quinta-feira, 30 de outubro de 2014

I Seminário Nacional sobre Deficiência e Funcionalidade

Transitando do modelo médico para o biopsicossocial










Nos dias 19, 20 e 21 de novembro de 2014, em Brasília/DF, acontecerá o I Seminário Nacional sobre Deficiência e Funcionalidade - Transitando do modelo médico para o biopsicossocial, organizado pela Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
O Seminário visa a debater o modelo biopsicossocial da deficiência em suas dimensões social e política. Nessa perspectiva, o seminário se volta à desconstrução da visão convencional sobre deficiência e dos preconceitos a ela vinculados, dissociando-a das noções de doença, degeneração, desvio, incapacidade e invalidez, e situando-a na perspectiva de uma “condição”, da mesma forma que caracteriza mulheres, negros/as, LGBT e outros públicos.
Essa discussão mostra-se essencial em razão da mudança paradigmática na conceituação de deficiência e a necessária popularização da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde - CIF e daConvenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da ONU, entre os gestores públicos, profissionais, especialistas, militantes e entidades que trabalham no campo da deficiência, para que adquiram uma visão sistêmica sobre deficiência e equiparação de oportunidades.
Espera-se como desdobramento a ampliação do acesso de pessoas com deficiência às políticas públicas e ações afirmativas e uma melhor adequação das políticas às necessidades dessa população.
Confiram abaixo as informações sobre a Programação, Público-Alvo e Inscrições.
Programação Preliminar:
19 de novembro
8 às 12h - Chegada dos participantes e credenciamento;
12h - Almoço;
14h - Mesa de abertura;
14h30 - Conferência de abertura: Compreendendo a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde - CIF e suas interfaces com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência;
17h - Debate;
18h30 - Encerramento.
20 de novembro
9h - Políticas na área da Assistência Social e Previdência: Experiências na aplicabilidade da CIF para concessão do BPC e da Aposentadoria Especial para as Pessoas com Deficiência – trabalhando os instrumentos;
12h30 - Almoço:
14h - Políticas na área do Trabalho e Emprego: Mercado de trabalho: Quem e quantos são? Do que necessitam? O que ofertamos, hoje, em termos de políticas públicas às pessoas com deficiência? Políticas de salvaguarda e promoção do direito ao trabalho pelas pessoas com deficiência:
18h30 - Encerramento.
21 de novembro
9h - Políticas na área da Saúde e da Educação: Quais são as lacunas da atual classificação para políticas universalizadas? Qual é a percepção dos profissionais de saúde e associações representativas das pessoas com deficiência? Experiências e desafios que envolvem esses campos;
12h30 - Almoço;
14h - Mesa Temática sobre Capacidade Legal e Acesso à Justiça: Quem são os incapazes? Quais os apoios que o estado precisa oferecer? Uma abordagem sobre interdições e curatelas. Políticas de apoio ao exercício da capacidade legal pelas pessoas com deficiência;
18h30 - Encerramento.
Público Alvo:
Conselhos de classe profissional vinculados à temática: Fisioterapia e Terapia Ocupacional; Psicologia; Medicina; Fonoaudiologia; Serviço Social; CNMP; CNJ; Conselho Federal da OAB, entre outros;
Gestores da Política da Pessoa com Deficiência;
Gestores e Trabalhadores da Saúde;
Gestores e Trabalhadores da Assistência Social;
Gestores e Trabalhadores da Educação;
Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Conade;
Conselho Nacional do Idoso;
Conselho Nacional de Saúde;
Conselho Nacional de Assistência Social;
Movimentos da Luta Antimanicomial;
Entidades da Sociedade Civil do Movimento de pessoas com deficiência.
Informações adicionais poderão ser obtidas através dos telefones: (61) 2027-3813, 2027-3896 e 2027-3728 ou pelo e-mail: seminariocif@sdh.gov.br.

