sexta-feira, 29 de março de 2013

Entenda a dor fantasma, ilusão que machuca de verdade

A ciência busca compreender a dor fantasma, fenômeno que leva pessoas amputadas a ter sensações desagradáveis no membro extirpado

 
Kirsty Mason, integrante do estudo: queimação no braço amputado só passa quando ela o 'coloca' no freezer (UNIVERSIDADE DE OXFORD/DIVULGAÇÃO)
(Descrição imagem: Kirsty Mason, integrante do estudo: queimação no braço amputado só passa quando ela o 'coloca' no freezer)
Brasília
– Em meados do século 16, o cirurgião francês Ambroise Paré estava habituado a fazer amputações. Trabalhando para o Exército, costumava extirpar braços e pernas feridos irreparavelmente no campo de batalha. O que muitos soldados começaram a relatar, porém, foi uma novidade. “É uma coisa maravilhosa e estranha. Eu dificilmente acreditaria se não tivesse visto com meus próprios olhos e ouvido dos pacientes que, muitos meses depois de ter suas pernas cortadas, eles ainda sentiam uma grande dor no membro amputado”, escreveu. Mais tarde, outros cirurgiões escutariam as mesmas queixas: a de que um membro “fantasma” surgia no lugar do arrancado. Não era uma simples ilusão de ótica. A parte do corpo podia não estar mais lá, mas as dores eram incrivelmente reais.
Ainda hoje, esse fenômeno intriga a medicina. Por muito tempo acreditou-se que as causas eram psicológicas: quanto maior a rejeição à cirurgia, maior a dor sentida. Contudo, atualmente, já se sabe que o problema é fisiológico. Com um conhecimento maior do cérebro e graças a tecnologias de imagem avançadas, que permitem visualizar a atividade dos neurônios dos pacientes, cientistas começam a desvendar os mecanismos por trás da dor fantasma.
Até agora, prevalece o modelo da má adaptação da plasticidade cerebral. Segundo essa ideia, diante da perda de um órgão, o cérebro tenta se reorganizar, mas essa reestruturação não dá certo. A região que representa o membro amputado começa a responder a estímulos de áreas próximas, como a face. Qualquer sensação tátil no rosto, por exemplo, como um toque ou uma coceira, provocaria a ativação dos neurônios relacionados à parte do corpo extirpada. Essa confusão no cérebro resultaria na dor em um membro que não existe mais.
“As pessoas nascem com um mapa de seu corpo ‘impresso’ no cérebro. Depois da amputação, a representação da parte do corpo ainda existe, como um tipo de memória sensorial. Mas o mapa fica distorcido e, segundo algumas pesquisas, é essa reorganização que está relacionada à dor”, explica Gary Duncan, pesquisador do Departamento de Fisiologia da Universidade de Montreal, que está recrutando pacientes para um estudo sobre o fenômeno. “O que se tem procurado entender é como a plasticidade fomenta essa sensação, porque só assim poderemos oferecer efetivamente um alívio para esses pacientes. O estudo da dor fantasma também é muito interessante porque fornece diversas pistas a respeito do funcionamento do cérebro”, diz Duncan.
O pesquisador lembra que até 90% dos amputados relatam algum tipo de dor fantasma, mas nem sempre a sensação é apenas dolorosa. “Alguns dizem, por exemplo, que conseguem visualizar o membro amputado, conseguem mexê-lo e têm a impressão de até mesmo poder tocá-lo. Existe, na literatura médica, relatos de homens que tiveram o pênis extirpado e, ainda assim, podiam sentir uma ereção.” De acordo com ele, a sensação de presença da parte retirada pode acontecer mesmo quanto a órgãos internos, como o apêndice.
Soldado em reabilitação: médicos militares descobriram o fenômeno (JOHNMOORE/GETTY IMAGES/AFP - 7/8/12)
(Descrição imagem: Soldado em reabilitação: médicos militares descobriram o fenômeno)
Outra hipótese

Para uma equipe de pesquisadores da Universidade de Oxford, o modelo da má adaptação da plasticidade cerebral está equivocado. Recentemente, eles publicaram um estudo na revista Nature Communications no qual defendem que a região do cérebro relacionada ao membro extirpado não responde aos estímulos de outras partes do corpo. Ela simplesmente continua completamente preservada. Assim, de acordo com esses pesquisadores, quando um amputado recebe um estímulo tátil no rosto, por exemplo, a área cerebral do membro retirado não vai ser acionada, desencadeando a dor. Eles admitem que a amputação provoca mudanças funcionais no cérebro e mesmo alterações no volume de massa cinzenta – algo que já foi constatado na autópsia de pessoas amputadas –, mas não acreditam que o motivo do sofrimento fantasma seja a reorganização malfeita dos neurônios.
Em vez disso, os cientistas de Oxford defendem que a dor é causada por uma desregulação no sistema sensorimotor dos amputados. Como o mapa cerebral mantém a representação perfeita do órgão extirpado, o cérebro “pensa” que a parte do corpo removida ainda está lá. Com isso, manda ordens para que ela se movimente ou experimente sensações, como coceira e ardência. Mas, como esse membro só existe no mapa mental, a ordem não pode ser obedecida. A interação entre estímulo e resposta é desregulada e, em consquência, o paciente sente dor.
“No nosso estudo, constatamos que, quanto mais preservada a representação do membro, maior a dor. Essa interrupção entre o real e o imaginário é seguida pela sensação dolorosa”, afirma Tamar Makin, pesquisadora do Centro de Ressonância Magnética Funcional da Universidade de Oxford e principal autora do estudo. Ela admite, contudo, que ainda não é possível dizer por que a interrupção entre o sistema sensorial e o motor causa dor.
Na pesquisa, participaram 41 pessoas: 18 que tiveram um braço amputado, 11 que já nasceram sem um dos membros e 22 voluntários com ambos os braços. Durante a ressonância magnética, exame que mostra a atividade do cérebro, os cientistas pediam para que as pessoas mexessem ou imaginassem que estavam movimentando a mão. Mesmo aqueles que perderam o membro há quase 20 anos exibiram uma ativação de neurônios igual aos dos participantes que tinham os dois braços.
“Isso mostra que a representação funcional da mão amputada foi preservada. É interessante notar que os pacientes que relatam maior intensidade e frequência da dor fantasma foram aqueles com maior ativação. Então, quanto mais forte é a representação do membro no mapa cerebral, mais dor ele vai sentir”, conta Tamar. O exame revelou que os participantes do estudo que nasceram sem o braço também têm uma imagem dessa parte do corpo no cérebro, mas nunca sentiram a dor fantasma. A cientista acredita que isso ocorre por eles não terem uma memória sensorial desse membro.

