quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Projeto de Antônio Roberto vira lei e direito das pessoas com transtornos mentais ganha data especial
A Presidência da República sancionou, na última segunda-feira (22), o projeto de lei que instituiu o Dia Nacional dos Direitos Fundamentais da Pessoa com Transtornos Mentais, a ser comemorado em 10 de outubro.
A Lei 13.061/2014, que resultou de projeto de autoria do deputado Antonio Roberto (PV-MG), tem o propósito de dar evidência aos problemas enfrentados pelos portadores de transtornos mentais. Objetiva-se sensibilizar o Estado e a sociedade para a necessidade de implantação de políticas que assegurem o atendimento dessas pessoas pela rede pública de saúde. O PLC 57/2012 foi aprovado em novembro no Senado.
A data escolhida é a mesma em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) celebra o Dia Mundial da Saúde Mental. Estimativas do Ministério da Saúde indicam que 3% da população brasileira (5,7 milhões de pessoas) requerem cuidados contínuos por apresentarem transtornos mentais severos e persistentes e mais 9% (17 milhões de pessoas) necessitam de atendimento eventual, por distúrbios menos graves.
Na opinião do autor do projeto, as atenções do governo também devem se voltar às pessoas com transtornos decorrentes do uso prejudicial do álcool e de outras drogas, que impõem a necessidade de atendimento a cerca de 6% a 8% da população brasileira.
fonte: Agencia Senado
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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Aprovada aposentadoria especial para servidores portadores de deficiência
(descrição imagem: plenario Senado - foto Waldemir Barreto-agencia Senado)
O Plenário do Senado aprovou, com 53 votos favoráveis e uma abstenção, projeto de lei complementar que define requisitos e critérios especiais para a concessão de aposentadoria aos servidores públicos com deficiência. A matéria (PLS 250/2005) segue para análise da Câmara dos Deputados.
A proposta aprovada nesta terça-feira (17) foi apresentada pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e o relator, senador Armando Monteiro (PTB-PE), apresentou substitutivo na CCJ para equiparar os critérios aos garantidos aos segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) pela Lei Complementar 142/2013.
O projeto regulamenta parte do §4º do artigo 40 da Constituição, que reconhece a possibilidade de aposentadoria especial para algumas categorias de servidores públicos, entre as quais estão os portadores de deficiência. De acordo com o texto, o servidor público nessa condição será beneficiado com uma redução no tempo de contribuição exigido para a aposentadoria voluntária, que em regra é de 35 anos para os homens e 30 para as mulheres.
— Esse projeto oferece uma solução definitiva de equidade, já que todos os do Regime Geral já tinham esse benefício e o projeto traz isonomia para colocar fim a uma discriminação — disse Armando Monteiro antes da votação.
A gravidade da deficiência aferida é que vai determinar o tamanho da redução. No caso de deficiência grave, o tempo deve ser de 25 anos para homens e 20 para mulheres. Em hipótese de deficiência moderada, serão 29 anos para homens e 24 para mulheres. Já em caso de deficiência leve, serão 33 anos para homens e 28 para mulheres.
O projeto ressalva que essas reduções não podem ser acumuladas com reduções garantidas por outras circunstâncias, como exercício de atividade de risco ou sob condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
A idade mínima para se aposentar também sofre modificação. Pelo projeto, será calculada da seguinte forma: a idade estabelecida na Constituição (60 anos para homens e 55 anos para mulheres) menos o número de dias idêntico ao da redução obtida no tempo de contribuição.
Nos casos de servidores portadores de deficiência anterior à vigência da lei, será feita uma primeira avaliação para se determinar a gravidade e a data provável do início da deficiência, a partir das quais serão calculados os benefícios da lei. Se o servidor, após ingressar no serviço público, tornar-se pessoa com deficiência ou tiver seu grau de deficiência alterado, deverá ser feito ajuste proporcional.
O projeto dispõe que um regulamento específico deverá definir quais são as deficiências consideradas graves, moderadas ou leves, além de determinar o procedimento das avaliações médicas cabíveis.
A aprovação do projeto ocorre após mais de oito anos de tramitação. Nesse tempo, teve três outros relatores e chegou a ser arquivado em 2011, mas foi resgatado por um requerimento do autor, Paulo Paim. Ainda neste ano, foi objeto de um requerimento de urgência e de duas manifestações externas de cidadãos que entraram em contato com o Senado, através da Ouvidoria, para pedir rapidez na apreciação do tema.
Ao pronunciar o resultado da votação, o presidente do Senado, Renan Calheiros, falou da importância do projeto e do significado que tem para ele.