Paraplégico volta a andar após cirurgia revolucionária

Graças a um transplante de células da
 cavidade nasal, o búlgaro Darek Fidyka, 
de 40 anos, recuperou um rompimento total 
dos nervos da coluna vertebral. 
Feito é comparado à chegada do homem à Lua

 

O paciente Darek Fidyka, que tinha paralisia completa
da cintura para baixo, consegue andar
novamente após cirurgia pioneira 
(BBC Panorama/AFP)

Um homem paraplégico voltou a andar graças a um
 transplante de células nervosas realizado na Polônia,
em uma operação sem precedentes. Darek Fidyka,
um búlgaro de 40 anos, é a primeira
 pessoa no mundo a se recuperar de um rompimento 
total dos nervos da coluna vertebral. Ele recebeu um
 transplante de células de sua cavidade nasal para
 a medula espinhal e, após reabilitação de um ano,
 ele pode caminhar com o auxílio de um andador
 — Fidyka também recuperou algumas
funções da bexiga e do intestino.
"Para mim, isto é ainda mais impressionante do que 
um homem caminhando na Lua", afirmou Geoffrey Raisman,
 professor do Instituto de Neurologia do University 
College de Londres (UCL), na Inglaterra, e um 
dos autores do estudo publicado na
revista Cell Transplantation.
"Quando começa a retornar (os movimentos),
 você sente que sua vida começou de novo,
 como se fosse um renascer. É um sentimento
 incrível, difícil de descrever", declarou Fidyka 
ao programa Panorama, da emissora britânica BBC
que teve acesso exclusivo ao paciente e aos médicos.
A operação — Em 2010, Fidyka ficou paralisado do
peito para baixo após ser esfaqueado várias vezes. 
Apesar de meses de fisioterapia intensiva, ele não 
mostrava nenhum sinal de recuperação.
A cirurgia foi realizada por uma equipe médica polonesa, 
coordenada pelo neurocirugião Pawel Tabakow, 
da Universidade de Wroclaw, na Polônia, um dos
maiores especialistas em lesões medulares do mundo.
Os médicos utilizaram células nervosas do nariz do
paciente a partir das quais se desenvolveram os tecidos
seccionados — o complexo circuito responsável pelo
olfato é a única parte do sistema nervoso que se
regenera durante toda a vida e foi essa característica
 que os cientistas procuraram reproduzir na lesão
de Fidyka. As células do próprio paciente não seriam
 rejeitadas e o tecido medular poderia ser reparado.

A técnica de transplante, descoberta na UCL,
 apresentou bons resultados em laboratório,
mas nunca havia sido testada com sucesso em
 um ser humano. Na primeira das duas operações,
os cirurgiões removeram um dos bulbos olfativos
do paciente e fizeram as células crescer em cultura.
Duas semanas depois, foi feito o transplante
na medula por meio de microinjeções.
Fidyka manteve seu programa de condicionamento — cinco horas
 de exercícios durante os cinco dias da semana — e percebeu
 que a cirurgia havia sido bem sucedida quando,
após três meses, sua coxa esquerda começou a
desenvolver músculos. Seis meses depois, deu
 seus primeiros passos com o apoio de fisioterapeutas.
Agora, após dois anos, caminha apenas com o andador.
De acordo com os cientistas, exames mostraram
que a lacuna na medula espinhal do paciente
se fechou após o tratamento.
"Nós acreditamos que o procedimento é
uma descoberta capital que, se for desenvolvida,
constituirá uma mudança histórica para as
pessoas que sofrem de ferimentos na
coluna vertebral", declarou Raisman.
fonte: Veja

Estudante fabrica próteses e órteses em impressora 3D

Mineiro desenvolve biorreplicador 

para produzir aparelhos rapidamente e a baixo custo

As impressoras 3D vêm dando demonstrações de que podem ajudar 
cada vez mais a medicina. A novidade é um bio-replicador, que cria
 órteses e próteses biodegradáveis de baixo custo e personalizáveis.
 A ideia é um dos 46 projetos que serão apresentados a partir
 desta quinta na Feira Tecnológica do Instituto Nacional de 
Telecomunicações (Fetin), em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas.