Unhas no gelo

“Sinceramente, não sei se poderemos ajudar os pacientes a partir dessas descobertas, mas acredito que, se nossos resultados forem confirmados em futuras pesquisas, haverá uma mudança de paradigma importante para conduzir tratamentos adequados”, diz Tamar Makin. Uma das participantes do estudo, que espera se beneficiar dos resultados, é Kirsty Mason, de 22 anos. A jovem, que perdeu o braço direito há quatro anos, depois de desmaiar e cair nos trilhos de um trem, contou à equipe de pesquisadores que sente arrepios e beliscões no membro fantasma, além de uma dor constante, da qual consegue se esquecer quando está ocupada. O grande problema, disse Mason, é uma forte sensação de queimação, que beira o insuportável. Nesse caso, ela coloca o braço dentro do freezer, o que produz alívio. Segundo a jovem, embora não possa ver a mão, ela sente perfeitamente as unhas arranharem o gelo.
O cirurgião Thomas Weiss, professor da Universidade de Jena, na Alemanha, explica que as terapias para dor fantasma são, até agora, ineficazes e com muitos efeitos colaterais. “Geralmente, os médicos receitam remédios fortes para dor, como opioides. Ocorre que esses medicamentos não só têm baixíssima eficácia como podem causar dependência”, diz. Defensor da teoria do mal funcionamento da plasticidade cerebral, Weiss inventou uma prótese para pessoas com a mão amputada que transmite para o cérebro as informações sensoriais e, de volta, recebe o impulso motor.
De acordo com ele, os pacientes que usaram o equipamento experimental relataram uma melhora significativa nas dores, embora não se saiba se a prótese funcionaria para outros membros amputados. Para Weiss, independentemente de o cérebro se reorganizar de forma errada ou de a representação do membro ser a causa das dores, a ideia de substituir a parte do corpo extirpada por um equipamento com sensores pode corrigir a modificação das conexões cerebrais e permitir que o sistema sensorimotor funcione corretamente. “Em ambas as situações, ou em outras que a neurociência descobrir, a falta do membro afeta o cérebro. Por isso, me parece razoável que uma prótese que mimetize as funções da parte amputada consiga ‘enganar’ a mente, acabando com um desconforto que pode durar anos ou persistir por toda a vida”, diz.

Como uma parte do corpo

Cadeirante em competição: suporte percebido comosubstitutodas pernas (HUGH GENTRY/REUTERS - 14/10/12)
(Descrição imagem: Cadeirante em competição: suporte percebido como substituto das pernas)
A ideia de que uma prótese possa enganar o cérebro, como imaginado pelo cirurgião Thomas Weiss, professor da Universidade de Jena, não só é possível como foi constatada em uma pesquisa conduzida pela Universidade Sapienza, em parceria com a Fundação Santa Lucia, da Itália. Pesquisadores descobriram que até mesmo uma cadeira de rodas é percebida como parte do corpo de quem precisa usá-la constantemente. O estudo foi publicado no jornal Plos ONE.
Os 55 participantes da pesquisa sofreram danos na medula espinhal e todos eram cadeirantes. De acordo com os autores do artigo, desde que começaram a depender do suporte, independentemente de quanto tempo tinha se passado desde o acidente, os voluntários percebiam a cadeira de rodas como parte integrante do corpo, um processo conhecido na psicologia como incorporação.
Embora, evidentemente, eles saibam que o apoio é um objeto, a sensação física é a mesma que uma pessoa sem lesão na medula tem em relação às pernas. “A consciência corporal dessa ferramenta emerge não como uma extensão do corpo simplesmente, mas como um substituto e uma parte do ser funcional”, disse, em um comunicado, a neuropsicóloga especializada em reabilitação Mariela Pazzaglia, principal autora do artigo.
Estudos anteriores haviam indicado que pessoas com próteses que restauram os movimentos perdidos podem percebê-las como integrante de sua identidade física, mas não se sabia se essa sensação era causada pelo uso habitual ou por alguma adaptação do próprio cérebro. Para Mariela, a segunda hipótese é a mais provável, já que, aparentemente, o órgão se adapta a novos sinais sensoriais e incorpora as próteses no mapa de representações corporais. De acordo com o artigo, o resultado poderá ter implicações para as terapias de reabilitação de pessoas que perderam membros ou movimentos. (PO)
(fonte: Estado de Minas, por Paloma Oliveto)

quinta-feira, 21 de março de 2013

MARIEN, AIXA CARRETERO E A VIDA COM SOL!

(descrição imagem: Sol, Aixa e Analiz)

Aixa Carretero, atriz e bailarina flamenca, solteira, 28  anos, mãe de Marisol,  9 anos, portadora da Síndrome de Down, e de Analiz, 1 ano e 5 meses (todas naturais de BH/MG)
nos presenteou neste Dia Internacional da Síndrome de Down, com um depoimento e delicada carta à Sol, falando ao nosso Eficiência Especial e seus leitores.
Exemplo especial de mãe e filha!
Aixa é irmã da Big Brother Marien, modelo e dançarina flamenca que teve como meta o programa, para gerar renda ao tratamento da sobrinha e afilhada. Ela também nos traz suas palavras. Confira a seguir.

