Descrição
imagem: Laura Ward, 41, atribuía o excesso de peso aos medicamentos,
mas
conseguiu perder mais de 13
kg praticando aeróbica
Nova York, EUA. As pessoas que têm doenças mentais graves,
como esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressão grave, são, pelo menos, 50%
mais propensas a ter excesso de peso ou obesidade que a população em geral.
Além disso, elas também tendem a morrer mais cedo, tendo como causa principal a
incidência de doença cardíaca.
No entanto, a alimentação e a prática de exercícios
geralmente ficam em segundo plano no tratamento de suas doenças, já que a
prioridade acaba sendo dada à condição psiquiátrica. Outro fator que influencia
no peso dessas pessoas é o fato de os medicamentos usados, como
anti-depressivos e antipsicóticos, poderem aumentar apetite e peso.
“O próprio tratamento contribui para o problema da
obesidade. Nem todas as drogas fazem isso, mas isso fez com que a questão da
obesidade se agravasse na última década”, analisa Thomas R. Insel, diretor do
Instituto Nacional de Saúde Mental, nos Estados Unidos.
Controlar o peso das pessoas com condições psiquiátricas tem
sido uma questão difícil para os especialistas em saúde mental. Uma análise dos
programas de promoção da saúde para esses pacientes, publicada em 2012 por
pesquisadores de Dartmouth, concluiu que, em 24 estudos bem-elaborados, a
maioria das pessoas alcançou uma perda de peso estatisticamente significativa,
mas muito poucas alcançaram uma “perda de peso clinicamente significativa”.
Outro lado. Já um estudo
publicado online no periódico “The New England Journal of Medicine”, em março,
divulgou as evidências mais abrangentes já disponibilizadas de que as pessoas
com doença mental grave podem perder peso, apesar dos desafios. Cerca de 300
pessoas com esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno esquizoafetivo ou
depressão foram distribuídas em um grupo de controle que recebeu uma
alimentação básica e informações sobre a prática de exercícios, e outro cujos
membros se exercitavam juntos e participavam de sessões de controle de peso.
Após 18 meses, a diferença média entre os grupos foi de
apenas 3,5 kg ,
mas estudos mostram que isso já é suficiente para reduzir os riscos
cardiovasculares. Cerca de 38% dos participantes do grupo de intervenção
perderam ao menos 5% do seu peso inicial, em comparação com apenas 22,7% dos
membros do grupo de controle. A diferença entre os dois grupos poderia ter sido
ainda maior, já que o grupo de controle se beneficiou de um dos aspectos da
intervenção: as escolhas alimentares mais saudáveis oferecidas nos dez
programas psiquiátricos em que o estudo foi realizado, como peixe cozido em vez
de frito.
Laura Ward, 41, sempre atribuiu seus quilos em excesso aos
medicamentos contra depressão grave que tomava. Então ela, que tem 1,67 m e já chegou a pesar 100 kg , não tentava
emagrecer nem evitava cair em armadilhas da alimentação, como o frango frito.
Porém, em um ensaio clínico, Laura conseguiu perder mais de 13 kg praticando aeróbica de
baixo impacto três vezes por semana. Durante o experimento, que durou 18 meses,
ela introduziu couve-flor em sua dieta e, pela primeira vez, sentiu dores após
fazer exercícios físicos. Ela e os demais participantes frequentaram sessões de
aconselhamento, com as quais aprenderam a recusar comidas sem qualidade
nutricional e escolher porções menores. Laura também reduziu sua quantidade
diária de refrigerante de 8 l
para 2 l
diários. “Se fossem apenas os medicamentos, nunca teria perdido todo esse
peso”, diz.
(fonte: New
York Times/O Tempo)
(*nota Eficiência Especial, para refletir:o olhar atento
aos cuidados com a saúde integral, pode fazer a diferença.)
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