O responsável pelo projeto, o estudante de Engenharia
 de Controle e Automação do Inatel Leonardo
 Augusto Amaral, 22, conta que a impressora
 3D surgiu da necessidade de manutenção de 
um outro projeto. “Desenvolvi um drone e, por 
causa de algumas quedas e a necessidade de 
repor peças que seriam muito caras para importar, 
comecei a pesquisa com as impressoras 3D”, conta.
Após oito meses de dedicação na construção
 do equipamento e com demanda crescente 
nas encomendas de objetos como suportes para 
smatphones e tablets, Amaral diz que resolveu 
mudar seu foco para a área de saúde.
“Com a orientação do professor da faculdade chegamos 
ao material para a impressão, que é o PLA (ácido poliláctico),
 um polímero natural e biodegradável que não polui e não
 causa rejeição no corpo”, afirma. De acordo com o estudante,
 o material também possui propriedade termomoldável, 
ou seja, modifica sua forma em água quente.
 “É possível fazer o formato específico de uma
 mão com tendinite, por exemplo. Após o uso, 
se quiser reaproveitar o material, basta colocar na
 água na temperatura ideal – até 65 graus – que a 
órtese volta a poder ser modificada”, explica Amaral.
Futuro. Por enquanto, como a impressora usada pelo 
estudante é pequena, Amaral conta que está limitado 
a produção de peças com cerca de 20 cm, como 
órteses de calcanhar, pé, antebraço, mão e pulso, 
mas o estudante acredita que a ideia pode
 revolucionar o mercado.
“Atualmente, esses produtos, além de caros, 
são de difícil acesso porque você não produz em série. 
No caso da impressora, é possível produzir uma órtese personalizada
 em duas horas e com o custo bem reduzido”,
 diz ele. Os produtos chegam a custar de
 R$ 5 a R$ 10, e os moldes saem por, no máximo, R$ 20.
Programação

A feira. A 33ª Feira Tecnológica do Inatel (Fetin) 

será realizada de hoje até o próximo sábado, 

em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. 

Os 46 projetos inscritos são de várias áreas


Outro projeto inovador que será apresentado durante
 a feira é a cadeira ortostática dinâmica desenvolvida 
pelo estudante de Engenharia de Biomédica, Walef Ivo Carvalho.
 O projeto, iniciado com um grupo de amigos ainda
quando estudava na Escola Técnica de Eletrônica,
 teve seu protótipo aprimorado depois que o
 pai do aluno sofreu um trauma na coluna, 
ficando dependente de uma cadeira de rodas.

 “Consegui a doação de motores e, agora, além 
de conseguir se levantar, o deficiente físico irá se
 movimentar com o auxílio da cadeira”, disse Carvalho.
 O projeto foi apresentado este mês no Congresso 
Brasileiro de Engenharia Biomédica e já foi
 reconhecido pela Yale and Engineering Association
 University e pela Secretaria Brasileira da
 Pessoa com Deficiência.
Projetos preocupados com a sustentabilidade e
 economia de água também fazem parte da
 programação. O Aqua Mundi foi desenvolvido 
pela estudante Tatiana Volpato, que propõe a 
reutilização da água salgada de maneira sustentável.
 “A osmose reversa, aplicada atualmente,
 utiliza um polímero altamente poluente”.

fonte: O Tempo

terça-feira, 28 de outubro de 2014

BERNARDO FRÓES BICALHO LANÇA BIOGRAFIA DE MARCOS NORONHA

























biografia escrita pelo nosso colunista Bernardo Fróes Bicalho
tem lançamento na Academia Mineira de Letras