Meus dias com a Sol comecam bem cedinho, agora estamos na fase de fazê-la obedecer mais, anda bem rebeldizinha, mas não é que uma mudança em mim muda muita coisa no comportamento dela?? Feliz em ter descoberto a fórmula rs. Ela acorda e faz tudo direitinho, toma seu café da manhã, escova os dentes, troca de roupa e toda animada vai as atividades dela. Agora ela esta fazendo  trabalho com  a fonoaudióloga, aulas de dança e atividades no computador, uma princesa! E está aguardando a vaga pra voltar a fazer a equoterapia que ela tanto adora. Nos dias que não tem nada de manhã, brincamos juntas, eu ela e Analíz, sua irmãzinha. E, vemos desenhos, o preferido do momento e Calliou... depois almoçamos todas juntas e a Sol se arruma toda pra ir a escola, até perfume passa. É ela quem leva a irma na escolinha pra depois ela ir pra dela. Quando volta da escola, tem um dia que ela tem psicopedagoga, conversamos muito pra saber o que fazer pra que a Sol fique cada dia mais independente e obediente rsrs Quando não tem compromissos vamos à alguma pracinha, ou na escola de danca ver a vovó dar aulas de Flamenco ou,  ficamos em casa mesmo. Lá, brincamos de bola, de motorista e, algumas atividades didaticas pra que  ela se desnvolva cada vez mais. Ah!! dançar elas adoram, a Sol agora está ensinando a irmã, fofas! A Sol é apaixonada por musica, entra no carro e já coloca no ultimo volume e começa a cantarolar. Nos fins de semana, quando dá, vamos ao clube, ao parque, ao teatro, enfim... essa é nossa rotina.
 
Marisol, minha menina linda, ser sua mãe é um dos maiores presentes que pude receber na minha vida, com você aprendo a cada dia sobre o amor, o respeito às diferenças, e a superar os limites, ser mãe especial é ser mãe com uma entrega única, sinto uma alegria tão grande a cada conquista sua, só quem e mãe especial sabe do que estou dizendo.Você Sol, minha linda Sol, e uma crianca alegre, cativante que por onde passa deixa sua marca ali, ninguém nunca a esquece, é uma filha carinhosa, às vezes bem travessa e verdade, mas mamãe sabe que voce esta aprendendo a ser mais mocinha, afinal de contas agora você tem sua irmãzinha,  a Analíz, de quem você cuida como se fosse sua bonequinha!! Dá comida, ajuda a  dar banho, a trocar de roupa, você é uma irma exemplar!! ver vocês duas juntas é a coisa mais linda, pois, a Analíz te olha com tanto amor, sintonia perfeita!! Te amo infinito!!!! Eu e todos que estão a sua volta, Ah! Se titia Marien tivesse ganho esse BBB pra poder te dar tudo do bom e do melhor... mas sabemos que Deus vai proporcionar tudo de melhor a ela, para que possa realizar o sonho de ajudar nao só a você como a outros anjos, porque é isso que vocês são anjos, pessoas com apenas bondade no coração... Sol, obrigada por ter me escolhido pra ser sua mãe, te amo!
(Aixa Carretero)


(arte feita pela Big Brother Marien, em homenagem à sobrinha Marisol. Várias fotos de Sol e de Sol com Marien)


MOSTRE DE CARA QUE VC ACREDITA! Se vc acredita que a diversidade não é problema, é solução, se vc acredita que cada pessoa merece sua oportunidade de ser feliz, se vc acredita que somos capazes de acreditar e conviver com as diferenças e, que quanto mais gente se unir em torno dessa idéia, mais rapidamente chegaremos a uma sociedade justa, pacifica e igualitária, seja bem vindo!JUNTA SEU ROSTO A TODOS OS QUE, ALEM DE ACREDITAR, ESTÃO TOMANDO ATITUDES PARA MUDAR A CARA DO MUNDO! Muita gente já ouviu falar da Marisol minha sobrinha linda e amada que tem a síndrome e que só nos trás alegrias! Tenho muito orgulho!! TE AMO MUITO minha BONECA! HJ DIA 21 DE MARÇO DiA DA SÍNDROME DE DOWN!!!!  (Marien)
 

terça-feira, 19 de março de 2013

21/03: EVENTOS DO DIA INTERNACIONAL DA SINDROME DE DOWN, NO BRASIL


Confira os eventos agendados para celebrar o 21 de março, Dia Internacional da Síndrome de Down no Brasil, segundo a Federação Brasileira das Associações  Sindrome de Down:

domingo, 17 de março de 2013

FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

(descrição imagem: pessoas com deficiência no mercado de trabalho, desenho ilustrativo)
A Unimed-BH inicia em 1º de abril, a terceira turma de formação profissional para pessoas com deficiência. As inscrições para o programa estão até quarta-feira, dia 20/03. A iniciativa visa qualificar e formar profissionais com deficiência física, visual ou auditiva que tenham ensino médio completo. O curso tem duração de três meses e  carga horária de  quatro horas por dia. Durante o curso são abordados temas relacionados à comunicação, qualidade no atendimento, desenvolvimento pessoal, organização empresarial, segurança no trabalho, informática, português e matemática, entre outros. São 20 vagas. Informações adicionais e inscrições: www.unimedbh.com.br ou unimed@gruposelpe.com.br

Para a captação de inscrições, a Unimed-BH tem o apoio da empresa de Recrutamento Selpe, do Sine e de associações que reúnem pessoas com deficiência. A seleção dos participantes envolve análise de currículos, entrevista, avaliação psicológica, entre outros. Durante o curso, os alunos recebem uma bolsa-auxílio no valor de R$ 406,99, vale-transporte, lanche, seguro de vida e assistência médica.
A iniciativa é realizada pelo segundo ano consecutivo e foi estruturada em sintonia com o Programa de Responsabilidade Social Cooperativista, preparando os profissionais para o mercado, integrando e valorizando-os pela competência. “Nosso foco está além do cumprimento de cotas. Queremos ver nossos alunos superando suas limitações e vencendo os obstáculos”, destaca a gestora de Recursos Humanos, Lucianna Feres.
Desde 2008, os investimentos para a inclusão de profissionais com deficiência foram intensificados na Unimed-BH. Além de modificações na estrutura física das unidades, diversas ações foram planejadas para incentivar a divulgação das oportunidades. “Realizamos também ações para sensibilizar nossos gestores para o recrutamento e preparar as equipes para receber novos colaboradores. Uma delas foi um treinamento on-line sobre o tema “Convivendo com as diferença”, conta a gestora.

