quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Estudante fabrica próteses e órteses em impressora 3D

Mineiro desenvolve biorreplicador 

para produzir aparelhos rapidamente e a baixo custo

As impressoras 3D vêm dando demonstrações de que podem ajudar 
cada vez mais a medicina. A novidade é um bio-replicador, que cria
 órteses e próteses biodegradáveis de baixo custo e personalizáveis.
 A ideia é um dos 46 projetos que serão apresentados a partir
 desta quinta na Feira Tecnológica do Instituto Nacional de 
Telecomunicações (Fetin), em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas.



O responsável pelo projeto, o estudante de Engenharia
 de Controle e Automação do Inatel Leonardo
 Augusto Amaral, 22, conta que a impressora
 3D surgiu da necessidade de manutenção de 
um outro projeto. “Desenvolvi um drone e, por 
causa de algumas quedas e a necessidade de 
repor peças que seriam muito caras para importar, 
comecei a pesquisa com as impressoras 3D”, conta.
Após oito meses de dedicação na construção
 do equipamento e com demanda crescente 
nas encomendas de objetos como suportes para 
smatphones e tablets, Amaral diz que resolveu 
mudar seu foco para a área de saúde.
“Com a orientação do professor da faculdade chegamos 
ao material para a impressão, que é o PLA (ácido poliláctico),
 um polímero natural e biodegradável que não polui e não
 causa rejeição no corpo”, afirma. De acordo com o estudante,
 o material também possui propriedade termomoldável, 
ou seja, modifica sua forma em água quente.
 “É possível fazer o formato específico de uma
 mão com tendinite, por exemplo. Após o uso, 
se quiser reaproveitar o material, basta colocar na
 água na temperatura ideal – até 65 graus – que a 
órtese volta a poder ser modificada”, explica Amaral.
Futuro. Por enquanto, como a impressora usada pelo 
estudante é pequena, Amaral conta que está limitado 
a produção de peças com cerca de 20 cm, como 
órteses de calcanhar, pé, antebraço, mão e pulso, 
mas o estudante acredita que a ideia pode
 revolucionar o mercado.
“Atualmente, esses produtos, além de caros, 
são de difícil acesso porque você não produz em série. 
No caso da impressora, é possível produzir uma órtese personalizada
 em duas horas e com o custo bem reduzido”,
 diz ele. Os produtos chegam a custar de
 R$ 5 a R$ 10, e os moldes saem por, no máximo, R$ 20.
Programação

A feira. A 33ª Feira Tecnológica do Inatel (Fetin) 

será realizada de hoje até o próximo sábado, 

em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. 

Os 46 projetos inscritos são de várias áreas


Outro projeto inovador que será apresentado durante
 a feira é a cadeira ortostática dinâmica desenvolvida 
pelo estudante de Engenharia de Biomédica, Walef Ivo Carvalho.
 O projeto, iniciado com um grupo de amigos ainda
quando estudava na Escola Técnica de Eletrônica,
 teve seu protótipo aprimorado depois que o
 pai do aluno sofreu um trauma na coluna, 
ficando dependente de uma cadeira de rodas.

 “Consegui a doação de motores e, agora, além 
de conseguir se levantar, o deficiente físico irá se
 movimentar com o auxílio da cadeira”, disse Carvalho.
 O projeto foi apresentado este mês no Congresso 
Brasileiro de Engenharia Biomédica e já foi
 reconhecido pela Yale and Engineering Association
 University e pela Secretaria Brasileira da
 Pessoa com Deficiência.
Projetos preocupados com a sustentabilidade e
 economia de água também fazem parte da
 programação. O Aqua Mundi foi desenvolvido 
pela estudante Tatiana Volpato, que propõe a 
reutilização da água salgada de maneira sustentável.
 “A osmose reversa, aplicada atualmente,
 utiliza um polímero altamente poluente”.

fonte: O Tempo

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