— É uma das matérias mais importantes aprovadas aqui. Toda vez que eu trato dessa questão me emociono porque a vida me reservou uma oportunidade que foi a de ter mandado ao Congresso, quando era ministro da Justiça, o projeto que converteu-se na Lei da Acessibilidade (Lei 10.098/2002).
FONTE: Agência Senado
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SENADO APROVA PENSÃO VITALÍCIA PARA LAÍS SOUZA
O valor do benefício mensal equivale a R$ 4.390,24, limite máximo para esse tipo de auxílio, segundo o Regime Geral de Previdencia Social. A despesa vai ser lançada no programa orçamentário Indenizações e Pensões Especiais de responsabilidade da União. A pensão não será repassada aos herdeiros da beneficiária.
Em sua justificativa, a autora do projeto, deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), argumenta que Lais Souza os motivos que a levaram a apresentar o projeto.
“Lais construiu uma carreira baseada na garra, na perseverança e no sucesso”, disse a deputada
Aos 12 anos de idade, já integrava a Seleção Brasileira de Ginástica Olímpica. Aos 15, representou o Brasil nas Olimpíadas de Atenas, em 2004. No ano seguinte, alcançou seu mais expressivo resultado ao conquistar a medalha de ouro na Copa do Mundo de Cottbus e Sttutgart, na Alemanha.
Com essa trajetória de sucesso, a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) convidou Lais e a atleta Josi Santos a conhecerem o esqui aéreo, em maio de 2013. Após obterem classificação para essa modalidade nos Jogos Olímpicos de Inverno de fevereiro de 2014 realizados em Sóchi, na Rússia , as atletas seguiram um rigoroso treinamento em Salt Lake City, nos Estados Unidos.
Em janeiro de 2014, ocorreu o acidente com Lais, que fraturou a terceira vértebra, com lesão medular definitiva. Houve comprometimento das funções motora, sensitiva e autonômica. Assim, a atleta perdeu movimentos, sensibilidade e controle de todos os órgãos abaixo do pescoço.
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) iniciou, então, uma campanha para obter contribuições em benefício do tratamento da atleta. No momento do acidente, Lais não participava de nenhuma delegação do COB, eliminatória ou classificatória para os Jogos Olímpicos, e o seguro de vida ou invalidez contratado pela instituição cobre apenas os atletas em missões como os Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno, os Jogos Olímpicos da Juventude, os Jogos Pan-Americanos e os Jogos Sul-Americanos.
Mesmo assim, o COB assumiu diversas ações, desde o momento do acidente de Lais, para custear o tratamento da atleta.
O relator da proposta na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), senador Eduardo Suplicy (PT-SP), explicou que o valor fixado para a pensão segue a mesma regra aplicável aos auxílios especiais mensais concedidos aos campeões de futebol das Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970, conforme a Lei Geral da Copa (Lei 12.663/2012).
Fonte: Terra
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COLUNA BERNARDO FRÓES - DEZEMBRO
CONFIRA A COLUNA DO JORNALISTA BERNARDO FRÓES BICALHO.
NESTA EDIÇÃO FALANDO SOBRE DEFICIÊNCIA VISUAL: CLIQUE AQUI
(descrição imagem: Bernardo Froes - foto Sylvio Coutinho)
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OUÇA A ENTREVISTA COM SÉRGIO DA SILVA
Confira a entrevista com o pintor com a boca Sérgio da Silva, integrante da Associação dos Pintores com a Boca e os Pés: CLIQUE AQUI
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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
OUÇA AQUI A ENTREVISTA COM O MÚSICO MÁRIO ALVES
Confira a entrevista com o pianista, cantor, professor de piano e de inglês, Mário Alves, ao noss "Inclusão e Eficiência Especial": CLIQUE AQUI
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Exposição de arte e Passarela Inclusiva são destaques na comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência
A requerimento do vereador Leonardo Mattos (PV),
a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) realiza, nesta terça-feira (03/12),
a partir das 18 horas, um evento em comemoração ao Dia Internacional da Pessoa
com Deficiência, celebrado do dia 03 de Dezembro. As atrações são exposição de
arte e desfile inclusive.
A exposição será realizada
pela artista Plástica, Kátia Santana, que tem os movimentos limitados devido à
paralisia cerebral. As obras estarão dispostas no hall de entrada da CMBH. “A
arte é uma forma de expressar a liberdade. A natureza está dentro de mim, cheia
de cores. Cada pincelada tem pontinhos de flores, onde a água cai e encontra o
verde. Os meus jardins são tão floridos de amor… É a luz de Deus dentro de
mim”, afirma Santana.
Passarela Inclusiva
Outra atração será a “Passarela Inclusiva por Tina Descolada”, quando pessoas com diversos tipos de deficiência farão um desfile de moda.