“Capacitamos nossos alunos para que eles cresçam profissionalmente e estejam aptos para integrar o mercado de trabalho. Nossa intenção, inclusive, é que eles permaneçam conosco após o curso, ingressando nas vagas disponíveis. Quando não são absorvidos de imediato, passam a compor o Banco de Talentos da Cooperativa”, afirma Lucianna Feres.


As atividades são promovidas em parceria com o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), que auxilia no estabelecimento do conteúdo do curso e disponibiliza instrutores para as aulas.
(fonte: UnimedBH)

#vaiariel! 'Dei aquele abraço nele', disse Ariel ao encontrar Sean Penn

Ariel Goldenberg viajou até os EUA e conseguiu conhecer astro americano.
Segundo ele, Sean Penn fez churrasco e passeou na praia com brasileiro.

*NOTA EFICIÊNCIA ESPECIAL:  #vaiariel! Nem sempre é Maomé que vai à montanha, às vezes é o contrário. O importante é acreditar que é possível alcançar o objetivo, quando se acredita nele,  quando acreditamos firmemente em algo, desde que esta verdade não coloque em risco o  bem de nada ou ninguém, é possível realizar. "Pedi e recebereis" e o universo realmente conspira a seu favor. Eu acredito nisso. Estou muito feliz por Ariel. Mais ainda por Sean Penn, que abriu seu coração para a sensibilidade do ser. Isso está além da fama, da vida terrena, é sagrado. Parabéns para os dois por este encontro de luz. Compartilhe e faça crer! Em tempo: assistam o filme! Excelente! (Márcia Francisco)



O astro americano Sean Penn abraça o protagonista de 'Colegas", Ariel Goldenberg, durante encontro em Los Angeles (Foto: Divulgação/Ariel Goldenberg)
(Descrição imagem: O astro americano Sean Penn abraça o protagonista de 'Colegas", Ariel Goldenberg, durante encontro em Los Angeles  - Foto: Divulgação/Ariel Goldenberg)

O ator Ariel Goldenberg realizou seu sonho e conheceu o astro americano Sean Penn, em Los Angeles, no Estados Unidos, nesta sexta-feira (15), segundo a diretora de comunicação do filme "Colegas", Aleksandra Zakartchouk. O casal foi recebido pelo astro em sua praia particular.

Goldenberg tem síndrome de Down e protagoniza o filme "Colegas" ao lado da esposa, Rita Pokk, também Down. O casal viajou para os Estados Unidos acompanhado por uma equipe da produtora Gatacine.
"Sean Penn é muito discreto. Foi assinado um contrato para que as fotos do encontro fossem divulgadas somente no página pessoal do Facebook do Ariel e vamos seguir as orientações. O mais importante é que ele realizou o sonho, foi muito emocionante para nós", diz Aleksandra.
Reprodução de mensagem no Facebook (Foto: Reprodução)
(descrição imagem: Reprodução de mensagem (leia a seguir) de ariel no facebook, com cena do filme, que mostra Ariel com braços erguidos, feliz, com céu ao fundo - exatamente cena da praia)
Na página do filme "Colegas" no Facebook, foi divulgada a seguinte mensagem:
"\o/ Uhuuuuuuuuuu!!! O sonho virou realidade em Hollywood! Nesta sexta-feira, Ariel finalmente conheceu seu grande ídolo! O astro Sean Penn recebeu Ariel, Rita e a equipe da Gatacine na praia particular que tem em sua casa em Los Angeles! Foi tudo super maravilhoso! Parabéns, Ariel! Você conseguiu mais uma vez! Estamos muito felizes e emocionados! :')"

Os atores foram para Los Angeles com a missão de encontrar Sean Penn, sem ao menos saber seu endereço. "Conheço o Ariel desde 2008 e nunca o vi tão emocionado como na véspera da viagem. Ele disse que também realizaria outro sonho: o de conhecer Hollywood." A previsão é de que o grupo retorne ao Brasil na segunda-feira (18).
Ariel lançou uma campanha nas redes sociais para trazer seu ídolo Sean Penn ao Brasil no dia da estreia do filme em 1º de março, porém ele não apareceu.  O vídeo intitulado "#vemseanpenn", em que famosos como Juliana Paes, Lima Duarte, Caio Castro e Gabriela Duarte apoiam a causa, teve mais de 180 mil visualizações em um dia.

O ator brasileiro Ariel Goldenberg disse ao G1 neste sábado (16) ter ficado emocionado ao abraçar seu maior ídolo, o astro norte-americano Sean Penn, que recebeu o protagonista do filme "Colegas" e a mulher, Rita Pokk, nesta sexta-feira em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Ariel disse que o encontro ocorreu na casa de Sean Penn, em Malibu. Direto de Los Angeles, ele contou ao G1 que, corajosamente, foi com a mulher e outros três brasileiros bater na casa do ator, sem ter hora marcada. “Primeiro quem me atendeu foi o jardineiro dele. Demorou um pouquinho e ele nos recebeu. Foi aí que eu dei aquele abraço nele”, disse Ariel.
O encontro durou cerca de quatro horas. Ariel precisou de intérprete para entender grande parte do que o ator americano disse, no entanto, afirma ter arriscado alguns diálogos.

“Falei em inglês, falei em espanhol. Ele ofereceu um belo churrasco, feito por ele mesmo. Depois fomos até a praia e ficamos lá um bom tempo. Passamos a tarde com ele e depois ele me deu de lembrança o certificado que recebeu do Oscar pelo filme “I am Sam” [“Uma lição de amor”, na versão em português] com um autógrafo", disse.

No filme "Uma lição de amor", de 2001, Sean Penn interpreta um homem com distúrbios mentais que cuida de sua filha. Ele foi indicado ao Oscar de melhor ator pela obra cinematográfica.


