue escutar sons com intensidade menor que 91 decibéis. Para isso, aparelhos
e órteses ajudam parcialmente, mas o aprendizado de Libras e da leitura labial
e facial, sempre que possível, é recomendada.
Perdas auditivas acima desses níveis são consideradas
casos de surdez total. Quanto mais agudo o grau de deficiência auditiva, maior
a dificuldade de aquisição da língua oral. É importante lembrar que a perda da
audição deve ser diagnosticada por um médico especialista ou por um
fonoaudiólogo.
Antigamente, achava-se que a
surdez era acompanhada por algum déficit de inteligência. Entretanto, com a
inclusão dos surdos nas escolas, compreendeu que a maioria deles não tinha a
possibilidade de desenvolver a inteligência em virtude da dificuldade de comunicação
entre surdos e ouvintes. Mas, com o desenvolvimento das diversas línguas de
sinais e o ensino das línguas orais, além de muitos aparelhos existentes hoje
em dia, permitiram aos surdos os meios de desenvolvimento de sua inteligência.
Hoje em dia, a educação inclusiva
é uma realidade em muitos países. Fato ressaltado na Declaração de Salamanca
que culminou com uma nova tendência educacional e social.
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UMA CONQUISTA ESPECIAL
No próximo dia 3 de novembro, na Academia Mineira de Letras,
irei realizar um sonho que estava guardado há dezesseis anos. Vou lançar o
livro MARCOS NORONHA, DO CHÃO AOS SONHOS, que conta a história do meu tio,
Marcos Noronha.
Esse projeto começou, se não me engano, em julho de 1998,
ano da morte do tio Marcos. A minha decisão de começar esse livro se deu porque
eu queria mostrar quem era Marcos Noronha e o legado que ele deixou, como
padre, Bispo e leigo.
Vocês devem estar se perguntando: pode um Bispo casar?
Quando ele se casou com minha tia, Zélia Froes (irmã da minha mãe), ele já
tinha deixado a vida sacerdotal havia cinco anos.
Em 2010 entrou no ar o site http://www.marcosnoronha.com.br, que
faz um resumo da vida de Marcos Noronha, desde a infância, em Areado, o
seminário, aqui em BH, os cinco anos de Bispo, em Itabira, a vida dele como
leigo e as homenagens que as pessoas fizeram sobre ele, desde a sua morte.
No dia 10 de outubro do ano passado, o coração falou mais
alto e reuni, na minha casa, o escritor Olavo Romano e meu tio, professor e
escritor César Fróes, que fizeram, respectivamente, o prefácio e o posfácio,
para falarmos sobre o livro.
Depois disso, retomei as entrevistas e, com ajuda de pessoas
que, mesmo não tendo conhecido o tio Marcos pessoalmente, embarcaram nesse
sonho comigo, o livro já está na gráfica.
Essas entrevistas foram organizadas em um livro de 208
páginas, com arte final, contendo belas fotos, do fotógrafo Sylvio Coutinho e
sua equipe da PRODIGITAL.
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O FESTEJO DO TAMBOR MINEIRO
Vou
compartilhar com vocês, leitores do Eficiência Especial, um evento inclusivo,
que acontece uma vez por ano, na Rua Ituiutaba, no Prado. É o Festejo do Tambor
Mineiro.
Tem um
público muito grande, vou lá com muita frequência e nunca presenciei nenhuma briga.
Feito no meio da rua, o Festejo reúne todos os tipos de público. Lá, a gente
tem a oportunidade de ver cadeirantes, idosos, bebês, crianças, jovens e
adultos.
Idealizado
pelo músico, cantor, ator e congadeiro Maurício Tizumba, o evento tem como
objetivo celebrar e difundir a
cultura afro-mineira, sobretudo a reinadeira/congadeira. Os cortejos celebram a
cultura africana, valorizando o resgate da identidade cultural dos negros. O
tradicional encontro nas ruas do Prado reúne guardas de congado, artistas e
grupos percussivos, além de muitos shows.
A ideia
do Festejo surgiu para comemorar a formatura da primeira turma de alunos de
tambor do músico Maurício Tizumba. As apresentações finais eram feitas na rua,
para que os alunos pudessem receber os parentes e amigos.
Tizumba conseguiu formar várias turmas e,
na apresentação final, o galpão do Tambor Mineiro ficou pequeno para o
espetáculo. Assim, em 2003 surgiu o primeiro Festejo do Tambor Mineiro, já realizado na rua, em frente ao galpão.
A atração
espalha alegria pelas ruas e envolve a plateia que já chegou a reunir mais de
10 mil pessoas.
Os grupos
chegam de diferentes bairros de Belo Horizonte, da Região Metropolitana e do
interior de Minas Gerais e mantém a tradição africana, que é repassada por
gerações.
Não percam, no ano que vem,
o Festejo do Tambor Mineiro, no terceiro domingo de agosto. Anotem no
calendário.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, setembro de 2014)
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TETRAPLÉGICOS
Como a minha coluna do mês passado
foi sobre cadeirantes, esse mês será sobre os tetraplégicos, que se tornam
cadeirantes por não possuírem movimento dos músculos abaixo do pescoço.
A tetraplegia (que é conhecida, também, como quadriplegia) é uma paralisia que afeta os braços e as pernas do
indivíduo e pode ser adquirida das seguintes formas: hemorragias ou isquemias
cerebrais, trauma cerebral ou na medula espinhal alta, miopatias avançadas, infecções
graves ou lesões difusas dos nervos periféricos.
O músico Dôdi Jericó teve uma queda de um
muro, aos 27 anos, que levou a uma lesão completa da medula espinhal, na região
cervical. Logo após o acidente, ele percebeu que não mexia mais nada, abaixo do
pescoço. Para ele, não há preconceito em relação aos tetraplégicos, mas há
desrespeito, por falta de informação. “Desde uma pessoa que estaciona na sua
frente e não tem esse direito, até quando abre o elevador de um shopping, tem
um monte de gente e elas passam na sua frente, (...) balada, que as pessoas
passam e não têm noção que podem machucar seu pé”.