Será no dia 03 de novembro, segunda-feira, às 19h30, no Auditório Vivaldi Moreira da Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1466 - Lourdes - BH - MG), a noite de autógrafos e lançamento do livro "Marcos Noronha Do Chão aos Sonhos", do jornalista Bernardo Fróes Bicalho.
Trata-se do livro de estréia do escritor. Portador de paralisia cerebral, o jornalista pós-graduado em Comunicação e Cultura e em Língua Portuguesa, Bernardo Fróes Bicalho, 30 anos, conta a biografia de Antônio Marcos Noronha, um garoto de Areado (interior de Minas) que, desde pequeno, sonhava ser padre e em 1965,tornou-se o primeiro Bispo de Itabira.   Com 208 páginas, o livro traz prefácio escrito pelo escritor e presidente da Academia Mineira de Letras, Olavo Romano.
 A justa biografia que trata a história de Marcos Noronha até seu falecimento em 1998, "mostra ao público que muitas coisas ditas, hoje, pelo Papa Francisco, já eram defendidas por Marcos Noronha como Padre e Bispo. O sonho dele, de uma Igreja mais igualitária, preocupada com os mais necessitados, está se tornando realidade". (Bernardo Fróes Bicalho)

Bernardo Fróes Bicalho, portador de paralisia cerebral é jornalista, formado pela Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, pós-graduado em Comunicação e Cultura (UNI-BH) e Língua Portuguesa (PUC/MG).Atuou como revisor de texto na Imprensa da Câmara Municipal de Belo Horizonte e fez estágio, de 2008 a 2010, na PRODIGITAL, onde também fazia revisão de textos, além de edição de vídeo e atualização de site. Bernardo é colunista  regular de www.eficienciaespecial.blogspot.com. Em 2010, criou o site www.marcosnoronha.com.br que resume a trajetória de vida de Marcos Noronha, protagonista da biografia que lança no dia 03.
"Marcos Noronha Do Chão aos Sonhos" conta a biografia de Antônio Marcos Noronha, um garoto de Areado (interior de Minas) que, desde pequeno, sonhava ser padre.  Nas brincadeiras que fazia, com os colegas, ele bancava o padre, mas com a maior pose que se possa imaginar.Aos 11 anos, foi para o Seminário e, no dia 7 de dezembro de 1947, foi ordenado padre, indo morar em Guaxupé, cidade que o adotou como filho. Lá, trabalhou como Cura da Catedral, Capelão, Vigário Geral, Vigário Capitular e fundou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Guaxupé. Em 1965, foi ordenado o primeiro Bispo de Itabira.Ficou cinco anos comandando a Diocese itabirana. Nesse período, ajudou na criação de três universidades na cidade. Por ser visionário, querer uma Igreja onde pobres e ricos fossem iguais e ver que isso não estava sendo possível da maneira como ele sonhava, decidiu sair. No dia em que ele deixou a Diocese, a Catedral caiu. Voltou para Guaxupé, onde foi professor e diretor da faculdade que foi fundada por ele, em 1965. Depois, mudou-se para São Paulo e foi trabalhar na FEPASA.Casou-se em 20 de dezembro de 1976, vindo morar em Belo Horizonte. Aqui, trabalhou na Fundação João Pinheiro, SERPRO, PRODECOM, Secretaria de Educação e como revisor de textos, na época de Patrus Ananias na prefeitura.Marcos morreu em 1998, aos 73 anos. A partir daí, Bernardo Fróes Bicalho, então com 13 anos, começou a pesquisar e escrever sobre o tio, tão querido e admirado por ele.
Noite de autógrafos e lançamento do livro
"Marcos Noronha Do Chão aos Sonhos",
de Bernardo Fróes Bicalho
03 de novembro, segunda-feira, às 19h30,
Auditório Vivaldi Moreira da Academia Mineira de Letras
Rua da Bahia, 1466 - Lourdes - BH - MG
Entrada Franca
Preço do Livro: R$30,00 (trinta reais)

Prefácio de "Marcos Noronha Do Chão aos Sonhos",
por Olavo Romano:

