quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Saúde da Pessoa com Deficiência: saiba!

A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, instituída pela Portaria MS/GM nº 1.060, de 5 de junho de 2002, define, como propósitos gerais: proteger a saúde da pessoa com deficiência; reabilitar a pessoa com deficiência na sua capacidade funcional e desempenho humano, contribuindo para a sua inclusão em todas as esferas da vida social; e prevenir agravos que determinem o aparecimento de deficiências. 

Estabelece as orientações gerais para a elaboração de planos, projetos e atividades voltados à saúde das pessoas com deficiência nos estados, Distrito Federal e municípios. Seu principal objetivo é propiciar atenção integral à saúde da pessoa com deficiência, desde a atenção básica até a sua reabilitação, incluindo a concessão de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, quando se fizerem necessários. 

Suas diretrizes, a serem implementadas solidariamente nas três esferas de gestão e incluindo as parcerias interinstitucionais necessárias, são: a promoção da qualidade de vida; a prevenção de deficiências; a atenção integral à saúde; a melhoria dos mecanismos de informação; a capacitação de recursos humanos; e a organização e funcionamento dos serviços.

1. Promoção da Qualidade de Vida – deve ser compreendida como responsabilidade social compartilhada, visando assegurar a igualdade de oportunidades, a construção de ambientes acessíveis e a ampla inclusão sociocultural. As cidades, os ambientes públicos e coletivos, os meios de transporte, as formas de comunicação, devem ser pensados para facilitar a convivência, o livre trânsito e a participação de todos os cidadãos.

Na área da saúde, é preciso tornar acessíveis as unidades de saúde, de acordo com a Norma Brasileira 9050/ABNT, como descrito no Manual de Estrutura Física das Unidades Básicas de Saúde, MS, 2ª ed., Brasília, 2008. Assegurar a representação das pessoas com deficiência nos Conselhos de Saúde, nas esferas municipal, estadual e federal.

2. Prevenção de Deficiências – atuação intersetorial, devendo a Saúde unir esforços a outras áreas como: educação, segurança, trânsito, assistência social, direitos humanos, esporte, cultura, comunicação e mídia, dentre outros.

Especificamente na área da saúde devem ser implementadas ações de prevenção, tendo em vista que cerca de 70% das ocorrências seriam evitáveis ou atenuáveis, com medidas apropriadas e oportunas. Ações de imunização, acompanhamento de gestantes (em especial as de risco), exames para os recém-nascidos, acompanhamento do crescimento infantil, acompanhamento dos diabéticos, hipertensos e pessoas com hanseníase, prevenção de acidentes (domésticos, no trânsito e no trabalho) e violências (álcool/drogas).

Medidas preventivas envolvem, também, ações de natureza informativa e educacional, voltadas à população, aos profissionais de saúde e aos gestores de serviços.

3. Atenção Integral à Saúde – responsabilidade direta do Sistema Único de Saúde e sua rede de unidades, voltada aos cuidados que devem ser dispensados às pessoas com deficiência, assegurando acesso às ações básicas e de maior complexidade, aos procedimentos de reabilitação, e ao recebimento de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção.

4. Melhoria dos Mecanismos de Informação – deve ser pensada e desenvolvida em vários pontos. Um deles é a melhoria dos registros de dados sobre as pessoas com deficiência no país. Outro é o aperfeiçoamento dos sistemas nacionais de informação do SUS, e a construção de indicadores e parâmetros específicos para esta área, com o desenvolvimento de estudos epidemiológicos, clínicos e de serviços, e com estímulo às pesquisas em saúde e deficiência.

Outro aspecto é a criação, e distribuição de material educativo e informativo na área da saúde em formatos acessíveis, isto é, em Braille, em Libras, em CD (PDF/TXT para conversão em voz) e em caracteres ampliados.

5. Capacitação de Recursos Humanos – é importante, pois os procedimentos de saúde são baseados especialmente na relação entre pessoas. Profissionais capacitados, tanto na rede básica (incluindo as equipes de Saúde da Família e os Agentes Comunitários de Saúde) quanto nos serviços de reabilitação (física, auditiva, visual, intelectual), estarão mais sensibilizados para os cuidados às pessoas com deficiência usuárias do SUS.
 
Outro foco de desenvolvimento e capacitação são os gestores locais de serviços em saúde e os usuários participantes dos Conselhos de Saúde, para que haja incremento no planejamento de políticas de saúde voltadas às pessoas com deficiência no país.

6. Organização e Funcionamento dos Serviços – os serviços de saúde devem se organizar como uma rede de cuidados, de forma descentralizada, intersetorial e participativa, tendo as Unidades Básicas de Saúde (ou Saúde da Família) como porta de entrada para as ações de prevenção e para as intercorrências gerais de saúde da população com deficiência.