Desde pequeno ele teve contato com a
música e, por isso, acabou por amá-la e não viver sem ela. Segundo ele, aos
oito ou nove anos, começou a estudar violão e não parou mais. Ele canta, compõe
e aprecia a música o tempo todo.
O músico falou das limitações que tem e
que são muitas. Desde andar de patins, jogar bola, escovar os dentes, ter
higienie própria. “Eu sou só um corpo que sou ajudado por cuidadores, meus
pais, e que, sozinho, (...) duraria muito pouco tempo. As limitações são todas
que você pode imaginar”, diz.
Perguntado que conselhos ele daria para as
pessoas que não consideram os deficientes como pessoas normais, ele respondeu
que não daria conselho, porque cada um tem sua história e seu momento de vida,
mas sorte daqueles que percebem que existe um mundo com deficiências e que este
mundo também tem valor. Acrescentou que leis existem para proteger os direitos
dos deficientes e que elas precisam ser conhecidas e respeitadas.
Dôdi Jericó disse que as cotas para
inclusão dos deficientes trabalham com pessoas tetraplégicas e informou que a
Mara Gabrilli (deputada federal, tetraplégica, que tem uma história de luta
para inclusão do deficiente) é uma pessoa sensível e que ele envia sugestões
para que ela defenda, no Congresso. O site dela é: www.maragabrilli.com.br
Ele disse que não tem restrição ao termo
“deficiente”, porque as pessoas podem ser deficientes sobre um aspecto e
eficientes sobre outro. Acha que “as pessoas se machucam, ficam tristes e se
setem incomodadas, se quiserem. Se, na verdade, você fechar os olhos para
coisas importantes, a vida acaba por se tornar bem mais fácil”.
Equipamentos modernos já permitem certa
independência aos paraplégicos, como as cadeiras de roda elétricas, os
computadores que funcionam por comando de movimento ocular ou de voz, os carros
adaptados. No entanto, temos assistido pessoas em cadeiras elétricas passado
pela calçada devido à obstrução dos passeios por mesas de bares, sem que as
pessoas se sintam responsáveis por permitir o acesso seguro ao cadeirante
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, agosto de 2014)
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CADEIRANTES
Esse mundo acontece de tudo mesmo. Mario Ferri fingiu
ser cadeirante e invadiu a Arena Fonte Nova, no dia 2 de julho, no jogo de
Bélgica X Estados Unidos. Segundo a reportagem, exibida no Jornal Hoje, ele
tinha entrado no estádio em uma cadeira de rodas e, durante o jogo, levantou-se
e invadiu o gramado.
A Interpol e a polícia italiana confirmaram que ele já invadiu outros
eventos esportivos na Itália e na Inglaterra e, por isso, está proibido de
frequentar estádios. O falso cadeirante ainda responde a processos por
desacato, perturbação da ordem pública e dano ao patrimônio. Segundo o chefe da
Interpol no Brasil, Ferri foi detido, mas pagou fiança e foi liberado. Se ele
não cumprir a ordem da polícia, será deportado.
Já pensou
se essa moda pega? Quantas pessoas vão fingir deficiência para entrarem em
estádios, teatros, shoppings, pagar contas em banco, etc.?
Cadeirante
é aquele indivíduo que se locomove com cadeira de rodas. Essa pessoa pode ter
tido algum acidente ou pode ter nascido já com alguma doença que se torna
impossível à locomoção sem a cadeira de rodas.
Alessandro
Fernandes tem 40 anos e, desde 2006, é cadeirante, devido a um acidente de moto
em que quebrou a coluna e sofreu uma
lesão medular, perdendo os movimentos e sensibilidade do peito para baixo.
Ele
inventou o blog http://www.blogdocadeirante.com.br para compartilhar com outras pessoas na mesma situação as novidades, os
desafios e as conquistas dele, sob uma cadeira de rodas.
Segundo
ele, já sofreu preconceito algumas vezes e procura contornar a situação
demonstrando que ele não é diferente de ninguém e suas limitações são apenas de
locomoção.
Ele sugere aos governantes iniciativas
para educar a população sobre a importância da acessibilidade para todos e da
inclusão social, principalmente na educação básica, que é onde os princípios
são formados. Também incentivos para empresas e moradores adaptarem suas
calçadas para deficientes em forma de descontos em impostos seria uma
alternativa interessante.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, julho de 2014)
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PARALISIA CEREBRAL
A
paralisia cerebral (também conhecida como encefalopatia crônica não
progressiva) é uma lesão de uma ou mais partes do cérebro e pode ocorrer
durante a gestação, no parto ou após o nascimento.
Em alguns casos, há contrações involuntárias dos músculos, as quais podem
avançar, ser amenizados ou estacionarem ao longo do tempo.
É importante ressaltar que grande parte das pessoas que possuem paralisia
cerebral não tem nenhum retardo mental. Hoje em dia, sabe-se que esse grupo tem
um desenvolvimento intelectual dentro dos parâmetros da normalidade, a menos
que os campos cerebrais atingidos sejam aqueles aos quais se atribuem as
funções do pensamento e da memória.
De acordo com a região afetada, a paralisia cerebral pode provocar
epilepsia, problemas na visão, comprometimento do comportamento, da linguagem, distúrbios
ortopédicos ou deficiência mental. O tratamento varia conforme os sintomas
apresentados.
O problema é que, às vezes, a região cerebral afetada é aquela responsável
pelos olhos, ouvidos e garganta, o que impede que os conhecimentos emitidos
sejam devidamente processados ou expressos. Assim, nestes casos, as pessoas
portadoras destas necessidades especiais são equivocadamente consideradas como
deficientes mentais.