Goldenberg não revelou o que Sean Penn disse no encontro, no entanto, tal fato aumentou ainda mais sua vontade em seguir a carreira artística. “Eu saí de lá emocionado. Vou ser ator pelo resto da vida. Vou continuar com novela, seriado e continuar com cinema”, disse Ariel ao G1.

Segundo a equipe de produção que acompanha Ariel, foi assinado um acordo com o astro norte-americano em que o conteúdo gravado durante o encontro será disponibilizado posteriormente em uma rede social utilizada por Goldenberg.

'Vem Sean Penn'
O vídeo intitulado "#vemseanpenn", em que famosos como Juliana Paes, Lima Duarte, Caio Castro e Gabriela Duarte apoiam a causa de Ariel, convidando Sean Penn para vir a estréia do Filme 'Colegas" no Brasil , teve mais de 180 mil visualizações em um dia.
assista o vídeo.
(fonte: G1)

sexta-feira, 15 de março de 2013

Projetos de interesse das pessoas com deficiência são aprovados na Câmara Municipal em BH

A Comissão de Legislação e Justiça da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) apreciou na última quinta-feira (14/3), em primeiro turno,  projetos de lei com propostas que beneficiam pessoas com deficiência e o meio ambiente da capital.
De autoria do vereador Leonardo Mattos (PV), quatro projetos aprovados pela comissão tratam dos direitos das pessoas com deficiência. O PL 68/13 exclui os critérios econômicos para a plena fruição dos direitos previstos pela legislação municipal para as pessoas com deficiência. Já o PL 81/13 obriga as locadoras de veículos a adaptar pelo menos 2% da frota para atender a esse público; O PL 75/13 exige que as drogarias disponibilizem lista de medicamentos genéricos em braile; e o 79/13 amplia a licença maternidade e paternidade para servidores públicos pais de recém-nascidos com deficiência, múltiplos ou prematuros.
Todos os projetos aprovados continuam tramitando por comissões temáticas da Câmara Municipal.
(Fonte: Comunicação Leonardo Mattos)


CONCURSO DE MISS ESCOLHE CADEIRANTE MAIS BELA, NA HUNGRIA

 A Hungria realizou mais um concurso de beleza para cadeirantes. É a moda e a beleza valorizando a inclusão. Confira algumas informações e imagens:

Candidatas se preparam antes do início do concurso Miss Colours Hungria, onde apenas beldades cadeirantes disputaram a coroa, em Budapeste Bernadett Szabo/Reuters
Descrição imagem: Candidatas se preparam antes do início do
concurso Miss Colours Hungria, onde apenas beldades
cadeirantes disputaram a coroa,
em Budapeste Bernadett Szabo/Reuters
Candidatas se apresentam durante o concurso Miss Colours Hungria, onde apenas beldades cadeirantes disputaram a coroa, em Budapeste. Foto: Bernadett Szabo/Reuters
Descrição imagem: Candidatas se apresentam durante o concurso Miss Colours Hungria, Foto: Bernadett Szabo/Reuters
A partir da esquerda, Nikolett Almasi (3º lugar), Vanda Vasas (1º lugar) e Anita Vaczi (2º lugar) desfilam após a final do concurso Miss Colours Hungria, onde apenas beldades cadeirantes estavam entre as candidatas que disputaram a coroa, em Budapeste. Foto: Bernadett Szabo/Reuters
Descrição imagem:  A partir da esquerda, Nikolett Almasi (3º lugar),
Vanda Vasas (1º lugar) e Anita Vaczi (2º lugar) desfilam
após a final do concurso Miss Colours Hungria,
.Foto: Bernadett Szabo/Reuters
Vanda Vasas, 20, sorri após vencer o concurso Miss Colours Hungria, onde apenas beldades cadeirantes estavam entre as candidatas que disputaram a coroa, em Budapeste. Foto: Lajos Soos/Epa/Efe
Descrição imagem: Vanda Vasas, 20, sorri após vencer o
concurso Miss Colours Hungria Foto: Lajos Soos/Epa/Efe
Vanda Vasas, 20, sorri após vencer o concurso Miss Colours Hungria, onde apenas beldades cadeirantes estavam entre as candidatas que disputaram a coroa, em Budapeste. Foto: Lajos Soos/Epa/Efe
Descrição imagem: : Vanda Vasas, 20, sorri após vencer o concurso Miss Colours Hungria, Foto: Lajos Soos/Epa/Efe
(Fontes: Bol/ Deficiente Online)

quinta-feira, 14 de março de 2013

A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA É QUESTÃO DE CIDADANIA, GARANTIDA PELA CONSTITUIÇÃO

A inclusão de pessoas com deficiência é uma questão de cidadania, garantida pela Constituição’, diz CEO da AACD
Nos últimos dois anos, a sociedade brasileira incluiu em sua agenda os temas referentes às pessoas com deficiência e, a partir disso, começa a ficar claro que a inclusão dessa parcela da população é uma questão de cidadania. A avaliação é feita pelo CEO e superintendente geral da Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD), João Octaviano Machado Neto. “‘É necessário entender que as estruturas de acessibilidade não devem ser encaradas como um favor, uma caridade. Este é um direito garantido a todos pela Constituição”, diz.

(descrição imagem: João Octaviano, superintendente da AACD)
Para João Octaviano, o momento é positivo para o País avançar no setor, mas a sociedade tem a obrigação de respeitar e entender as diferenças, “porque pessoas com deficiência são, acima de tudo, pessoas. Não há coitados”, ressalta.
O superintendente da AACD afirma que, apesar de muitas conquistas, o Brasil ainda está atrasado, principalmente porque o preconceito coloca o deficiente em uma posição obscura, quase invisível. “Pessoas com deficiência têm habilidades que podem ser potencializadas. Um deficiente visual, por exemplo, pode atuar em uma função na qual a sua audição seja um diferencial”, defende Octaviano, citando a compensação dos sentidos, fenômeno comprovado em estudos científicos no qual o cérebro ‘fortalece’ determinado sentido humano para compensar a ausência de outro.
A exemplo de outros cidadãos atuante no setor – veja entrevistas publicadas neste blog  - João Octaviano afirma que a legislação brasileira voltada às pessoas com deficiência é completa e abrangente, mas há equívocos na aplicação. “Ninguém se preocupou em capacitar essas pessoas”. Ele cita como bons exemplos os projetos: Viver Sem Limites e Pronatec (veja os vídeos abaixo).




