sábado, 30 de junho de 2012

Deficientes estudam menos e têm pouca chance de trabalhar

(descrição foto:  Antônio, que a tira o sustento das ruas, onde é ambulante - foto: Renato Fonseca)
Pelo menos seis em cada dez mineiros com algum tipo de deficiência e mais de 15 anos de idade não têm instrução ou o ensino fundamental completo. O baixo nível educacional reflete diretamente nas relações de trabalho: 55,2% dessa parcela da população não está inserida no mercado.
 
É o que mostram dados do Censo 2010 divulgados, nesta sexta-feira (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Minas, 22,6% dos habitantes têm algum tipo de deficiência, mesmo que branda. A mais comum é a visual, que atinge 17%. 
 
Quase 46 milhões de brasileiros disseram aos recenseadores ter ao menos uma das limitações. Minas também acompanha a tendência nacional quando se leva em conta o mercado de trabalho. No país, 53,8% dos deficientes não exercem qualquer atividade remunerada.
 
Segundo a demógrafa do IBGE Luciene Longo, dois fatores contribuem para a baixa inserção. “A primeira é a pura e simples dificuldade de ocupação, devido à falta de oportunidade e de locais aptos a receber essas pessoas. A segunda é, claro, a baixa escolaridade, ou seja, a falta de capacitação”.
 
Portador de uma deficiência motora, Carlos Antônio Guilherme Rocha, de 49 anos, encontrou nas ruas a forma de garantir a sobrevivência. “Por causa de um erro médico, parei de andar aos 17 anos. Desde então, trabalho como ambulante. Por 24 anos, vendi bala em sinais. Agora, é pano de chão”. Com o serviço informal, ele arrecada cerca de R$ 30 por dia de trabalho. 
 
A Secretaria de Estado da Educação desenvolve, desde 2005, o “Projeto Incluir”, que tem por objetivo preparar e adequar as escolas públicas de Minas para receber e atender alunos com deficiências e transtornos. 
 
Das 3.762 instituições de ensino da rede estadual, cerca de 2.300 têm pelo menos um aluno atendido. Ao todo, aproximadamente 50 mil estudantes são beneficiados pelo programa.
 
NÚMEROS:
24% DOS BRASILEIROS revelaram possuem algum tipo de deficiência, segundo o mais recente censo do IBGE.
4,4 MILHÕES DE MINEIROS têm limitação mental, visual, motora ou auditiva. Foram consideradas desde dificuldades leves até a incapacidade total de ver, ouvir e se locomover.
(Fonte: Jornal Hoje em Dia, por Renato Fonseca e Raquel Ramos)

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