A avaliação e as terapias para obter bons resultados, às vezes, são realizadas
por neurologistas infantis, como o Professor Antônio Branco Lefévre,
considerado o pai dessa disciplina no Brasil, que faleceu em 1981. Fono, psico
e fisioterapeutas, normalmente, fazem parte do tratamento de pacientes com
paralisia cerebral.
Muita gente, inclusive eu mesmo, considera que a expressão “paralisia
cerebral” não é a mais apropriada para a compreensão deste distúrbio, pois
muitas vezes essa expressão foi sinônimo de “invalidez”, ou seja, condição que
impossibilita a pessoa de trabalhar ou de exercer a sua profissão. Mesmo assim,
na falta de uma terminologia melhor, ela vem sendo utilizada amplamente por
médicos e pacientes.
Como
nasci com paralisia cerebral, tive que, da minha forma, driblar o preconceito e,
com o meu jeito alegre e comunicativo, cativar as pessoas. A minha força de
vontade e entusiasmo pela vida tem me possibilitado muitas conquistas. Com
isso, mostrei que ter esse distúrbio e vontade de viver e lutar faz a vida ser
cada vez melhor.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, junho de 2014)
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DISLEXIA
Identificado pela primeira vez,
em 1881, por Oswald Berkhan, o termo "dislexia" só foi usado em 1887,
pelo oftalmologista alemão Rudolf Berlin. Ele utilizou essa palavra, cujo
significado é "dificuldade com palavras" para diagnosticar o
transtorno de um jovem que não conseguia aprender a ler
e escrever direito, mas apresentava habilidades intelectuais normais em todos
os outros aspectos.
As pessoas com dislexia se parecem com as outras, mas possuem
uma dificuldade na leitura, escrita e soletração das palavras, que pode ou não
ser acompanhada de outras dificuldades, como na distinção de esquerda e
direita, percepção de dimensões, ou seja, distâncias, espaços, tamanhos e
valores, em realizar operações aritméticas (que chamamos de discalculia) e,
também, no funcionamento da memória a curto prazo.
Normalmente esse distúrbio é identificado nas salas de aula
durante a alfabetização e sua causa é uma alteração cromossômica hereditária.
Isso provoca uma defasagem inicial no aprendizado.
Segundo
o site http://www.dislexia.com.br, o
entendimento do que é a
dislexia tem evoluído muito, resultante do trabalho de mentes brilhantes, que
têm se empenhado em muitos estudos. Recentemente foi descoberto que dislexia
tem base neurológica e que existe uma incidência expressiva de fator genético
em suas causas, transmitido por um gene de uma pequena ramificação do cromossomo
6 que, por ser dominante, torna essa diferença altamente hereditária, o que
justifica que se repita nas mesmas famílias;
Embora
existam disléxicos ganhadores de medalha olímpica em esportes, a maioria deles
apresenta imaturidade psicomotora ou conflito em sua dominância e colaboração
hemisférica cerebral direita-esquerda.
A síndrome disléxica deve ser compreendida sob a ótica de muitos
conhecimentos, como o da neuropsicologia. Porque nela há um funcionamento
cerebral diferente no hemisfério esquerdo, na área da linguagem. Como ela é uma
dificuldade contínua, necessita, também, de acompanhamento psicopedagógico e
desenvolvimento de estratégias educacionais nos ambientes familiar, escolar e
social, para favorecerem sua adaptação nesses contextos. Na prática o
tratamento é prolongado, muitas vezes estressante, causando desconforto
emocional cada vez que o disléxico se depara com uma situação nova que envolva
atividades de leitura e escrita, como mudança de escola, de professor, de
curso, atividades sociais e mesmo nos relacionamentos interpessoais. Devem-se
tratar enfaticamente aspectos psicológicos para que os demais tratamentos
possam ser bem sucedidos.
Segundo a fonoaudióloga Ana Maria do Carmo Oliveira, muitas
crianças que apresentam o problema sofrem com o preconceito pois,
frequentemente, são taxadas de "burras, ignorantes, preguiçosas" e
isso não é verdade. “Como é um diagnóstico mais difícil as pessoas realmente
são rotuladas: “Ela tem preguiça de estudar, ela não gosta de estudar, ela não
aprende porque não quer”. É um grande desestímulo e muitas pessoas
acabam abandonando a escola, porque realmente não conseguem, então a gente vai
ter crianças na quarta, quinta série, sem saber ler e escrever” afirmou.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, maio de 2014)
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COLOSTOMIA
Colostomia é a exteriorização do
intestino, ou seja, do cólon através do abdômen, para eliminar fezes ou gases.
Essa cirurgia pode ser feita em diferentes partes do intestino, mas, quanto
mais alta, mais difícil será a absorção e a digestão de água e nutrientes.
Estoma é o nome dado a esta abertura do intestino, na parede abdominal.
A Revista Brasileira de Cancerologia fez um estudo, em
2002, que mostrou que algumas pessoas, no início, ficam apreensivas com a
condição de andar com uma bolsa coletora e como vão se adaptar a ela. Já
outras, se adaptam com mais facilidade. Segundo a publicação, o incômodo físico
interfere no relacionamento interpessoal, pois alguns colostomizados adotam uma
postura de distanciamento e isolamento social. É uma reação ambígua, de
sentimentos positivos, ligados à preservação da vida, mas carregados de
conflitos e contradições, ligados à sensação de mutilação.
Um ânus artificial na parede abdominal e a perda da
habilidade em controlar a eliminação das fezes, leva a pessoa colostomizada ter
uma alteração na imagem corporal, gerando conflitos para os planos afetivos,
intelectual e social.
Algumas alterações na rotina de vida destas pessoas
precisam ocorrer, para se adaptarem à colostomia. Os hábitos alimentares devem
mudar, sendo indicados, para essas pessoas, os vegetais, principalmente a
abóbora, pois ela se tornou uma moduladora do número de evacuações. Elas devem
evitar alimentos com cheiro forte, como cebola, alho
cru, ovos cozidos, repolho, frutos do mar etc. Outros, como a cenoura, chuchu,
espinafre, maizena, etc., neutralizam odores fortes.