SAUDADE QUE PERMANECE, DÍVIDA QUE NÃO SE PAGA
Este livro fala de Marcos Noronha, de sua forte marca como sacerdote, educador, cidadão e ser humano raro cuja memória o sobrinho Bernardo se empenha em perpetuar.
O projeto nasceu com a morte de Marcos, há dezesseis anos.
Como sacerdote, Antônio Marcos Noronha era presença expressiva na Igreja e na vida dos fiéis, cujas alegrias e sofrimentos acompanhava de perto, desde o tempo em que, apeando de sua lambreta, batia palmas à porta ou varava casa adentro numa alegre falta de cerimônia que a todos encantava.
Profundamente comprometido com sua vocação missionária, chegou a Bispo, desenvolvendo fecunda obra na Diocese de Itabira, cidade para onde seus restos mortais foram trasladados. No dia em que comunicou à comunidade sua decisão de renunciar ao sacerdócio, conta-se que a torre da igreja caiu e o prefeito suicidou.
Convivi com Marcos Noronha, que muitos continuavam chamando de Dom Marcos, na Fundação João Pinheiro, na Secretaria da Educação e do Planejamento. No PRODECOM - Programa de Desenvolvimento de Comunidades, vivemos com entusiasmo a pioneira experiência de planejamento participativo na administração pública mineira. Na Favela do Cafezal, Marcos orientava animadas assembleias em que os moradores, no fecundo e democrático exercício da cidadania, definiam livremente suas prioridades, mesmo na vigência da ditadura militar. A primeira obra foi um chafariz, inaugurado com a presença do governador Francelino Pereira e Dona Latife, do secretário Paulo Haddad, do prefeito Maurício Campos. Com o amadurecimento do processo de decisão coletiva, vieram a urbanização de favelas, a regularização de lotes, permitindo o financiamento de melhorias das casas, num inédito envolvimento popular nas decisões coletivas.
Antes, Marcos como Superintendente Educacional, eu como Chefe de Gabinete da Seplan, passamos noites intermediando, com a liderança do magistério estadual, o fim da greve que se estendia por longo tempo sem solução.
A fraterna amizade nos levou a uma sociedade na compra de uma sala no centro da cidade, cada um buscando no outro o tino comercial que lhe faltava. Percebido o engano recíproco, foi com alívio que encerramos a fugaz parceria. 
Conheci Bernardo ainda adolescente. Trabalhei com seu pai, de quem continuo amigo. Tornei-me amigode sua mãe, irmã de Zélia, viúva de Marcos, com quem mantenho antiga amizade. Mas Bernardo, com sua irresistível simpatia e capacidade de comunicação, capturou-me para sempre no círculo de seus numerosos admiradores, que inclui a nata da nossa cultura popular, reunida em memoráveis saraus em sua casa, nos quais o anfitrião exibe seus dons de cantor e compositor.
Guerreiro que venceu limitações de fala e movimento construindo uma vida plena de alegria e otimismo, Bernardo cumpre, com este livro, um compromisso de sua alma: perpetuar a memória do tio, que ele sempre chama de Pô. Citando frase de meu depoimento, "A pior morte é o esquecimento", Bernardo achava que, contando a história de Marcos, a saudade iria diminuir. Mesmo isso não tendo acontecido, resolveu levar adiante o projeto.
Depois de longa incubação, o antigo propósito ganhou novo ímpeto. Em pouco tempo, retomou as entrevistas, transcreveu fitas antigas, repassou depoimentos de parentes, amigos e colegas do Pô, e cumpriu o compromisso que o afeto plantara em seu coração. Assim, podemos testemunhar o resgate de uma vida inteira, desde o nascimento, em Areado, a infância de um menino comum, que cresceu entre primos e irmãos, brincando e brigando, como qualquer criança. Muito inteligente, mas também muito levado, Marcos, desde cedo, sonhava ser padre. Paramentado com jornal, celebrava missas de brinquedo, antes de virar coroinha. Com oito anos, desapareceu, sendo encontrado na cadeia, conversando com os presos.
No exaustivo garimpo para reconstituir uma existência rara, Bernardoreviveu e revolveu o tesouro da amorosa relação entre um menino e seu admirado tio. "Falar nele, para mim, é muito fácil, ao mesmo tempo, muito difícil", confessa o autor.
Nas lembranças permanentes, a presença constante: à fisioterapia, à natação, à equitação, ao shopping, com parada obrigatória nas livrarias. O primeiro livro, não dá para esquecer: "Comédias da Vida Privada", do Luiz Fernando Veríssimo. E, todo dia, o infalível, esticado e divertido bate-papo.
 Nas aulas de História com a tia Zélia, se o telefone a chamava, era sagrado: ele levava o "sem fio" para ela, tio e sobrinho aproveitavam a oportunidade extra para conversar um pouco mais, torcendo para o telefonema durar muito - e o papo também.
Tratado como adulto, o menino adorava conversar com o tio que tinha alma de criança. E vice-versa.Muitas vezes, casa cheia, os dois escapuliam para brincar, rir e bater papo. Marcos contava casos e piadas engraçadas, lia trechos selecionados, pegava um caderno de anotações, que Bernardo batizou de "Diarinho", contos do livro dele no Caderno de Endereços. Adorava que oBê fosse dormir na casa dele, recebia o sobrinho de braços e coração abertos, o sorriso constante a iluminar a convivência.