Outra atração será a “Passarela Inclusiva por Tina Descolada”, quando pessoas com diversos tipos de deficiência farão um desfile de moda.
Tina descolada é uma
personagem criada pela Psicóloga Marta A. Alencar a partir de uma boneca que
tem deficiência e ajuda na inclusão social. “No reino do imaginário não existe
o impossível, no reino da realidade cada um deve saber do seu possível”,
destacou a criadora de Tina Descolada.
Dia Internacional das Pessoas com Deficiência
O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência é comemorado, anualmente, em todo 3 de dezembro desde 1998, ano em que a Organização das Nações Unidas avançou com a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência. A data tem como principal objetivo conscientizar a população da importância da inclusão das pessoas com deficiência na sociedade, além da defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar destas pessoas.
O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência é comemorado, anualmente, em todo 3 de dezembro desde 1998, ano em que a Organização das Nações Unidas avançou com a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência. A data tem como principal objetivo conscientizar a população da importância da inclusão das pessoas com deficiência na sociedade, além da defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar destas pessoas.
Evento:
Comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência
Data: 03/12/2014 (quarta-feira)
Horário: 18 horas
Local: Hall da entrada da Câmara Municipal – Av. dos Andradas, 3.100, Santa Efigência – Belo Horizonte/MG
Data: 03/12/2014 (quarta-feira)
Horário: 18 horas
Local: Hall da entrada da Câmara Municipal – Av. dos Andradas, 3.100, Santa Efigência – Belo Horizonte/MG
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terça-feira, 2 de dezembro de 2014
OUÇA A ENTREVISTA COM NATALIA COSTA - CENSA BETIM
Confira entrevista com Natália Costa, diretora do Centro Especializado Nossa Senhora D'Assumpção - CENSA BETIM. CLIQUE AQUI
domingo, 30 de novembro de 2014
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segunda-feira, 17 de novembro de 2014
BERNARDO FRÓES - COLUNA DE NOVEMBRO
O jornalista Bernardo Fróes fala sobre deficiência auditiva em sua coluna de novembro. Confira AQUI
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OUÇA - ENTREVISTA COM MÁRCIA FRANCISCO - INCLUSÃO E EFICIENCIA ESPECIAL
Confira o programa "Inclusão Eficiência Especial", na edição de 1 ano - entrevista com a jornalista Márcia Francisco, idealizadora do blog e programa em valorização à pessoa com deficiência - 7 anos dedicados à causa da pessoa com deficiência: CLIQUE AQUI
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
domingo, 9 de novembro de 2014
INCLUSÃO E EFICIÊNCIA ESPECIAL, NA RÁDIO INCONFIDÊNCIA: 1 ANO NO AR!
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terça-feira, 4 de novembro de 2014
OUÇA A ENTREVISTA COM BRISA MARQUES AO NOSSO "INCLUSÃO E EFICIÊNCIA ESPECIAL"
CLIQUE AQUI
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OUÇA A ENTREVISTA COM BERNARDO FRÓES AO NOSSO INCLUSÃO E EFICIÊNCIA ESPECIAL
Confira a entrevista com o jornalista e escritor Bernardo Fróes Bicalho, ao nosso programa "Inclusão e Eficiência Especial", por ocasião do lançamento do seu primeiro livro, a biografia de Marcos Noronha, intitulada "Marcos Noronha, do chão aos sonhos": OUÇA AQUI
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quinta-feira, 30 de outubro de 2014
I Seminário Nacional sobre Deficiência e Funcionalidade
Transitando do modelo médico para o biopsicossocial
Nos dias 19, 20 e 21 de novembro de
2014, em Brasília/DF, acontecerá o I Seminário Nacional sobre Deficiência
e Funcionalidade - Transitando do modelo médico para o biopsicossocial, organizado pela Secretaria Nacional
de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República.
O Seminário visa a debater o modelo
biopsicossocial da deficiência em suas dimensões social e política. Nessa
perspectiva, o seminário se volta à desconstrução da visão convencional sobre
deficiência e dos preconceitos a ela vinculados, dissociando-a das noções de
doença, degeneração, desvio, incapacidade e invalidez, e situando-a na
perspectiva de uma “condição”, da mesma forma que caracteriza mulheres,
negros/as, LGBT e outros públicos.
Essa discussão mostra-se essencial em
razão da mudança paradigmática na conceituação de deficiência e a necessária
popularização da Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde - CIF e daConvenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência, da ONU, entre os gestores públicos,
profissionais, especialistas, militantes e entidades que trabalham no campo da
deficiência, para que adquiram uma visão sistêmica sobre deficiência e
equiparação de oportunidades.