Além dos cuidados com
alimentação, algumas outras alterações nos hábitos de vida devem ocorrer, como:
evitar carregar peso excessivo, evitar esportes que exijam muito esforço,
cuidar da bolsa de colostomia, diariamente, para que esteja sempre limpa, usar roupas
mais soltas e confortáveis para que, quando abaixadas, não cause danos à bolsa
ou ao próprio estoma.
No entanto, os colostomizados não
devem se privar do convívio social, de levar uma vida o mais próximo do normal.
Podem ir à praia, ao shopping, ao cinema, teatro, jantar fora, frequentar
festas, etc.
A irrigação (tipo de
higienização, que consiste em esvaziar o intestino e que permite ficar sem
eliminar fezes por até 12 horas) é uma grande aliada destas pessoas. Permite
que tenham mais segurança quanto a não eliminar odores intestinais, durante o
tempo em que estão em uma festa ou qualquer outra situação de contato social.
No entanto, a presença de locais
apropriados nos banheiros públicos, para que a higienização seja feita, ainda
não é uma realidade no Brasil, limitando o tempo em que as pessoas que possuem
colostomia podem estar fora de casa.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, abril de 2014)
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O GIGANTISMO
Como
minha coluna do mês passado foi sobre o nanismo, essa é sobre o gigantismo. Uma
enfermidade hormonal causada pelo excesso do hormônio do crescimento durante a
fase adulta.
Apesar de
gigantismo ser menos comum, essas pessoas têm dificuldades na hora de comprar
roupas, sapatos, de assentar em aviões, carros e coletivos, os pés ficam para fora das camas e, por isso, também são alvos de
preconceitos.
Os pais,
normalmente, se preocupam em procurar ajuda médica quando os filhos apresentam
déficit de crescimento, mas se esquecem de que a aceleração do mesmo também
pode refletir uma doença.
Em uma
reportagem, exibida pela Record, no dia 25 de março do ano passado, o
neuroendocrinologista Evandro de Souza Portes falou que os pais têm que prestar
atenção no desenvolvimento físico do filho, pois um crescimento exagerado pode
refletir o excesso da produção do hormônio do crescimento.
Nessa mesma reportagem, aparecem os adolescentes Karen Costa Fonseca, que
tem 15 anos e já mede 1,80 m e Natanael, de 17 anos e que mede 2,08 m. Ele
tomou uma vacina e parou de crescer.
Tanto a Karen quanto o Natanael têm dificuldade para comprar roupas,
sapatos e dormem com os pés para fora da cama.
Essa é
uma doença rara, que afeta a glândula hipófise, responsável pela produção do GH
(hormônio do crescimento). É um tumor benigno na glândula.
As
pessoas que têm essa enfermidade podem atingir a altura de 2,30 m a 2,72 m.
Entre os sintomas mais comuns, estão as dores de cabeça, o atraso da puberdade.
O gigantismo também pode causar cegueira, aumento de órgãos, como pulmão,
fígado e coração, este último levando a uma insuficiência cardíaca. Além disso,
as pessoas com esse distúrbio podem desenvolver doenças como o diabetes, pois
há um desequilíbrio na produção de insulina.
De acordo
com o site http://pt.wikipedia.org/wiki/Gigantismo,
o tratamento consiste em reduzir a produção do hormônio do crescimento, através
de uso de medicamento ou cirurgia
.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, março de 2014)
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O NANISMO
O termo NANISMO se refere a seres que atingem uma estatura inferior a 20% do tamanho de todos da sua espécie. As pessoas desse tamanho são popularmente conhecidas como anãs. Em geral, os homens com nanismo medem menos que 1,45 m e o tamanho das mulheres é inferior a 1,40 m, de acordo com o site
http://www.abc.med.br/p/350819/nanismo+o+que+e+quais+sao+as+causas+como+evolui.htmPode ocorrer, também, em animais.
As menores pessoas existentes no mundo, em razão do nanismo, podem chegar à vida adulta com apenas 60 centímetros de altura. Os anões, contudo, têm inteligência normal.
O nanismo é dividido em 2 grandes grupos, de acordo com a sua morfologia: Nanismo Desproporcional (por defeito na formação óssea, levando a uma baixa estatura, porém com alguns órgãos desproporcionais ao tamanho do individuo) e Nanismo Proporcional ( o individuo tem a estatura baixa, mas seus órgãos são proporcionais a esta estatura).
Se classificarmos pela etiologia, temos o Nanismo hipofisário (alteração na glândula hipofisária, que produz o hormônio do crescimento) e Acondroplasia (defeito do crescimento ósseo a partir das cartilagens).
Os anões ainda são
discriminados na sociedade, pela sua aparência física e, na maioria das vezes,
conseguem trabalhar em circos ou programas de humor, explorando a sua condição
de “diferente”. Hoje podemos ver anões trabalhando em programas da televisão,
como O Melhor do Brasil e Balanço Geral (ambos da Record), Sábato Total (da RedeTV!), Pânico na Band (da Band) e A Praça é Nossa (do SBT).
Gilberto
Barros, apresentador do Sábado Total,
fez, em um programa, uma homenagem à sua assistente de palco Priscila Menucci. Ela tem 91 cm, é casada e tem dois filhos. Segundo
ela, em entrevista ao site http://www.deficienteciente.com.br/2011/07/a-atriz-e-modelo-com-deficiencia-priscila-menucci-foi-entrevistada-pelo-blog-deficiente-ciente.html,
na família dela não tem outro caso de nanismo, ou seja, isso é genético e não
hereditário. Mesmo pais de estaturas normais podem gerar um
filho com nanismo e nem todo anão irá gerar filhos anões.Um exemplo de anão que conseguiu se firmar no mercado de trabalho, às custas de sua competência, foi Nelson Ned (2/3/1947-5/1/2014). Ele fez sucesso nacional e internacionalmente, apresentando em países como: Estados Unidos, México, Colômbia, Argentina, Portugal, Espanha, Angola e Moçambique, mas morreu em uma clínica voltada para pessoas que necessitam de cuidados especiais, em Coxia, interior de São Paulo.