(Fonte: Estadão/Vencer Limites/Luiz Ventura)

ANDREW PARSONS É REELEITO PRESIDENTE DO COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO

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descrição imagem: Parsons fica no cargo até 2017, uma vez que a entidade tem limite de uma reeleição

Em Assembleia realizada na tarde desta quarta-feira, 13, em Brasília (DF), o atual presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, foi reeleito por aclamação para comandar a entidade nos próximos quatro anos. Ele encabeça chapa única, que conta com os vice-presidentes Mizael Conrado e Ivaldo Brandão. De acordo com o estatuto do CPB, o mandatário tem direito a uma reeleição. Parsons assumiu o comitê em 2009, portanto, não poderá concorrer no pleito de 2017.
“O novo mandato é a oportunidade de darmos continuidade a um trabalho que vem dando certo. Conseguimos trazer o atleta para o centro das ações e vamos continuar investindo na base, na valorização dos profissionais e na melhoria da estrutura. Temos uma meta ambiciosa e agressiva pra os Jogos do Rio-2016, que é o quinto lugar. As medalhas não significarão apenas vitória para o Brasil, mas uma vitória para as pessoas com deficiência do nosso país”, declarou Parsons.
O presidente apresentou em assembleia, aberta à imprensa, os resultados do último quadriênio nos âmbitos esportivos, administrativos e financeiros. Ele também mostrou a previsão orçamentária do CPB para o ano de 2013, que gira na casa de R$ 100 milhões.

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(descrição imagem: na assembléia)

“O orçamento previsto para o próximo quadriênio é maior do que havíamos estimado inicialmente, o que nos ajuda na tentativa de chegar ao quinto lugar no quadro de medalhas dos Jogos Paralímpicos do Rio-2016”, afirmou Parsons.
Em seu primeiro mandato (2009-2013), a verba destinada ao esporte paralímpico foi de R$ 175 milhões, quase R$ 44 milhões por ano. No ciclo anterior, entre 2005 e 2008, o orçamento total fora de R$ 77 milhões. O aumento se deve às parcerias com o Governo Federal por meio do Ministério do Esporte, o Governo do Estado de São Paulo, a Prefeitura do Rio de Janeiro e os patrocínios da Caixa Econômica Federal e Infraero.
Outro avanço foi na quantidade de pódios alcançados nos Jogos Paralímpicos. De Pequim-2008 a Londres-2012, o Brasil saltou do nono para o sétimo lugar no quadro de medalhas, com 21 ouros contra 16 nos Jogos da China.
“Quero agradecer à diretoria executiva do Comitê Paralímpico Brasileiro, aos conselhos Deliberativo, Fiscal e de Atletas, aos presidentes de confederações e aos funcionários do CPB por confiarem no nosso trabalho e pelos quatro anos de conquistas e marcas históricas que o movimento paralímpico brasileiro presenciou. Estamos prontos para os próximos quatro anos”, avisou  Parsons.
Foram eleitos para o Conselho Fiscal como presidente Hélio dos Santos, titulares Mário Sérgio Fontes e Nelson Prado, e como suplentes Misael Gonçalves, Marcelo Doniseti e Artur Cruz Gomes. Para o Conselho Deliberativo, Wacles Figueiredo e Márcia Campeão e como representante das confederações olímpicas, Jesus Thomaz.
Além de presidentes e representantes da confederações de esportes paralímpicos do país, as deputadas federais Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Rosinha da Adefal (PT do B-AL) também estavam presentes na assembleia. “O Brasil exala superação e muito disso acontece pelo esporte. Parabenizo o CPB pela serenidade com que trata o esporte e a energia que passa a todos os brasileiros”, disse Mara Gabrilli.
Parcerias para 2016
Nova diretoria Executiva do CPB
Descrição imagem: Nova diretoria Executiva do CPB

Novo membro da Diretoria Executiva, o vice-presidente Ivaldo Brandão, ex-presidente da Ande (Associação Nacional de Desportos para Deficientes) quer acrescentar à equipe com sua experiência na área técnica.
“Em time que está ganhando não se mexe e entro para esse time vencedor para contribuir”, ressaltou Brandão logo após a eleição.
Pela primeira vez com voto na Assembleia Geral, o Conselho dos Atletas foi representado pela presidente Simone Silva, que ficou bastante emocionada com o momento histórico.
“O atleta é peça fundamental no CPB e conquistamos espaço para falar, participar das discussões e tomadas de decisões. A emoção deste momento é grande, mas é ainda maior a responsabilidade”, afirmou Simone, deficiente visual e ex-atleta do goalball e do atletismo.
Para a presidente da Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas (CBBC), Naise Pedrosa, o último mandato da Diretoria Executiva foi um sucesso que tende a continuar.
“A CBBC e o CPB são grandes parceiros e vamos continuar caminhando juntos nesses próximos quatro anos, rumo a 2016”, comemorou.
(Fonte: Comunicação CPB )