Espera-se como desdobramento a
ampliação do acesso de pessoas com deficiência às políticas públicas e ações
afirmativas e uma melhor adequação das políticas às necessidades dessa
população.
Confiram abaixo as informações sobre a
Programação, Público-Alvo e Inscrições.
Programação Preliminar:
19 de novembro
8 às 12h - Chegada dos participantes e
credenciamento;
12h - Almoço;
14h - Mesa de abertura;
14h30 - Conferência de abertura:
Compreendendo a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde - CIF e suas interfaces com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência;
17h - Debate;
18h30 - Encerramento.
20 de novembro
9h - Políticas na área da Assistência
Social e Previdência: Experiências na aplicabilidade da CIF para concessão do
BPC e da Aposentadoria Especial para as Pessoas com Deficiência – trabalhando
os instrumentos;
12h30 - Almoço:
14h - Políticas na área do Trabalho e
Emprego: Mercado de trabalho: Quem e quantos são? Do que necessitam? O que
ofertamos, hoje, em termos de políticas públicas às pessoas com deficiência?
Políticas de salvaguarda e promoção do direito ao trabalho pelas pessoas com
deficiência:
18h30 - Encerramento.
21 de novembro
9h - Políticas na área da Saúde e da
Educação: Quais são as lacunas da atual classificação para políticas
universalizadas? Qual é a percepção dos profissionais de saúde e associações
representativas das pessoas com deficiência? Experiências e desafios que
envolvem esses campos;
12h30 - Almoço;
14h - Mesa Temática sobre Capacidade
Legal e Acesso à Justiça: Quem são os incapazes? Quais os apoios que o estado
precisa oferecer? Uma abordagem sobre interdições e curatelas. Políticas de apoio
ao exercício da capacidade legal pelas pessoas com deficiência;
18h30 - Encerramento.
Público Alvo:
Conselhos de
classe profissional vinculados à temática: Fisioterapia e Terapia Ocupacional;
Psicologia; Medicina; Fonoaudiologia; Serviço Social; CNMP; CNJ; Conselho
Federal da OAB, entre outros;
Gestores da
Política da Pessoa com Deficiência;
Gestores e
Trabalhadores da Saúde;
Gestores e
Trabalhadores da Assistência Social;
Gestores e
Trabalhadores da Educação;
Conselho
Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Conade;
Conselho
Nacional do Idoso;
Conselho
Nacional de Saúde;
Conselho
Nacional de Assistência Social;
Movimentos
da Luta Antimanicomial;
Entidades da
Sociedade Civil do Movimento de pessoas com deficiência.
Informações
adicionais poderão ser obtidas através dos telefones: (61) 2027-3813, 2027-3896 e 2027-3728 ou pelo e-mail: seminariocif@sdh.gov.br.
Paraplégico volta a andar após cirurgia revolucionária
Graças a um transplante de células da
cavidade nasal, o búlgaro Darek Fidyka,
de 40 anos, recuperou um rompimento total
dos nervos da coluna vertebral.
Feito é comparado à chegada do homem à Lua
O paciente Darek Fidyka, que tinha
paralisia completa
da cintura para baixo,
consegue andar
novamente após cirurgia pioneira
(BBC Panorama/AFP)
Um homem paraplégico voltou a andar graças a um
transplante de células
nervosas realizado na Polônia,
em uma operação sem precedentes. Darek Fidyka,
um búlgaro de 40 anos, é a primeira
pessoa no mundo a se
recuperar de um rompimento
total dos nervos da coluna
vertebral. Ele recebeu um
transplante de células
de sua cavidade nasal para
a medula espinhal e,
após reabilitação de um ano,
ele pode caminhar com o
auxílio de um andador
— Fidyka também
recuperou algumas
funções da bexiga e do intestino.
"Para mim, isto é ainda
mais impressionante do que
um homem caminhando na
Lua", afirmou Geoffrey Raisman,
professor do Instituto
de Neurologia do University
College de Londres (UCL), na
Inglaterra, e um
dos autores do estudo
publicado na
revista Cell Transplantation.
"Quando começa a retornar
(os movimentos),
você sente que sua vida
começou de novo,
como se fosse um
renascer. É um sentimento
incrível, difícil de
descrever", declarou Fidyka
ao programa Panorama, da
emissora britânica BBC,
que teve acesso exclusivo ao
paciente e aos médicos.
A
operação — Em 2010, Fidyka ficou paralisado do
peito para baixo após ser
esfaqueado várias vezes.
Apesar de meses de
fisioterapia intensiva, ele não
mostrava nenhum sinal de
recuperação.