Além disto, ainda enfrentam falta de acesso apropriado aos diversos bens públicos (telefones, banheiros, caixas de bancos, degraus, corrimãos, balcões, prateleiras, meios de transporte, etc).
Em termos de tratamento, o nanismo hipofisário pode ser minimizado ou evitado, com o uso de hormônio do crescimento. No nanismo acondroplásico existe tratamento apenas para algumas alterações esqueléticas.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, fevereiro de 2014)
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A INCLUSÃO CHEGA A GRÃO MOGOL
Lúcio Bemquerer, cidadão grão-mogolense, teve a brilhante ideia de idealizar o “Presépio Natural Mãos de Deus”, num complexo enorme de pedras existentes na cidade. Para facilitar o acesso, por ser um presépio a céu aberto para visitação, fez caminhos para todas as pessoas transitarem, sem se esquecer dos deficientes, inclusive cadeirantes. A ideia é ser um projeto mais democrático e inclusivo possível.
O site http://www.presepiomaosdedeus.com.br
diz que “O lugar abençoado propicia a
todos um encontro mágico com a espiritualidade: a recriação da cena do
nascimento de Jesus, com personagens em tamanho natural, é um encanto inigualável.
Ela nos faz acreditar que o amontoado de pedras em harmonioso desalinho foi
realmente semeado pelas mãos de Deus há milhões de anos. Desde sua inauguração,
em 9 de dezembro de 2011, o Presépio Mãos de Deus tem sido um grande sucesso.
Milhares de pessoas visitam o local, que contempla os olhos e o coração de
todos os povos. Por um caminho repleto de encantos, os visitantes são
agraciados pela bênção divina”.
Após um
período de 20 anos sem ir a Grão Mogol, Lúcio, depois de viúvo, casou-se outra
vez, com Wilma, e voltou para suas raízes.
Comprou
um terreno (o que deixou as pessoas intrigadas, pois era quase todo composto de
pedras), onde montou o “Presépio Mãos de Deus”. Na cidade, corria o boato que o
Lúcio estava esquisito, pois tinha adquirido quintais de pedra e ele, por
brincadeira, argumentava que havia uma previsão de falta de pedra no mundo e
ele estava fazendo um estoque para abastecer, quando esse material estivesse
escasso.
Ele,
desde o início, conseguiu vislumbrar um presépio nesse terreno pedregoso, por
isso fez sozinho as marcações, contratou um escultor de Contagem, engenheiros
e, sem nenhum patrocínio, construiu essa maravilha.
Segundo o
idealizador, nesses dois anos de existência, Grão Mogol já recebeu mais de 40
mil turistas, atraídos pela beleza natural da cidade e para visitar o presépio.Os depoimentos das pessoas, ao visitarem o presépio, são cheios de emoção. Até o Papa Francisco enviou, do Vaticano, uma carta abençoando o presépio. Dom Serafim, por exemplo, falou que ele sentiu Nossa Senhora prometendo bênçãos. E Jesus dizendo muito obrigado. Já a peruana Maria Elma Polo Olivares, disse que é o mais lindo que ela viu. Deu paz à alma dela.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, janeiro de 2014)
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SÍNDROME DE DOWN
A síndrome de Down foi descoberta em 1862, pelo médico britânico John Langdon Down. Das doenças congênitas que afetam a capacidade intelectual, essa é a que prevalece e é a mais estudada.
Esta síndrome engloba várias alterações genéticas, das quais 95% dos casos são a trissomia do cromossoma 21. Isso acontece pela presença de uma terceira cópia desse cromossoma nas células do indivíduo afetado.
Outras desordens desta síndrome incluem a duplicação do mesmo conjunto de genes, ou seja, translações do cromossoma 21. Dependendo da transmutação, a dificuldade na aprendizagem pode variar de mediana para grave.
A cópia extra pode ocorrer de diversas formas em cada indivíduo, dependendo da sua extensão, da bagagem genética, de fatores ambientais e de probabilidades. Essa síndrome pode ocorrer em todos os povos e, também, em espécies, como chimpanzés e ratos.
Segundo o site http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Down (acessado no dia 25 de novembro de 2013), pessoas com Síndrome de Down podem ter uma habilidade cognitiva abaixo da média, geralmente variando de retardo mental leve a moderado. Um pequeno número de afetados possui retardo mental profundo.
No livro Cadê a Síndrome de Down que Estava Aqui? O gato comeu..., as autoras Elizabeth Tunes e L. Danezy Piatino falam de Lucio, um menino que nasceu com síndrome de Down.
Nele, as autoras falam desde quando Lúcio veio ao mundo até o carinho que a família tem que ter com pessoas com essa trissomia.
Essas crianças e jovens são mais amáveis, carinhosos e a expectativa de vida deles está aumentando a cada ano.
Em conversa com a doutora Gelta Cherem, amiga da família e que tem um filho com a Síndrome de Down, ela me falou do preconceito ainda existente, da indisponibilidade das pessoas para convidarem eles para algum evento social, para um passeio e da grande dificuldade na educação dos mesmos, muitas vezes por despreparo dos professores.
Existem pessoas com síndrome de Down que dançam balé, pintam, tocam, atuam (como os atores do filme Colegas), etc.
Espero que essa realidade possa mudar, apesar de lentamente, com a maior discussão destes assuntos na televisão e determinação dos pais que, atualmente, têm tentado introduzir seus filhos nas atividades culturais, sociais, educativas, esportivas, etc.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, dezembro de 2013)
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MARCOS NORONHA
Agora, quero compartilhar com vocês, leitores
do Eficiência Especial, um projeto de vida que eu me dispus a fazer. Trata-se
da biografia do meu tio, Marcos Noronha, em forma de livro.