terça-feira, 5 de março de 2013

BERNARDO FRÓES E SUA MÃE MERCÊS - MUITO ALÉM DA PARALISIA CEREBRAL

Na experiência diária da inclusão, Bernardo Fróes Bicalho e sua mãe Mercês (BH/MG) compartilham conosco experiências do convívio com a paralisia cerebral.
Solicitei estes depoimentos, pessoalmente, porque, tenho muita honra em conhecer o Bernardo, um ser humano muito especial que aos 28 anos já tem muita história para contar. A maior delas é revelada em seu olhar: ser feliz é acreditar.
Márcia Francisco
(descrição imagem: Bernardo Fróes e seus pais, José Afonso e Mercês - foto: Sylvio Coutinho)
"Sou Bernardo Fróes Bicalho, tenho 28 anos, sou jornalista e nasci com paralisia cerebral. A minha teoria (nunca comprovada e nem desmentida) é que minha mãe levou um susto com a morte de tios e primos, em um acidente, por que foi ela quem atendeu ao telefone da polícia, fazendo essa comunicação. Eles tinham vindo do interior esperá-la, pois, depois de quatro anos morando na Inglaterra, estava voltando definitivamente.
Nasci com oito meses e, segundo minha mãe, demorei um pouco para chorar. Fiquei algumas horas na incubadora, só depois pude ir embora da maternidade.  
No primeiro dia de aula em todas as escolas por onde passei, sofri preconceito de alunos e, principalmente, de professores que não sabiam lidar com as minhas dificuldades (na fala e no caminhar). No entanto, com meu bom humor e minha inteligência, não deixei isso transparecer para essas pessoas e as cativava tanto que, nos dias seguintes, elas viam que eu era como todos os outros, mas tinha algumas limitações.
 Junto comigo, sempre, nessa caminhada da vida, estava minha família e meus amigos. Um anjo que caiu na minha vida foi Marcos Noronha, que era casado com a irmã da minha mãe. Ele me apoiou em tudo e, como os outros da família, me tratava de igual para igual, e não como um adulto e uma criança.
 Casos inusitados:
 Uma vez, no Hospital Semper, um homem perguntou para minha mãe: “Ele é tetraplégico?”
 Eu fui com meu pai e minha mãe em um barzinho perto da minha casa. Como sou muito comunicativo, sentei-me à mesa de um casal, ao lado da nossa, para conversar com eles. Ao voltar para a minha mesa, a mulher foi até lá e comentou com minha mãe: “Tenho dois primos que nasceram com esse problema e um deles até morreu”. Depois perguntou: “Você tem só ele de filho?” Minha mãe falou: “Não. Tenho mais um, mais novo” e ela perguntou: “Ele é normal?” Um detalhe: Ela manca. Então eu fiquei pensando: o que é ser normal para ela?
 Estava na casa de uma amiga, com Marcio Levy, meu professor de música. Depois de cantarmos, eu tocar e conversar, um parente da dona da casa (que nunca tinha me visto) perguntou para o Marcinho: “Qual o problema dele?” e ele, que é cruzeirense, respondeu: “É atleticano”.
Almoçando com o Adriano, meu irmão, em um restaurante perto de casa, eu pedi algo para beber e a garçonete perguntou para ele: “Ele vai querer copo?” Depois que ela saiu, eu perguntei para ele: “Será que ela achou que eu sou mudo?”
 A minha maior dificuldade, hoje, é não poder andar sozinho pela cidade, por causa dos passeios irregulares, degraus existentes e atravessar a rua. Eu caminho aqui perto de casa e só vou pelo lado direito quando estou sozinho, pois o passeio do lado esquerdo é mais irregular. Adoro caminhar, mas raramente encontro pessoas que gostem de andar a pé. Dentro de casa, só tenho dificuldade de mexer no fogão e, por exemplo, tirar um prato de vidro do micro-ondas, porque tenho medo de me queimar e quebrar o prato.
 Já consigo calçar sapato sozinho (o que até pouco tempo era um empecilho), pois esse novo possui velcro.
 Evito pegar táxi de pessoas desconhecidas, pois tenho receio de que eles não me ajudem a descer quando chego ao destino."   
(Bernando Fróes - BH - MG) 
"Tenho uma vontade muito grande de encontrar grupos de pessoas especiais para que o Bê troque experiências com elas.
O Bernardo sempre facilitou muito a vida dele e a nossa, por ser bem-humorado, lutador, resiliente. Raramente se queixa das coisas, sempre procurando se adaptar às situações, porém de uma maneira criativa e positiva. Nunca, passivamente.
Demorou a conseguir caminhar, tem um desequilíbrio que o limita. O desenvolvimento intelectual foi sempre ótimo. Falou cedo, um dos primeiros a ser alfabetizado na turma, sempre gostou de leitura, participativo. Imagino como precisou ser forte para superar estas dificuldades, principalmente a fala, para conquistar estas coisas. Sabemos que temos professores com pouca formação para lidar com o diferente e que crianças costumam ser maldosas em algumas fases de seu desenvolvimento. Ele não desanimou, nunca quis deixar de ir à escola. Tinha certa tristeza quando precisava mudar de escola (e mudou muitas vezes porque escolhíamos escolas menores para que ele tivesse atenção mais adequada, mas elas não ofereciam os cursos seguintes), porque precisava lidar com a adaptação das pessoas às dificuldades dele.
Fez o curso de jornalismo e já fez dois cursos de pós-graduação. No momento, ainda está escrevendo uma dissertação para o curso de Língua Portuguesa, que fez na PUC e tem trabalhado numa empresa familiar, que acabou de ser montada, na área de agronegócios. Fará a parte de marketing, mas ajuda também na parte operacional, ligada à informática.
Já fez um estágio na Câmara Municipal de BH e até hoje tem amigos que fez lá. Não conseguiu, até o momento, um emprego na área de seu interesse.
Hoje tem um grupo de amigos criado por ele mesmo, pessoas sensíveis, inteligentes. Felizmente o telefone e o computador estiveram do nosso lado!
É muito querido por todos da família. Conquista as pessoas pelo já referido bom-humor e também pela enorme sensibilidade. Se preocupa com cada amigo, está sempre atento aos sucessos e situações difíceis de cada um. Dá muita atenção e carinho aos idosos. Também adora crianças. É extremamente discreto e sempre disposto a ajudar.
Cobra pouco e faz muito. Se estamos todos ocupados em casa (é uma família em que, pelas características das profissões, ocupa muito tempo com o trabalho), ele também procura se envolver com alguma leitura, computador, TV, telefone, mesmo que o desejo maior seja o de sair, encontrar pessoas.
Tem a alma de artista, é sonhador e está rodeado por pessoas mais operacionais. Por mais que haja uma grande vontade de ambos os lados de suprir as necessidades uns dos outros, sabemos que não acontece na proporção desejada.
Tem grande interesse pelo teatro (que gostaria de ter estudado e não conseguimos encontrar oportunidade), adora o contato com pessoas, chegando a demonstrar uma certa carência, abraçando muito."
(Mercês, mãe de Bernardo Fróes)