A cirurgia foi realizada por
uma equipe médica polonesa,
coordenada pelo
neurocirugião Pawel Tabakow,
da Universidade de Wroclaw, na
Polônia, um dos
maiores especialistas em lesões medulares do mundo.
Os médicos utilizaram células nervosas do nariz do
paciente a partir das quais se desenvolveram os tecidos
seccionados — o complexo circuito responsável pelo
olfato é a única parte do sistema nervoso que se
regenera durante toda a vida e foi essa característica
que os cientistas
procuraram reproduzir na lesão
de Fidyka. As células do próprio paciente não seriam
rejeitadas e o
tecido medular poderia ser reparado.
A técnica de transplante,
descoberta na UCL,
apresentou bons
resultados em laboratório,
mas nunca havia sido testada com sucesso em
um ser humano. Na
primeira das duas operações,
os cirurgiões removeram um dos bulbos olfativos
do paciente e fizeram as células crescer em cultura.
Duas semanas depois, foi feito o transplante
na medula por meio de microinjeções.
Fidyka manteve seu programa de
condicionamento — cinco horas
de
exercícios durante os cinco dias da semana — e percebeu
que a cirurgia
havia sido bem sucedida quando,
após três meses, sua coxa esquerda começou a
desenvolver músculos. Seis meses depois, deu
seus primeiros
passos com o apoio de fisioterapeutas.
Agora, após dois anos, caminha apenas com o andador.
De acordo com os cientistas, exames mostraram
que a lacuna na medula espinhal do paciente
se fechou após o tratamento.
"Nós acreditamos que o
procedimento é
uma descoberta capital que, se for desenvolvida,
constituirá uma mudança histórica para as
pessoas que sofrem de ferimentos na
coluna vertebral", declarou Raisman.
fonte: Veja
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Paraplégico volta a andar após cirurgia revolucionária
Estudante fabrica próteses e órteses em impressora 3D
Mineiro desenvolve biorreplicador
para produzir aparelhos rapidamente e a baixo custo
As impressoras 3D vêm dando
demonstrações de que podem ajudar
cada vez mais a medicina. A novidade é um bio-replicador, que cria
órteses e próteses biodegradáveis de baixo custo e personalizáveis.
A ideia é um dos 46 projetos que serão apresentados a partir
desta quinta na Feira Tecnológica do Instituto Nacional de
Telecomunicações (Fetin), em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas.
cada vez mais a medicina. A novidade é um bio-replicador, que cria
órteses e próteses biodegradáveis de baixo custo e personalizáveis.
A ideia é um dos 46 projetos que serão apresentados a partir
desta quinta na Feira Tecnológica do Instituto Nacional de
Telecomunicações (Fetin), em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas.
O responsável pelo projeto, o estudante de Engenharia
de Controle e Automação do Inatel Leonardo
Augusto Amaral, 22, conta que a impressora
3D surgiu da necessidade de manutenção de
um outro projeto. “Desenvolvi um drone e, por
causa de algumas quedas e a necessidade de
repor peças que seriam muito caras para importar,
comecei a pesquisa com as impressoras 3D”, conta.
de Controle e Automação do Inatel Leonardo
Augusto Amaral, 22, conta que a impressora
3D surgiu da necessidade de manutenção de
um outro projeto. “Desenvolvi um drone e, por
causa de algumas quedas e a necessidade de
repor peças que seriam muito caras para importar,
comecei a pesquisa com as impressoras 3D”, conta.
Após oito meses de dedicação na construção
do equipamento e com demanda crescente
nas encomendas de objetos como suportes para
smatphones e tablets, Amaral diz que resolveu
mudar seu foco para a área de saúde.
do equipamento e com demanda crescente
nas encomendas de objetos como suportes para
smatphones e tablets, Amaral diz que resolveu
mudar seu foco para a área de saúde.
“Com a orientação do professor da faculdade chegamos
ao material para a impressão, que é o PLA (ácido poliláctico),
um polímero natural e biodegradável que não polui e não
causa rejeição no corpo”, afirma. De acordo com o estudante,
o material também possui propriedade termomoldável,
ou seja, modifica sua forma em água quente.
“É possível fazer o formato específico de uma
mão com tendinite, por exemplo. Após o uso,
se quiser reaproveitar o material, basta colocar na
água na temperatura ideal – até 65 graus – que a
órtese volta a poder ser modificada”, explica Amaral.
ao material para a impressão, que é o PLA (ácido poliláctico),
um polímero natural e biodegradável que não polui e não
causa rejeição no corpo”, afirma. De acordo com o estudante,
o material também possui propriedade termomoldável,
ou seja, modifica sua forma em água quente.
