quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Pouco se faz por crianças com autismo na saúde e educação




 










Em Minas Gerais há 147 mil portadores, 20 mil deles em Belo Horizonte
Ao perceber que seus filhos, que sofrem de autismo, não teriam suporte adequado em uma creche pública de Belo Horizonte, o educador Maurício Moreira ofereceu apoio técnico à instituição. Ele passou seis meses como voluntário em uma Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei) da região Norte da capital, prestando suporte na adaptação de Matheus, 3, e Maxwell, 5.
O educador percebeu a necessidade de “intervir” pela dificuldade de os educadores em adequar o ensino aos seus filhos. O autismo é um transtorno que afeta a capacidade de comunicação e socialização da criança. “Faltam políticas públicas voltadas exclusivamente para essas pessoas. É preciso que os autistas sejam considerados deficientes, o que lhes garantiriam benefícios como educação especializada, centros de tratamento, gratuidade no transporte e aposentadoria”, afirma Maurício Moreira, que é diretor de eventos do Instituto Superação.
Dados de 2007 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em Minas Gerais, 147 mil pessoas têm o transtorno, 20 mil delas na capital. Em dezembro do ano passado, o prefeito Marcio Lacerda vetou o projeto que incluiria o autismo como uma deficiência, sob o argumento de que a medida é preconceituosa. Além disso, o município informou que a cidade já oferece tratamento diferenciado na educação e na saúde para autistas.
Moreira discorda. “Não consigo manter uma continuidade no tratamento dos meus filhos porque, na rede pública, é difícil encontrar profissionais qualificados”. Para aliviar sintomas como a irritabilidade, dificuldade de sociabilização e convívio, o autista precisa ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, com médico neurologista, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo etc.
Para o psicólogo e psicanalista da Fundação de Atendimento Especializado de Nova Lima (Faenol) Marcelo Bizzotto Pinto, a grande dificuldade dos pacientes está no respeito às diferenças. “Os autistas precisam que as pessoas se adaptem à realidade dele, sem que sejam criadas barreiras e constrangimentos”.
(Fonte: Jornal O Tempo Repórter: Gabriela Sales  01/01/2012)

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