Ele foi padre em Guaxupé, Bispo em Itabira. Após
cinco anos renunciou ao bispado, pois queria uma Igreja que defendesse a
igualdade entre pobres e ricos e, depois de mais cinco anos, casou-se com Zélia
Froes, irmã da minha mãe.
No dia 16 de fevereiro de 1998, tio Marcos
faleceu, aos 73 anos, em decorrência de problemas vasculares. Nesse mesmo ano,
resolvi fazer a biografia dele, pois ele era muito especial para mim e eu
achava que, escrevendo sobre ele, a saudade iria diminuir. Mas isso não
aconteceu.
Em 2010, entrou no ar o site http://www.marcosnoronha.com.br,
que eu fiz com a ajuda da tia Zélia, do tio Plínio, da professora Maria do Carmo Noronha (irmã do tio Marcos) e da
equipe da PRODIGITAL. Esse site conta, de forma resumida, a história de vida, a
luta e as homenagens que fizeram para ele após a sua morte.
A ideia do site e do livro (que pretendo
lançar no ano que vem, ano que, se ele estivesse vivo, completaria 90 anos) é
divulgar a obra de Marcos Noronha e mostrar para as pessoas que não o
conheceram quem foi ele e o legado que ele deixou.
O prefácio do livro será feito pelo escritor
Olavo Romano, presidente da Academia Mineira de Letras (AML), que trabalhou com
o tio Marcos nas Secretarias de Educação e Planejamento (ele na Chefia de
Gabinete e o tio Marcos no Prodecon). Já o posfácio, será feito pelo professor César
Fróes, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
No último dia 10, eu promovi, aqui em casa,
um encontro dos dois para se conhecerem e para falarmos sobre o livro. O Olavo
fez algumas sugestões. Ainda não decidi pela editora.
Vendo a entrada do Papa Francisco, me
lembrei, mais uma vez, do tio Marcos, pois muita coisa que ele defende na
Igreja era, também, defendida por Marcos Noronha, que procurava, no trabalho
pastoral desenvolvido no seu tempo, seguir as diretrizes nascidas do Concílio Vaticano II.
A simplicidade do Papa, o amor aos pobres, o
desapego das riquezas, a solidariedade e o amor universal sem preconceito e
discriminação são algumas características marcantes nos dois.
Lembro-me do tio Marcos, já doente, subindo
as ruelas barrentas das favelas aqui de Belo Horizonte para reuniões (não sei
se para ensinar ou aprender com os moradores).
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, novembro de 2013)
O AUTISMO
Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência
e fala intactas,
outras apresentam sérios problemas no desenvolvimento da linguagem. Algumas
parecem fechadas e distantes, outras presas a rígidas a restritos padrões de
comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são
designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos
sintomas do autismo. Atualmente já há a possibilidade de detectar a síndrome
antes dos dois anos de idade em muitos casos.
Recentemente o Dr. Dráuzio Varella, abordou este tema no programa Fantástico, da Rede
Globo. Ele lembrou que esse transtorno se instala nos três primeiros anos de
vida, período em que os neurônios que coordenam a comunicação e os
relacionamentos sociais deixam de fazer as conexões necessárias. Os neurônios
não são estimulados na hora certa e, embora seja incurável, quanto mais tempo
demore para diagnosticá-lo, é pior, pois a criança pode até perder a chance de
aprender.
O
Movimento Psicanálise, Autismo e Saúde Pública (MPASP), questionou a reportagem
do Fantástico e fez uma carta aberta ao programa e ao doutor Dráuzio Varella,
enfatizando que não basta descrever que estas crianças observam o mundo de
forma fragmentada, mas o mais importante é ajudá-las a encontrar saída para
isso. Os integrantes do MPASP procuram, também, sempre que for possível, a
inclusão de crianças com autismo nas escolas regulares.
De acordo com o neuropediatra
Salomão Schwartzman, o autismo é considerado, nos dias de hoje, um distúrbio no
desenvolvimento e é causado por condições genéticas e ambientais.
“Eu
diria que algumas famílias com filhos com autismo ou alguma outra condição
crônica, acabam também se tornando autistas, porque passam a viver em função
daquela condição e não aprendem a forma correta de você tentar evitar os
comportamentos inadequados, inserir essa criança no mundo, na medida do
possível”, afirma o neuropediatra (http://g1.globo.com/fantastico/quadros/autismo-universo-particular/noticia/2013/08/tratamentos-podem-dar-maior-autonomia-pessoas-com-autismo.html,
acessado no dia 27 de setembro de 2013).
Algumas crianças com autismo em escola normal se desenvolveram melhor as
habilidades sociais do que em escolas especiais. É importante que cada caso
seja tratado individualmente, focando nas necessidades e potencialidades da
criança. Existem inúmeras vantagens de se levar a criança com autismo a
conviver com aquelas sem comprometimento e de estimular que ela aprenda com as
outras por meio da imitação, mas também não esquecer o risco de que ela seja
vítima de bullying dos colegas. Já na escola especial é provável que ela tenha
uma atenção especial de profissionais melhor treinados e conheçam outras crianças
com problemas semelhantes. Cabe aos pais decidirem qual a melhor opção para seu
filho
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, outubro de 2013)
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA
O conceito de Educação Inclusiva surgiu a
partir de 1994, com a Declaração de Salamanca. Nela está estabelecida que os
alunos, com necessidades educativas especiais, devem participar das atividades
contidas no currículo escolar regular.
A partir dessa Declaração, surgiu o termo “necessidades
educativas especiais”, que substituiu a expressão “criança especial”, que era
usada para definir uma pessoa com necessidades especiais.
