Segundo
associação, foram dez denúncias apenas neste mês
de recusa por parte dos colégios
O preconceito
e a falta de preparo
educacional têm contribuído para uma
verdadeira batalha
enfrentada por pais de
alunos com autismo na hora de
matricular os filhos em
escolas particulares de Belo Horizonte.
Apenas neste mês, a Associação dos
Amigos do Autista de
Minas Gerais (AMA) recebeu dez denúncias de escolas
particulares que se recusaram a matricular autistas,
contrariando a legislação
– não há dados de períodos anteriores.
A psicóloga Cyntia Mesquita Beltrão, 38, é uma das mães
que esbarram em empecilhos.
Há seis meses ela procura
uma escola particular para Max, 6.
Em nenhuma das
sete instituições procuradas a vaga foi disponibilizada.
“Algumas disseram que
já tinham um aluno autista e não tinham condição
de receber outro. Para mim, é
preconceito”.
Cansada de procurar escolas privadas, a dona de casa Cecília Brandão,
29,
decidiu colocar Marcela, 6, em uma escola pública. “Consegui uma
vaga após três
meses de procura em escolas privadas. Minha filha vai
estudar com
acompanhamento. A maioria das particulares cai no clichê de
dizer que não está
preparada. Mas se há a lei, elas deveriam ser punidas”.
Legislação. Segundo
a Lei 12.774/2012, que institui a Política Nacional de
Proteção dos Direitos da
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA),
os autistas são considerados
“pessoas com deficiência”.
A norma, em seu artigo sétimo, estabelece multa
de
três a 20 salários mínimos para “o gestor escolar ou autoridade
competente que
recusar a matrícula do aluno com transtorno do
espectro autista”. Em caso de reincidência,
a lei prevê a possibilidade de o
docente perder o cargo.
O presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas (Sinep-MG),
Emiro
Barbini, diz que não recebeu queixas de pais, mas admite que a
maioria das
escolas não tem preparo para lidar com
alunos autistas. “O problema é que não
há formação
superior do professor para lidar com o autismo.
E, dependendo do
grau de autismo, a escola precisa pagar
um pedagogo com habilidade para lidar
com esse tipo
de aluno, e o custo pode chegar
a R$ 2.000. Por isso a
resistência”.
Porém, a coordenadora do Núcleo de Inclusão Escolar da Prefeitura
de Belo
Horizonte, Patrícia Cunha, adverte que a lei não diferencia escolas
públicas de
particulares quanto à obrigatoriedade de matrículas, e as
privadas deveriam
qualificar seus docentes.
“O professor auxiliar da rede pública recebe cerca de R$ 900 por mês e
é
orientado em um treinamento mensal como deve acompanhar o aluno
autista em
tempo integral na sala de aula”, pondera a coordenadora.
Denúncias serão encaminhadas ao
MPMG
Com a recusa de escolas de receber os alunos, a
Associação de Amigos do
Autista
de Minas Gerais (AMA-MG) informou que vai
encaminhar as denúncias
desses casos
à Secretaria Municipal de Educação e ao
Ministério Público de Minas Gerais
(MPMG).
Segundo Tatiane Campos, uma das diretoras da AMA, os casos serão
checados antes
do encaminhamento formal. “São
muitas histórias e precisamos
atestá-las antes
de tomar providências. Mas
vamos cobrar explicações porque
isso não pode
acontecer, é um direito nosso”, frisou.
A assessoria do MPMG informou que o órgão vai esperar
ser acionado para
se
manifestar.
Entenda mais sobre o autismo
O que é. O autismo é um distúrbio do
desenvolvimento humano que se
caracteriza por alterações em áreas de
comunicação, interação social e
aprendizado. Manifesta-se normalmente ainda na
infância, antes dos 3 anos.
Sintomas. Segundo
a Associação Brasileira de Autismo (Abra), existem
14 sintomas considerados
mais comuns em pessoas com autismo. Entre
eles estão pouco ou nenhum contato
visual, dificuldade
em se relacionar com outras crianças,
inapropriada fixação
em objetos (como rodá-los ou
mordê-los insistentemente), acessos de raiva e
dificuldade de expressar
necessidades básicas.
Tratamento. O
tratamento envolve intervenções
psicoeducacionais, orientação
familiar,
desenvolvimento da linguagem falada e gestual.
Todo o processo é orientado por
profissionais
como psicólogos, fonoaudiólogos,
fisioterapeutas, psiquiatras e
educadores físicos.