“É possível fazer o formato específico de uma
mão com tendinite, por exemplo. Após o uso,
se quiser reaproveitar o material, basta colocar na
água na temperatura ideal – até 65 graus – que a
órtese volta a poder ser modificada”, explica Amaral.
Futuro. Por enquanto, como a impressora usada pelo
estudante é pequena, Amaral conta que está limitado
a produção de peças com cerca de 20 cm, como
órteses de calcanhar, pé, antebraço, mão e pulso,
mas o estudante acredita que a ideia pode
revolucionar o mercado.
estudante é pequena, Amaral conta que está limitado
a produção de peças com cerca de 20 cm, como
órteses de calcanhar, pé, antebraço, mão e pulso,
mas o estudante acredita que a ideia pode
revolucionar o mercado.
“Atualmente, esses produtos, além de caros,
são de difícil acesso porque você não produz em série.
No caso da impressora, é possível produzir uma órtese personalizada
em duas horas e com o custo bem reduzido”,
diz ele. Os produtos chegam a custar de
R$ 5 a R$ 10, e os moldes saem por, no máximo, R$ 20.
são de difícil acesso porque você não produz em série.
No caso da impressora, é possível produzir uma órtese personalizada
em duas horas e com o custo bem reduzido”,
diz ele. Os produtos chegam a custar de
R$ 5 a R$ 10, e os moldes saem por, no máximo, R$ 20.
Programação
A feira. A 33ª Feira Tecnológica do Inatel (Fetin)
será realizada de hoje até o próximo sábado,
em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas.
Os 46 projetos inscritos são de várias áreas
Outro projeto inovador que será apresentado durante
a feira é a cadeira ortostática dinâmica desenvolvida
pelo estudante de Engenharia de Biomédica, Walef Ivo Carvalho.
O projeto, iniciado com um grupo de amigos ainda
quando estudava na Escola Técnica de Eletrônica,
teve seu protótipo aprimorado depois que o
pai do aluno sofreu um trauma na coluna,
ficando dependente de uma cadeira de rodas.
a feira é a cadeira ortostática dinâmica desenvolvida
pelo estudante de Engenharia de Biomédica, Walef Ivo Carvalho.
O projeto, iniciado com um grupo de amigos ainda
quando estudava na Escola Técnica de Eletrônica,
teve seu protótipo aprimorado depois que o
pai do aluno sofreu um trauma na coluna,
ficando dependente de uma cadeira de rodas.
“Consegui a doação de motores e, agora, além
de conseguir se levantar, o deficiente físico irá se
movimentar com o auxílio da cadeira”, disse Carvalho.
O projeto foi apresentado este mês no Congresso
Brasileiro de Engenharia Biomédica e já foi
reconhecido pela Yale and Engineering Association
University e pela Secretaria Brasileira da
Pessoa com Deficiência.
de conseguir se levantar, o deficiente físico irá se
movimentar com o auxílio da cadeira”, disse Carvalho.
O projeto foi apresentado este mês no Congresso
Brasileiro de Engenharia Biomédica e já foi
reconhecido pela Yale and Engineering Association
University e pela Secretaria Brasileira da
Pessoa com Deficiência.
Projetos preocupados com a sustentabilidade e
economia de água também fazem parte da
programação. O Aqua Mundi foi desenvolvido
pela estudante Tatiana Volpato, que propõe a
reutilização da água salgada de maneira sustentável.
“A osmose reversa, aplicada atualmente,
utiliza um polímero altamente poluente”.
economia de água também fazem parte da
programação. O Aqua Mundi foi desenvolvido
pela estudante Tatiana Volpato, que propõe a
reutilização da água salgada de maneira sustentável.
“A osmose reversa, aplicada atualmente,
utiliza um polímero altamente poluente”.
fonte: O Tempo
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Estudante fabrica próteses e órteses em impressora 3D,
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terça-feira, 28 de outubro de 2014
BERNARDO FRÓES BICALHO LANÇA BIOGRAFIA DE MARCOS NORONHA
biografia escrita pelo nosso colunista Bernardo Fróes Bicalho
tem lançamento na Academia Mineira de Letras
Será no dia 03 de novembro, segunda-feira, às 19h30, no Auditório Vivaldi Moreira da Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1466 - Lourdes - BH - MG), a noite de autógrafos e lançamento do livro "Marcos Noronha Do Chão aos Sonhos", do jornalista Bernardo Fróes Bicalho.