Nas unidades especializadas, qualificadas para atender às necessidades específicas das pessoas com deficiência, a atenção será multiprofissional e interdisciplinar, com a presença da fisioterapia, da terapia ocupacional, da fonoaudiologia, e, dependendo da disponibilidade dos profissionais no município, também da psicologia e da assistência social. Neste nível será possível a avaliação de cada caso para, junto com a terapia, fazer a dispensação de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, e o acompanhamento da adaptação aos equipamentos.

Para as unidades de alta tecnologia, ambulatorial ou hospitalar, reservam-se os casos que justificam intervenção intensa e mais freqüente, vinculados, se possível, a centros universitários. Estas unidades atendem as pessoas que sofreram traumas recentes, caracterizando uma via de entrada para a atenção no SUS. Para o seguimento destes casos há que se criar um fluxo para que as pessoas tenham acesso, após a alta hospitalar, às unidades básicas de saúde mais próximas de seus locais de moradia. 

Para que aconteça 
A viabilização desta política nacional deve-se a uma conjugação de esforços que tiveram seu início na decisão política dos governantes em responder positivamente às reivindicações e movimentos sociais de pessoas com deficiência. Os gestores do SUS nas três esferas de governo têm, como parceiros potenciais: educação, desenvolvimento social, direitos humanos, habitação, justiça, transporte, trabalho, esporte e turismo que, de forma articulada e integrada, podem atuar para a progressiva inclusão das pessoas com deficiência em suas comunidades, para o exercício da cidadania e vida social.

É importante registrar que a inclusão da pessoa com deficiência se dá, também, por ações da comunidade, transformando os ambientes, eliminando barreiras arquitetônicas e de atitudes, que impedem a efetiva participação social das pessoas com deficiência.

Uma cidade acessível e acolhedora será melhor para todos os cidadãos. 

(fonte: Portal da Saúde)

Estudo permite uso de computador por criança com paralisia no RS


Equipamento capta impulsos elétricos do cérebro, possibilitando interação.

Uma tecnologia inovadora permite que crianças com paralisia cerebral consigam realizar exercícios em um computador com a força do pensamento, como mostra reportagem veiculada no Teledomingo, da RBS TV (confira no vídeo). Graças ao estudo realizado no Laboratório de Inclusão e Ergonomia da Feevale, em Novo Hamburgo, na Região do Vale do Sinos, no Rio Grande do Sul, Elizangela dos Santos, mãe do pequeno Gabriel, de 3 anos, tem perspectiva de que o filho possa estudar normalmente.
“Crianças com deficiência têm uma dificuldade de dar continuidade à educação, e sabemos que com esse programa, com esses incentivos, vai ficar mais fácil pra ele ter uma continuidade nos estudos e não ter uma evasão escolar por falta de recursos”, diz Elizangela.
Fabricado nos Estados Unidos, o equipamento denominado Mindwave (onda mental, em inglês) faz a leitura de duas ondas produzidas na parte frontal do cérebro, uma quando a pessoa está concentrada e outra, quando está relaxada. O eletrodo capta os impulsos elétricos e os converte em sinais digitais para o computador por meio de uma conexão sem fio.
“Ajuda na concentração dele”, comenta Elizangela. “Ele tem muito mais interesse em jogos de raciocínio lógico, e ajuda bastante na atenção durante as atividades e até mesmo na escola”, diz a mãe de Gabriel.
Responsável por analisar os benefícios deste equipamento para pessoas com paralisia cerebral, a pesquisadora da Feevale Regina Heidrich destaca as vantagens do uso desde cedo. “Se a paralisia cerebral for detectada no início, se consegue que ela consiga desenvolver, através de estimulação precoce, muitas destas habilidades que faltaram lá no início”, acrescenta.
Equipamento ajuda Gabriel a aprender na Feevale, em Novo Hamburgo (Foto: Reprodução/ RBS TV)