Segundo associação, foram dez denúncias
apenas
neste mês de recusa por
parte dos colégios
(fonte: Jornal O Tempo, 17/12/13 - Lucas Simões)
de recusa por parte dos colégios
O preconceito e a falta de preparo
educacional têm contribuído para uma
verdadeira batalha enfrentada por pais de
alunos com autismo na hora de
matricular os filhos em escolas particulares de Belo Horizonte.
Apenas neste mês, a Associação dos Amigos do Autista de
Minas Gerais (AMA) recebeu dez denúncias de escolas
particulares que se recusaram a matricular autistas,
contrariando a legislação – não há dados de períodos anteriores.
A psicóloga Cyntia Mesquita Beltrão, 38, é uma das mães
que esbarram em empecilhos. Há seis meses ela procura
uma escola particular para Max, 6.
Em nenhuma das sete instituições procuradas a vaga foi disponibilizada.
“Algumas disseram que já tinham um aluno autista e não tinham condição
de receber outro. Para mim, é preconceito”.
Cansada de procurar escolas privadas, a dona de casa Cecília Brandão,
29, decidiu colocar Marcela, 6, em uma escola pública. “Consegui uma
vaga após três meses de procura em escolas privadas. Minha filha vai
estudar com acompanhamento. A maioria das particulares cai no clichê de
dizer que não está preparada. Mas se há a lei, elas deveriam ser punidas”.
Legislação. Segundo a Lei 12.774/2012, que institui a Política Nacional de
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA),
os autistas são considerados “pessoas com deficiência”.
A norma, em seu artigo sétimo, estabelece multa
de três a 20 salários mínimos para “o gestor escolar ou autoridade
competente que recusar a matrícula do aluno com transtorno do
espectro autista”. Em caso de reincidência, a lei prevê a possibilidade de o
docente perder o cargo.
O presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas (Sinep-MG),
Emiro Barbini, diz que não recebeu queixas de pais, mas admite que a
maioria das escolas não tem preparo para lidar com
alunos autistas. “O problema é que não há formação
superior do professor para lidar com o autismo.
E, dependendo do grau de autismo, a escola precisa pagar
um pedagogo com habilidade para lidar com esse tipo
de aluno, e o custo pode chegar
a R$ 2.000. Por isso a resistência”.
Porém, a coordenadora do Núcleo de Inclusão Escolar da Prefeitura
de Belo Horizonte, Patrícia Cunha, adverte que a lei não diferencia escolas
públicas de particulares quanto à obrigatoriedade de matrículas, e as
privadas deveriam qualificar seus docentes.
“O professor auxiliar da rede pública recebe cerca de R$ 900 por mês e
é orientado em um treinamento mensal como deve acompanhar o aluno
autista em tempo integral na sala de aula”, pondera a coordenadora.
Com a recusa de escolas de receber os alunos, a
Associação de Amigos do
Autista de Minas Gerais (AMA-MG) informou que vai
encaminhar as denúncias
desses casos à Secretaria Municipal de Educação e ao
Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Segundo Tatiane Campos, uma das diretoras da AMA, os casos serão
checados antes do encaminhamento formal. “São
muitas histórias e precisamos
atestá-las antes de tomar providências. Mas
vamos cobrar explicações porque
isso não pode acontecer, é um direito nosso”, frisou.
A assessoria do MPMG informou que o órgão vai esperar
ser acionado para
se manifestar.
O que é. O autismo é um distúrbio do desenvolvimento humano que se
caracteriza por alterações em áreas de comunicação, interação social e
aprendizado. Manifesta-se normalmente ainda na infância, antes dos 3 anos.
Sintomas. Segundo a Associação Brasileira de Autismo (Abra), existem
14 sintomas considerados mais comuns em pessoas com autismo. Entre
eles estão pouco ou nenhum contato visual, dificuldade
em se relacionar com outras crianças,
inapropriada fixação em objetos (como rodá-los ou
mordê-los insistentemente), acessos de raiva e dificuldade de expressar
necessidades básicas.
Tratamento. O tratamento envolve intervenções
psicoeducacionais, orientação
familiar, desenvolvimento da linguagem falada e gestual.
Todo o processo é orientado por profissionais
como psicólogos, fonoaudiólogos,
fisioterapeutas, psiquiatras e educadores físicos.
neste mês de recusa por
parte dos colégios
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