Trata-se do livro de estréia do escritor. Portador de paralisia cerebral, o jornalista pós-graduado em Comunicação e Cultura e em Língua Portuguesa, Bernardo Fróes Bicalho, 30 anos, conta a biografia de Antônio Marcos Noronha, um garoto de Areado (interior de Minas) que, desde pequeno, sonhava ser padre e em 1965,tornou-se o primeiro Bispo de Itabira. Com 208 páginas, o livro traz prefácio escrito pelo escritor e presidente da Academia Mineira de Letras, Olavo Romano.
A justa biografia que trata a história de Marcos Noronha até seu falecimento em 1998, "mostra ao público que muitas coisas ditas, hoje, pelo Papa Francisco, já eram defendidas por Marcos Noronha como Padre e Bispo. O sonho dele, de uma Igreja mais igualitária, preocupada com os mais necessitados, está se tornando realidade". (Bernardo Fróes Bicalho)
Bernardo Fróes Bicalho, portador de paralisia cerebral é jornalista, formado pela Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, pós-graduado em Comunicação e Cultura (UNI-BH) e Língua Portuguesa (PUC/MG).Atuou como revisor de texto na Imprensa da Câmara Municipal de Belo Horizonte e fez estágio, de 2008 a 2010, na PRODIGITAL, onde também fazia revisão de textos, além de edição de vídeo e atualização de site. Bernardo é colunista regular de www.eficienciaespecial.blogspot.com. Em 2010, criou o site www.marcosnoronha.com.br que resume a trajetória de vida de Marcos Noronha, protagonista da biografia que lança no dia 03.
"Marcos Noronha Do Chão aos Sonhos" conta a biografia de Antônio Marcos Noronha, um garoto de Areado (interior de Minas) que, desde pequeno, sonhava ser padre. Nas brincadeiras que fazia, com os colegas, ele bancava o padre, mas com a maior pose que se possa imaginar.Aos 11 anos, foi para o Seminário e, no dia 7 de dezembro de 1947, foi ordenado padre, indo morar em Guaxupé, cidade que o adotou como filho. Lá, trabalhou como Cura da Catedral, Capelão, Vigário Geral, Vigário Capitular e fundou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Guaxupé. Em 1965, foi ordenado o primeiro Bispo de Itabira.Ficou cinco anos comandando a Diocese itabirana. Nesse período, ajudou na criação de três universidades na cidade. Por ser visionário, querer uma Igreja onde pobres e ricos fossem iguais e ver que isso não estava sendo possível da maneira como ele sonhava, decidiu sair. No dia em que ele deixou a Diocese, a Catedral caiu. Voltou para Guaxupé, onde foi professor e diretor da faculdade que foi fundada por ele, em 1965. Depois, mudou-se para São Paulo e foi trabalhar na FEPASA.Casou-se em 20 de dezembro de 1976, vindo morar em Belo Horizonte. Aqui, trabalhou na Fundação João Pinheiro, SERPRO, PRODECOM, Secretaria de Educação e como revisor de textos, na época de Patrus Ananias na prefeitura.Marcos morreu em 1998, aos 73 anos. A partir daí, Bernardo Fróes Bicalho, então com 13 anos, começou a pesquisar e escrever sobre o tio, tão querido e admirado por ele.
Noite de autógrafos e lançamento do livro
"Marcos Noronha Do Chão aos Sonhos",
03 de novembro, segunda-feira, às 19h30,
Auditório Vivaldi Moreira da Academia Mineira de Letras
Rua da Bahia, 1466 - Lourdes - BH - MG
Entrada Franca
Preço do Livro: R$30,00 (trinta reais)
Prefácio de "Marcos Noronha Do Chão aos Sonhos",
por Olavo Romano:
SAUDADE QUE PERMANECE, DÍVIDA QUE NÃO SE PAGA
Este livro fala de Marcos Noronha, de sua forte marca como sacerdote, educador, cidadão e ser humano raro cuja memória o sobrinho Bernardo se empenha em perpetuar.
O projeto nasceu com a morte de Marcos, há dezesseis anos.
Como sacerdote, Antônio Marcos Noronha era presença expressiva na Igreja e na vida dos fiéis, cujas alegrias e sofrimentos acompanhava de perto, desde o tempo em que, apeando de sua lambreta, batia palmas à porta ou varava casa adentro numa alegre falta de cerimônia que a todos encantava.
Profundamente comprometido com sua vocação missionária, chegou a Bispo, desenvolvendo fecunda obra na Diocese de Itabira, cidade para onde seus restos mortais foram trasladados. No dia em que comunicou à comunidade sua decisão de renunciar ao sacerdócio, conta-se que a torre da igreja caiu e o prefeito suicidou.