Gabriel surpreendeu pesquisadora
Equipamento ajuda Gabriel a aprender na Feevale, em
Novo Hamburgo (Foto: Reprodução/ RBS TV)
Regina analisou o desempenho de 15 crianças e adolescentes com paralisia cerebral, ao usarem o Mindwave. Depois, testou o equipamento em 15 estudantes da Feevale, que realizaram os mesmos jogos. “Vimos que os resultados são muito parecidos”, contou.
Todos os voluntários tinham de executar quatro jogos. Na tela, um barril explode se o jogador se concentra, e uma esfera flutua quando ele relaxa. A capacidade de Gabriel surpreendeu a pesquisadora.
“Quando comecei a fazer os testes, não queria uma criança tão pequena, e pensei que ele com três anos não fosse conseguir utilizar o Mindwave. E minha maior surpresa foi que ele teve um desempenho como um adulto da universidade, como um aluno, no desempenho e no escore dos games. Fiquei muito satisfeita com esse resultado, porque eu realmente não esperava isso”, confessou.
Equipamento dá esperança a pais de deficientes
A tecnologia abre caminho para que, no futuro, um número cada vez maior de crianças e adolescentes com paralisia cerebral possa ser incluído no ensino regular. Por desconhecimento dos problemas e falta de estrutura das escolas, muitos deles não passam nem pelo processo de alfabetização.
“É um estudo em fase inicial e a ainda pretendemos muita coisa nesta área”, comenta a pesquisadora. “Acredito que com este tipo de interface possamos passar o conteúdo que o professor passa no quadro, ou que entrega em folhas, para um software que uma pessoa com grande dificuldade de coordenação motora possa utilizar”, contou.
O equipamento traz esperança para que jovens como Dieisson, de 20 anos, possam aprender na idade certa. A mãe, Cirlei Lopes, conta que ele só entrou na escola com 11 anos, e atualmente frequenta a oitava série de uma escola municipal de Nova Hartz, no Vale do Sinos.
“Se ele tivesse começado mais cedo, já teria passado o Ensino Médio e tudo. Eles são mais devagares que uma criança normal, mas aprendem”, diz Cirlei, acreditando que a inclusão é o melhor caminho.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

PRIMEIRO CURSO DE MERGULHO ADAPTADO EM MG!

busca de alternativas para melhorar a saúde e alcançar o bem-estar ganha mais espaço a cada dia.  Quando se trata de pioneirismo, mais uma vez a capital mineira sai na frente. Mas, nem sempre basta ser pioneiro, é importante agregar a o respeito e a qualidade como valor essencial à qualquer atividade que envolva o ser humano.
Nesta linha de trabalho, aconteceu, este mês, na  Mar a Mar Mergulho, em Belo Horizonte, o primeiro curso mergulho adaptado de Minas Gerais - HSA. O curso foi ministrado pelo competente instrutor paulista William Palma Spinetti, 34 anos, profissional de sensibilidade e profissionalismo ímpares. 
Inclusão parece ser consciência nata para William, que já oferece curso de mergulho adaptado há 2 anos em sua escola  na capital paulista - a Scafo.  Ele é instrutor credenciado pela PADI, desde 1999 e instrutor de mergulho adaptado da credenciadora HSA. O profissional  nos diz que, quando se trata dos temas superação e inclusão, sempre se lembra da frase da diretora de curso HSA Brasil, Lúcia Sodré:  "a deficiência não é um impedimento, quando a individualidade da pessoa é compreendida e respeitada". Spinetti completa, valorizando a transposição dos limites e a unidade entre os seres: "Meu papel com instrutor de mergulho adaptado é apenas compartilhar, seja uma experiência ou uma ação que o aluno não consegue executar sozinho por conta da deficiência. Estaremos sempre juntos, como companheiros de mergulho. Esta, aliás, é a base do mergulho, pois nunca se mergulha sozinho."

(descrição da imagem: Spinetti e integrantes da turma de mergulhadores do primeiro curso em BH) 

Cadeirantes que praticam a atividade já descobriram que superação é só um aspecto que vêm no pacote das maravilhas do mergulho. Companheirismo e novas descobertas como a coragem; o relaxamento e confiança e outras sensações se unem às oportunidades da emoção da  prática desta atividade, seja em águas brasileiras ou em internacionais.  Na água não existem limitações.

(descrição da imagem: a mergulhadora Adriana Buzelin)

A já credenciada mergulhadora mineira Adriana Buzelin, modelo e artista plástica,  que não possui movimento de pernas e quadris e possui poucos movimentos com as mãos lembra: “o mergulho é uma prática feita com prudência e companheirismo!”  Adriana fez o curso com William Spinetti em São Paulo e foi uma das pessoas que estimulou a vinda do profissional a BH. 

Para saber mais sobre os cursos de Spinetti  na Mar a Mar:

No link a seguir, confira a matéria feita pela Rede Globo Minas, com o Spinetti e o grupo de mergulhadores:

BERNARDO FRÓES FALA SOBRE O AUTISMO

Autismo é o tema da coluna mensal do jornalista Bernardo Fróes, para o nosso Eficiência Especial.  Clique no link a seguir e confira:
 COLUNA DO BERNARDO FRÓES
(descrição imagem: Nina,  personagem autista, vivida pela  atriz Bruna Linzmeyer, na novela global "Amor à vida")