Descrição imagem: Susana venceu os 100m peito (SB6) com facilidade.
Esta é a prova que lhe rendeu uma medalha de ouro no Mundial de Montreal-2013
Chegou ao fim, na manhã deste domingo, 10, a terceira e última etapa nacional do Circuito Caixa Loterias, em Fortaleza. Durante dois dias, cerca de 500 atletas paralímpicos da natação e do atletismo disputaram medalhas na piscina do Náutico Atlético Cearense e na pista da Universidade de Fortaleza (Unifor). Também na capital cearense, 91 halterofilistas paralímpicos participaram, nesta semana, do Aberto Internacional da modalidade. Oito brasileiros atingiram o índice para o Mundial do ano que vem, em abril, em Dubai. A vaga, no entanto, só será confirmada em janeiro.
Os dois eventos encerraram o calendário de competições adultas do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em 2013. O próximo evento do CPB serão as Paralimpíadas Escolares, de 25 de novembro a 1 de dezembro, em São Paulo.
Durante o ano, cerca de 3.500 atletas competiram nas sete etapas do Circuito Caixa Loterias: quatro regionais (Rio-Sul, Norte-Nordeste, São Paulo e Centro-Leste) e três nacionais (São Paulo, Porto Alegre, e Fortaleza). Foram batidos 234 recordes brasileiros e um recorde mundial nestas competições. Somente em Fortaleza, foram 45 na natação e 24 no atletismo.
A quantidade de marcas quebradas chamou a atenção do diretor técnico do CPB, Edilson Alves, o Tubiba. Segundo ele, o nível do Circuito cresceu muito em 2013. “Em ano de Mundiais, o Circuito sempre fica mais competitivo, mas essa temporada nos surpreendeu. Isso só comprova o quanto estamos evoluindo. As etapas estão cada dia melhores, os atletas estão se dedicando mais. Assim, estamos criando uma base maior e mais forte de atletas”, comentou.
Em 2013, o Circuito ganhou uma importância ainda maior, pois foi essencial para ajudar na seleção dos atletas que representaram o país nos mundiais de atletismo e natação, realizados em julho e agosto, respectivamente. Considerado um celeiro de talentos, a competição revelou e estabeleceu estrelas como Verônica Hipólito, e Lorena Spoladore, no atletismo, e Talisson Glock e Roberto Alcalde, na natação. Todos esses jovens foram convocados para os respectivos mundiais e conquistaram medalhas.
Além da participação de atletas brasileiros, o Circuito 2013 ainda recebeu a visita de esportistas vindos do Canadá, da Rússia, da Argentina, do Chile, de Angola, entre outros. Reconhecido no movimento paralímpico internacional, o Brasil se destaca, entre outras coisas, pelo alto nível de organização de suas competições nacionais. Soma-se a isso a qualidade dos atletas do país, que deixam as provas mais disputadas. “Por tudo isso, é natural que eles (estrangeiros) venham ao nosso país competir, principalmente neste ciclo das Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro”, justificou Tubiba.
Em 2014, o Circuito promete ser ainda mais relevante para os atletas. Sem grandes competições internacionais agendadas para o ano que vem, os esportistas da natação e do atletismo do Brasil terão no evento uma das principais armas para construírem uma base forte para 2015 e 2016, anos de eventos como Parapan-Americano, mundial e, claro, Jogos Paralímpicos. “Vamos estabelecer uma rotina visando esses próximos dois anos. A ideia principal é fortalecer a Seleção principal para manter um alto nível nos campeonatos”, explicou Ciro Winckler, coordenador nacional de atletismo.
Dono de oito medalhas (seis ouros e duas pratas) no Mundial de Montreal, em agosto, o nadador Daniel Dias sabe da importância de manter um alto rendimento em 2014. A principal motivação para continuar treinando, aliás, está dentro da barriga da esposa, grávida de cinco meses. “Meu filho, o Asaph, deve nascer em março. Já estou pensando em 2016, quando ele terá uns dois aninhos e vai me ver competindo”, disse entusiasmado.
O calendário da Seleção adulta de natação para 2014 inclui, além das etapas do Circuito, um Open no Brasil, uma competição nos Estados Unidos, outra na Grã-Bretanha e ainda um evento em Glasgow, na Escócia, local do próximo Mundial, em 2015. Os jovens também terão o Open, além de um sul-americano no Chile e um evento a confirmar no segundo semestre. No atletismo, a programação também conta com Open e outras etapas do World Series e com o sul-americano.
“Vou me esforçar muito nos Opens (World Series), porque 2014 vai definir os próximos dois anos: 2015 e 2016. É o ano em que vou corrigir tudo o que tenho que consertar. Quero melhorar meus tempos e buscar o que todo atleta quer: recorde mundial”, afirmou a velocista Verônica Hipólito, 17 anos, e medalhista de ouro e prata no Mundial de Atletismo, em Lyon, em julho.
NATAÇÃO:
Último compromisso do calendário 2013 adulto do Comitê Paralímpico Brasileiro, a 3ª etapa nacional do Circuito Caixa Loterias, em Fortaleza (CE), poderia ser uma fase esvaziada pelos atletas devido ao cansaço acumulado nas competições do ano. Porém, os melhores nadadores brasileiros mostraram na piscina do Náutico Atlético Cearense que ainda tinham muito fôlego e muita motivação para cair na água.
Principal medalhista do Brasil em Jogos Paralímpicos e Mundiais, Daniel Dias voltou a confirmar o favoritismo neste domingo, 10. Nos 100m livre, classe S5, o atleta de Bragança Paulista fechou a distância em 1min11s94 e conquistou a medalha de ouro. Para ele, foi a melhor prova do fim de semana. “É a última competição do ano, então nós atletas temos que buscar uma força extra. Mesmo com um ano pesado, de Mundial, busquei minha motivação e gostei muito do Circuito. Ontem queria ter nadado melhor, mas hoje (domingo) fiz a prova do fim de semana, estou satisfeito”, analisa o multimedalhista.
A gaúcha Susana Schnarndorf foi outra favorita a confirmar a fama no domingo. Nos 100m peito (SB6), prova que rendeu a ela o ouro no Mundial de Montreal-2013, Susana venceu com facilidade. “O tempo foi acima do que fiz no mundial, mas aproveitei para testar uma nova técnica que vou usar bastante nos próximos anos”, contou. Embora tenha sido a última prova oficial do ano, a nadadora sabe que não terá “férias”. “O próximo ano será uma grande fase de treinos para o mundial e os Jogos Parapan-Americanos de 2015, então não vou ter muito descanso”, lembra a gaúcha.
Em outros resultados, os nadadores com mais experiência na seleção principal e com participações em importantes eventos internacionais também não decepcionaram. Carlos Farrenberg, o Carlão, foi o mais rápido nos 100m (S13); Matheus Rheine venceu os 100m (S11); Phelipe Rodrigues ficou com o ouro nos 100m (S10); Talisson Glock venceu os 100m (S6); Edênia Garcia foi campeã nos 50m costas (S4).
O reconhecido mineiro Felipe Marinho de Oliveira, levou duas pratas: 100m borboleta (S11) e 100m costas(S11)
(FONTE: CPB)