quinta-feira, 30 de maio de 2013

Pessoas com doenças mentais têm maior chance de sobrepeso


Descrição imagem: Laura Ward, 41, atribuía o excesso de peso aos medicamentos, 
mas conseguiu perder mais de 13 kg praticando aeróbica

Nova York, EUA. As pessoas que têm doenças mentais graves, como esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressão grave, são, pelo menos, 50% mais propensas a ter excesso de peso ou obesidade que a população em geral. Além disso, elas também tendem a morrer mais cedo, tendo como causa principal a incidência de doença cardíaca.
No entanto, a alimentação e a prática de exercícios geralmente ficam em segundo plano no tratamento de suas doenças, já que a prioridade acaba sendo dada à condição psiquiátrica. Outro fator que influencia no peso dessas pessoas é o fato de os medicamentos usados, como anti-depressivos e antipsicóticos, poderem aumentar apetite e peso.
“O próprio tratamento contribui para o problema da obesidade. Nem todas as drogas fazem isso, mas isso fez com que a questão da obesidade se agravasse na última década”, analisa Thomas R. Insel, diretor do Instituto Nacional de Saúde Mental, nos Estados Unidos.
Controlar o peso das pessoas com condições psiquiátricas tem sido uma questão difícil para os especialistas em saúde mental. Uma análise dos programas de promoção da saúde para esses pacientes, publicada em 2012 por pesquisadores de Dartmouth, concluiu que, em 24 estudos bem-elaborados, a maioria das pessoas alcançou uma perda de peso estatisticamente significativa, mas muito poucas alcançaram uma “perda de peso clinicamente significativa”.
Outro lado. Já um estudo publicado online no periódico “The New England Journal of Medicine”, em março, divulgou as evidências mais abrangentes já disponibilizadas de que as pessoas com doença mental grave podem perder peso, apesar dos desafios. Cerca de 300 pessoas com esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno esquizoafetivo ou depressão foram distribuídas em um grupo de controle que recebeu uma alimentação básica e informações sobre a prática de exercícios, e outro cujos membros se exercitavam juntos e participavam de sessões de controle de peso.
Após 18 meses, a diferença média entre os grupos foi de apenas 3,5 kg, mas estudos mostram que isso já é suficiente para reduzir os riscos cardiovasculares. Cerca de 38% dos participantes do grupo de intervenção perderam ao menos 5% do seu peso inicial, em comparação com apenas 22,7% dos membros do grupo de controle. A diferença entre os dois grupos poderia ter sido ainda maior, já que o grupo de controle se beneficiou de um dos aspectos da intervenção: as escolhas alimentares mais saudáveis oferecidas nos dez programas psiquiátricos em que o estudo foi realizado, como peixe cozido em vez de frito.
Laura Ward, 41, sempre atribuiu seus quilos em excesso aos medicamentos contra depressão grave que tomava. Então ela, que tem 1,67 m e já chegou a pesar 100 kg, não tentava emagrecer nem evitava cair em armadilhas da alimentação, como o frango frito.
Porém, em um ensaio clínico, Laura conseguiu perder mais de 13 kg praticando aeróbica de baixo impacto três vezes por semana. Durante o experimento, que durou 18 meses, ela introduziu couve-flor em sua dieta e, pela primeira vez, sentiu dores após fazer exercícios físicos. Ela e os demais participantes frequentaram sessões de aconselhamento, com as quais aprenderam a recusar comidas sem qualidade nutricional e escolher porções menores. Laura também reduziu sua quantidade diária de refrigerante de 8 l para 2 l diários. “Se fossem apenas os medicamentos, nunca teria perdido todo esse peso”, diz. 
(fonte: New York Times/O Tempo)

(*nota Eficiência Especial, para refletir:o olhar atento aos cuidados com a saúde integral, pode fazer a diferença.)


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