Convivi com Marcos Noronha, que muitos continuavam chamando de Dom Marcos, na Fundação João Pinheiro, na Secretaria da Educação e do Planejamento. No PRODECOM - Programa de Desenvolvimento de Comunidades, vivemos com entusiasmo a pioneira experiência de planejamento participativo na administração pública mineira. Na Favela do Cafezal, Marcos orientava animadas assembleias em que os moradores, no fecundo e democrático exercício da cidadania, definiam livremente suas prioridades, mesmo na vigência da ditadura militar. A primeira obra foi um chafariz, inaugurado com a presença do governador Francelino Pereira e Dona Latife, do secretário Paulo Haddad, do prefeito Maurício Campos. Com o amadurecimento do processo de decisão coletiva, vieram a urbanização de favelas, a regularização de lotes, permitindo o financiamento de melhorias das casas, num inédito envolvimento popular nas decisões coletivas.
Antes, Marcos como Superintendente Educacional, eu como Chefe de Gabinete da Seplan, passamos noites intermediando, com a liderança do magistério estadual, o fim da greve que se estendia por longo tempo sem solução.
A fraterna amizade nos levou a uma sociedade na compra de uma sala no centro da cidade, cada um buscando no outro o tino comercial que lhe faltava. Percebido o engano recíproco, foi com alívio que encerramos a fugaz parceria.
Conheci Bernardo ainda adolescente. Trabalhei com seu pai, de quem continuo amigo. Tornei-me amigode sua mãe, irmã de Zélia, viúva de Marcos, com quem mantenho antiga amizade. Mas Bernardo, com sua irresistível simpatia e capacidade de comunicação, capturou-me para sempre no círculo de seus numerosos admiradores, que inclui a nata da nossa cultura popular, reunida em memoráveis saraus em sua casa, nos quais o anfitrião exibe seus dons de cantor e compositor.
Guerreiro que venceu limitações de fala e movimento construindo uma vida plena de alegria e otimismo, Bernardo cumpre, com este livro, um compromisso de sua alma: perpetuar a memória do tio, que ele sempre chama de Pô. Citando frase de meu depoimento, "A pior morte é o esquecimento", Bernardo achava que, contando a história de Marcos, a saudade iria diminuir. Mesmo isso não tendo acontecido, resolveu levar adiante o projeto.
Depois de longa incubação, o antigo propósito ganhou novo ímpeto. Em pouco tempo, retomou as entrevistas, transcreveu fitas antigas, repassou depoimentos de parentes, amigos e colegas do Pô, e cumpriu o compromisso que o afeto plantara em seu coração. Assim, podemos testemunhar o resgate de uma vida inteira, desde o nascimento, em Areado, a infância de um menino comum, que cresceu entre primos e irmãos, brincando e brigando, como qualquer criança. Muito inteligente, mas também muito levado, Marcos, desde cedo, sonhava ser padre. Paramentado com jornal, celebrava missas de brinquedo, antes de virar coroinha. Com oito anos, desapareceu, sendo encontrado na cadeia, conversando com os presos.
No exaustivo garimpo para reconstituir uma existência rara, Bernardoreviveu e revolveu o tesouro da amorosa relação entre um menino e seu admirado tio. "Falar nele, para mim, é muito fácil, ao mesmo tempo, muito difícil", confessa o autor.
Nas lembranças permanentes, a presença constante: à fisioterapia, à natação, à equitação, ao shopping, com parada obrigatória nas livrarias. O primeiro livro, não dá para esquecer: "Comédias da Vida Privada", do Luiz Fernando Veríssimo. E, todo dia, o infalível, esticado e divertido bate-papo.
Nas aulas de História com a tia Zélia, se o telefone a chamava, era sagrado: ele levava o "sem fio" para ela, tio e sobrinho aproveitavam a oportunidade extra para conversar um pouco mais, torcendo para o telefonema durar muito - e o papo também.
Tratado como adulto, o menino adorava conversar com o tio que tinha alma de criança. E vice-versa.Muitas vezes, casa cheia, os dois escapuliam para brincar, rir e bater papo. Marcos contava casos e piadas engraçadas, lia trechos selecionados, pegava um caderno de anotações, que Bernardo batizou de "Diarinho", contos do livro dele no Caderno de Endereços. Adorava que oBê fosse dormir na casa dele, recebia o sobrinho de braços e coração abertos, o sorriso constante a iluminar a convivência.
Com este livro, Bernardo cumpre o desejo, o compromisso de reverenciar a memória do tio querido, de impedir que Marcos Noronha seja esquecido. É um salto admirável a estreia deste jovem valente e talentoso na literatura. Ainda assim, ele diz, amorosamente agradecido: "Qualquer homenagem que eu fizer, ainda é pouco, pela importância dele na minha vida.".
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