A Declaração
de Salamanca é uma resolução das Nações Unidas. Ela trata dos princípios,
da política e da prática em educação especial. É um dos mais importantes
documentos que visam à inclusão social. Juntamente com a Convenção sobre os
Direitos da Criança (1988) e a Declaração Mundial sobre Educação para todos
(1990), mostram a tendência mundial e traçam os conceitos da Educação
Inclusiva. Segundo
o site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_inclusiva,
o ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial, apesar de
contemplá-lo.
No Brasil, a Política Educacional de Ensino
Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva, mostra que todos os alunos (com
deficiência mental ou física) podem e devem frequentar qualquer escola regular,
desde o maternal até o curso superior. Uma pessoa pode não ter nenhuma
dificuldade aparente, mas ter dificuldades específicas com os cálculos, com a
memória, com a linguagem, com a organização, com o relacionamento social, com o
comportamento, etc. Isto mostra que até a classificação de uma pessoa com ou
sem deficiência pode se tornar difícil.
Um exemplo de educação inclusiva que temos é o
instituto Criança Esperança que, em 28 anos, ajudou muitas pessoas, com e sem
deficiência, a estudar e fazer outras atividades e, com isso, tirou essas
crianças da rua, da marginalidade, da segregação. A educação inclusiva
é uma abordagem humanística, democrática. Ela reconhece o indivíduo e suas diferenças.
Seus objetivos são o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de
todos.
Algumas escolas ainda apresentam resistência em concretizar
essa inclusão, se utilizando de explicações como falta de profissionais
especializados, falta de espaço físico adequado dentro da escola ou dificuldade
de acesso a elas. A educação adequada é um direito de todos e as escolas devem
receber, de braços abertos, todos os alunos, sem questionar suas possibilidade
ou dificuldades. Até a 8ª série, eu e meu
irmão Adriano, estudamos nas mesmas escolas. Meus pais me disseram que ao
visitar escolas para a escolha de uma para que cursássemos o primeiro grau, uma
delas, com grande reputação em Belo Horizonte, disse que poderia oferecer a
vaga ao meu irmão, mas que tinha certeza que eu não seria feliz lá. A escola
não estava preparada para me receber, porque que não tinha condições de
oferecer a atenção adequada às minhas necessidades. Naquele momento eles
perceberam que aquela escola não seria boa também para o Adriano, ela não
preparava o aluno para o mundo, para lidar com diferenças. E nenhum de nós ficou
lá
Inclusão é uma mudança de paradigmas, de
conceitos e costumes, que fogem às regras tradicionais. No Brasil já existem
várias leis que regulam a educação especial e devem ser conhecidas por todos.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, setembro de 2013)
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PRECONCEITO
Segundo o site http://pt.wikipedia.org/wiki/Preconceito (acessado no dia 9 de julho de 2013), preconceito é um “juízo” preconcebido, manifestado em forma de uma atitude “discriminatória” perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou “estranhos”.
O cientista Albert Einstein dizia: “Triste época! É mais
fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”. Partindo da teoria de
Einstein e ligando com a definição do Wikipédia, podemos afirmar que o
preconceito é uma forma errada de julgar o outro.
Na minha opinião, as pessoas que têm preconceito querem ser
melhor do que as outras e não enxergam (por que não querem ou não conseguem
enxergar) que todos somos iguais, por sermos seres humanos, pensarmos, termos
dor, sentimentos, tristezas e alegrias, etc., mas temos diferenças e isso não é
para ser discriminado.
Eu mesmo tenho muitas histórias para contar sobre esse tema.
Sempre que eu chegava às escolas onde estudei, algumas pessoas, no primeiro
dia, me isolavam e, se eu precisasse de alguma ajuda, faziam corpo mole. Apenas
na faculdade e nas duas pós- graduações é que o tratamento dos colegas e
professores foi diferente.
Um exemplo claro de preconceito que todos vocês, leitores,
já devem ter presenciado: em um prédio, alguém fala que elevador de serviço é
apenas para empregados, não os deixando usar o elevador social, às vezes nem
estando em horário de trabalho.
Um artista muito consagrado e que, na sua época, sofreu muito
preconceito, mas passou por cima e se tornou um dos maiores atores do cinema
brasileiro foi Grande Otelo. Ele era negro, baixinho, pobre e feio, mas mesmo
com essas características que não lhe favoreciam, venceu e foi homenageado até
em outros países.
Um cantor que também sofreu com o preconceito foi o sambista Bezerra da
Silva. Ele saiu escondido de Pernambuco, em um navio, e foi morar na favela no
Rio de Janeiro. Lá, ele fez vários serviços, até a fama chegar. Em suas
músicas, não esquecia as origens e sempre exaltava as favelas e os menos
favorecidos. Fazia questão de salientar que os pobres favelados eram sempre
taxados como culpados, enquanto os “colarinhos” eram inocentados.
Isso é uma coisa ruim, então vamos levantar essa bandeira: abaixo o
preconceito.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, agosto de 2013)
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CULTURA E ACESSIBILIDADE EM BELO HORIZONTE
Belo Horizonte possui muitos espaços culturais com acesso
para pessoas deficientes, como o Palácio das Artes, o Sesc Palladium e o cinema
Belas Artes. Em contrapartida, existem outros locais onde a acessibilidade não
é tão fácil, como a casa antiga do Museu Histórico Abílio Barreto, o Teatro da
Cidade e a Diretoria de Patrimônio Cultural de Belo Horizonte.
Segundo o escritor Marcelo Xavier, 64 anos, citado na minha primeira
coluna, Belo Horizonte, apesar de ser uma cidade agradável, para pedestres -
diferentemente de Brasília que é uma cidade para carros - ainda não está
preparada para pedestres que tenham deficiência física. Mas ele lembra que pedestre é todo mundo: é o
cadeirante, são os deficientes visuais.
“A cidade tem que estar preparada para todas as pessoas usufruírem dela, ou
então, eles não são cidadãos da cidade. Mas a coisa está se movendo e eu tenho
esperança que Belo Horizonte seja uma cidade-modelo também neste aspecto.