Com este livro, Bernardo cumpre o desejo, o compromisso de reverenciar a memória do tio querido, de impedir que Marcos Noronha seja esquecido. É um salto admirável a estreia deste jovem valente e talentoso na literatura. Ainda assim, ele diz, amorosamente agradecido: "Qualquer homenagem que eu fizer, ainda é pouco, pela importância dele na minha vida.". 

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

segunda-feira, 6 de outubro de 2014





MANO DOWN LANÇA CALENDÁRIO E AGENDA

O Projeto Mano Down ampliando suas ações, apresenta seu mais novo projeto:
O Calendário e a Agenda Mano Down 2015. O lançamento será dia 23/10, às 19h no Espaço InCasa (Rua Pitt, 123 – União).


Tendo como temática a inserção das pessoas com Down no mercado de trabalho, o projeto tem como objetivo questionar a colocação dessas pessoas no mercado. Não apenas para atender a Lei de cotas, mas principalmente diminuir a invisibilidade social das pessoas com Down, mostrando a força, a potencialidade, a competência e a capacidade que elas têm. 
Mano Down explica:
"No dia 01 de maio colocamos a página do projeto no Facebook (WWW.facebook.com/agendainclusiva2015) e informamos através de uma ata as condições para participação. Teríamos 30 pessoas com SD participando do projeto. Escolhemos as profissões, aliamos a pessoas conhecidas e/ou dispostas a ajudar cedendo imagem e daí sim, selecionamos os biótipos e idades.Após a definição das profissões, escolhemos o local e os figurinos de cada foto. Daí montamos a composição da cena e quando necessário, acrescentamos objetos cênicos.
Além de pessoas físicas e jurídicas, convidamos profissionais reconhecidos que cederam imagem e experiência que vieram agregar e dar mais credibilidade ao projeto.
Dentre nossos colaboradores destacamos o músico Marco Túlio do Jota Quest, o campeão de tênis em 2012 e 2014 Bruno Soares, o chef Ivo Faria do Vecchio Sogno, a Boate NaSala, a artista plástica Yara Tupynambá, a ceramista Erli Fantini, o goleiro Victor do Atlético Mineiro, os Bombeiros de Minas Gerais, dentre outros.
Com uma tiragem total de 4000 exemplares, os participantes, patrocinadores e colaboradores receberão gratuitamente seus kits (agenda e calendário) e a parte restante será comercializada. A renda dessa comercialização será revertida à causa através de doações a entidades e/ou a promoção de eventos correlatos ao assunto e também para o calendário do próximo ano."
As pessoas interessadas a adquirir o material poderão entrar em contato através do e-mail agendainclusiva2015@gmail.com ou através da página do Facebook e fazer a sua encomenda.