segunda-feira, 4 de março de 2013

BH RECEBE COPA BRASIL DE ESGRIMA EM CADEIRA DE RODAS

(descrição imagem: cadeirantes em competição de esgrima)
Competição reunirá os melhores esgrimistas em cadeira de rodas do País na capital mineira, entre os dias 8 e 10 de março A cidade de Belo Horizonte (MG) receberá pela primeira vez uma competição de esgrima em cadeira de rodas. A Copa Brasil da modalidade reunirá 32 atletas de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo no salão do Ouro Minas Hotel, entre os dias 8 e 10 de março.
Entre os competidores estará o medalhista de ouro nas Paralimpíadas de Londres-2012, Jovane Guissone. O gaúcho que foi o primeiro brasileiro a subir ao pódio em uma edição dos Jogos na modalidade, se prepara para sua primeira competição internacional após Londres, a Copa do Mundo de Montreal, no Canadá, no mês que vem.
A competição em Belo Horizonte será importante para a definição da Seleção Brasileira que representará o País no Canadá.
Com patrocínio da Caixa Loterias, a Copa Brasil de Esgrima em Cadeira de Rodas tem duas etapas. A próxima acontecerá em junho, em São Paulo (SP).
I Copa Brasil de Esgrima em Cadeira de Rodas 2013
Local: Ouro Minas Hotel – Avenida Cristiano Machado, 4001 – Palmares, Belo Horizonte (MG)

Programação
DIA 8: SEXTA-FEIRA
• 9h: Competições – Florete Masculino A, Espada Feminina A, Espada Masculina B, Florete Feminino B, Florete Masculino C e Espada Feminina C
• 17h: Finais do dia

DIA 9: SÁBADO
• 9h: Competições – Espada Masculina A, Florete Feminino A, Florete Masculino B, Espada Feminina B, Espada Masculina C e Florete Feminino C
• 17h: Finais do dia

DIA 10: DOMINGO
• 8h: Competições – Provas por Equipe Masculina e Feminina
• 12h: Finais e Cerimônia de Premiação

(fonte: CPB)

PRIMEIRA ETAPA DO CIRCUITO PARALÍMPICO CAIXA LOTERIAS 2013

(descrição imagem = atleta em prova de natação - foto: Guilherme Taboada)

O ciclo paralímpico para os Jogos do Rio-2016 começou em grande estilo. Neste final de semana, 2 e 3, o Rio de Janeiro recebeu a Etapa Regional Rio-Sul do Circuito Caixa Loterias 2013, a primeira competição do calendário deste ano.
Os 400 atletas do Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul enfrentaram chuva fina e céu nublado no sábado, e sol forte no domingo carioca, mas ainda assim obtiveram grandes resultados. Foram estabelecidos sete recordes nacionais, sendo seis no atletismo.
A velocista Suéllen Marcheski de Oliveira, de apenas 14 anos, não estabeleceu nenhuma marca nacional nova, mas voltou para casa, no Balneário Camboriú, em Santa Catarina, com três medalhas de ouro.
Ela foi a melhor nos 100 m, 200 m e 400 m na classe T37, para atletas com paralisia cerebral e dificuldades de movimento em dois membros. Além disso, atingiu índice para representar seu clube, a Afadefi, nas etapas nacionais do Circuito Caixa Loterias 2013, a partir do segundo semestre. “Vou chegar em casa com uma lembrancinha do Cristo Redentor, que comprei, e três medalhas que conquistei”, vibrou Suéllen.
Imagens do evento: www.fotocom.net 
O atleta Adriel de Souza foi um dos destaques na natação. O carioca, que treina pelo Vasco, é uma das novas promessas para 2016. Com apenas 15 anos ele conquistou três medalhas.
“Nado desde que nasci, a natação é um esporte que traz muitos benefícios. Sonho em ser um grande atleta e representar o Brasil em 2016″ empolgou-se Adriel. Ele conquistou duas medalhas de prata, nos 50m e 100m livre, e bronze nos 50m borboleta
Thayla Becal, de 22 anos, estava muito contente com os resultados. A nadadora de Borrazópolis, Paraná, ficou tetraplégica há três anos em um acidente de carro. Ela acredita que seu sonho de integrar a seleção pode estar mais perto. Thayla levou pra casa duas medalhas de prata.
A Etapa Regional Rio-Sul marcou, também, a estreia de uma nova prova no atletismo. O lançamento de club, que atende às classes de atletas com grau de mobilidade mais severo.
“O Circuito é de enorme importância, pois forma a base de atletas. É uma competição que filtra, que traz a renovação. É a oportunidade para muitos mostrarem seu potencial na modalidade e conquistarem seu lugar na Seleção Brasileira. Fazemos questão que os técnicos nacionais das modalidades estejam presentes. Eles funcionam como observadores”, explica Edilson Alves Tubiba, diretor técnico do CPB.
 Os resultados podem ser conferidos no site: http://www.neocompeticao.com.br/circaixariosul 
Confira, abaixo, o calendário do Circuito Caixa Loterias 2013:
Calendário Circuito Caixa Loterias
Etapas regionais
Rio-Sul (Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) 
Data: 2 e 3 de março
Local: Rio de Janeiro (RJ)

Norte-Nordeste (Pará, Amazonas, Maranhão, Roraima, Amapá, Tocantins, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Paraíba, Piauí, Ceará, Alagoas e Sergipe) 
Data: 22 a 24 de março
Local: Manaus (AM)

São Paulo 
Data: 13 e 14 de abril
Local: São Paulo (SP)

Centro-Leste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Rondônia, Minas Gerais e Espírito Santo)
Data: 18 e 19 de maio
Local: Uberlândia (MG)

Etapas nacionais (atletismo, halterofilismo e natação)
7 a 9 de junho – São Paulo (SP)
13 a 15 de setembro – Porto Alegre (RS)
8 a 10 de novembro – Fortaleza (CE)

(fonte: CPB)