Inclusive se preparar para ser uma referência, porque o Brasil vai estar na
vitrine em 2014. Belo Horizonte podia dar bom exemplo. Dá tempo. Se depender da
gente, estamos ai para ajudar, sugerir, criticar.”, afirmou Marcelo.
Ele também disse que a sociedade está se preparando para lidar com isso, e
para quem viveu num mundo onde se escondia os deficientes, é um avanço.
De acordo com
Marcelo, todas
as pessoas têm ou podem passar a ter limitações. “Todo mundo está sujeito a
algum acidente, que pode deixá-lo com uma deficiência temporária ou permanente.
As mulheres podem engravidar, trazendo uma limitação de movimentos para elas.
As crianças também têm limitações de altura, riscos de queda. Então, na
verdade, o assunto deficiência devia ser considerado uma coisa mais corriqueira
mesmo, como uma exigência natural, não ser uma exceção ou uma concessão para o
deficiente”, disse.
E conclui: “O preconceito é uma coisa sem sentido nenhum. Ele não é
racional. Por que você é melhor do que o outro? Porque a cor da sua pele é
diferente? Porque você anda ou sobe uma escada de uma forma diferente do outro?
Por que você corre mais que o outro? Você é mais forte? Na realidade, isso
denuncia uma deficiência na pessoa que tem o preconceito”.
(Bernardo Fróes, jornalista - BH, agosto de 2013)
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ARTE E DEFICIÊNCIA
A cultura é absorvida por quem faz e quem participa. É boa para o cérebro, os ouvidos, os olhos, enfim, para todo o corpo e relaxa.Todos nós podemos fazer arte. Existe, desde 1956, a Associação dos Pintores com a Boca e os Pés (APBP). Também há idosos com Parkinson que pintam e chinesas surdas que dançam balé. Um exemplo claro disso aqui em Belo Horizonte, é o artista plástico Marcelo Xavier. Ele tem problema muscular e, usando o pensamento, o sentimento e as mãos, consegue fazer maravilhas que encantam crianças e adultos, além de promover eventos, dar palestras e viajar, sempre com o mesmo carisma e alegria no rosto.
A lição que os pacientes com Parkinson, as chinesas e Marcelo nos dão é que as pessoas que têm algumas limitações não precisam ficar na cama, se lamentando. Elas têm é que lutar. Mostrar para que vieram e não se isolarem do mundo só porque não podem fazer da mesma maneira que os semelhantes. Às vezes, elas são até melhores.
Em Minas e em todo o Brasil temos vários artistas bons, como Maurício Tizumba, Saulo Laranjeira, Paulinho Pedra Azul, Rubinho do Vale, Beto Guedes, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Chico Buarque, Fernanda Montenegro, Grupo Galpão, etc., que fazem apresentações em vários lugares e, na maioria das vezes, as pessoas com deficiência podem frequentar.
Além disso, alguns deles se apresentam em praças e nos parques de Belo Horizonte. Nesses lugares, também, aqueles que são portadores de deficiência podem frequentar e, com isso, apreciar a arte, quando os espaços públicos permitem.
Apesar dos obstáculos presentes nas ruas da nossa cidade, a maioria dos teatros e cinemas tem acesso a pessoas portadoras de deficiência, com rampas e lugares específicos para cadeirantes.
Por isso, vamos prestigiar a cultura do nosso país.
Caro Leitor,
Às vésperas de completar 2 anos de vida, nosso
"Eficiência Especial" tem a honra de presentear seus leitores com uma novidade.
Trata-se da coluna mensal do jornalista Bernardo Fróes.
*****ele foi nosso entrevistado do mês de março
- confira em: http://www.eficienciaespecial.blogspot.com.br/2013/03/bernardo-froes-e-sua-mae-merces-muito.html
Bernardo Fróes, 28 anos, nasceu com paralisia
cerebral. Mas, este aspecto não o impediu de
tornar-se cada vez mais especial.
Graduado em jornalismo, estudante incansável,
apaixonado pela arte, Bernardo vai compartilhar conosco dicas, comentários e
experiências relacionadas à arte e outros assuntos bem legais.
Aqui está a primeira coluna do Bernardo, como
colaborador convidado do nosso Eficiência Especial! Degustem!
meu abraço de luz,
Márcia Francisco
Parabéns Bernardo! Que a sua coluna continue a nos presentear com as lindezas que você tem em si e sabe comunicar tão bem. É uma alegria enorme ver este seu sorriso de pessoa feliz e o brilho inteligente de seus olhos. Um grande abraço.
ResponderExcluirOlá, Bernardo : Parabéns pela iniciativa : só tenho a acrescentar que qualquer sociedade só tem a ganhar quando todos os seu integrantes tenham o direito de participar ativamente da construção dessa sociedade . A arquitetura e o urbanismo devem seguir os valores de seu tempo: Se um dia BH foi moderna por trazer largas avenidas e calçadas, ladeadas por renques de árvores , deixando para trás a obscura e estreita Ouro Preto , é hora de ajustá-la a outras demandas , como a ecológica , a integração das periferias e a acessibilidade irrestrita e universal . Siga em frente !
ResponderExcluirBê, bom ler matéria tão importante.Vá em frente! Beijos. Ione
ResponderExcluirOi Bernardo,
ResponderExcluirTudo bem?
Sou seu primo Fábio, filho da Gegena e do Fifiu. Lá de Ferros.
Atualmente moro em Brasília. Toco numa banda de percussão, por hobby, chamada Batukenje.
Lá tem alguns componentes que têm síndrome de Dow.
É muito legal tocar com eles. São muito alegres e carinhosos.
Ah, conheço esse menino que voce citou no seu artigo, o Lucio Piantino. Ele toca em outra banda, patubatê. E ele pinta também. Já fui numa exposição dele. Os quadros são lindos.
Estou enviando duas fotos. O Lúcio é este que está comigo e mais duas amigas. Foto só do ro