quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Paraplégico volta a andar após cirurgia revolucionária

Graças a um transplante de células da
 cavidade nasal, o búlgaro Darek Fidyka, 
de 40 anos, recuperou um rompimento total 
dos nervos da coluna vertebral. 
Feito é comparado à chegada do homem à Lua

 

O paciente Darek Fidyka, que tinha paralisia completa
da cintura para baixo, consegue andar
novamente após cirurgia pioneira 
(BBC Panorama/AFP)

Um homem paraplégico voltou a andar graças a um
 transplante de células nervosas realizado na Polônia,
em uma operação sem precedentes. Darek Fidyka,
um búlgaro de 40 anos, é a primeira
 pessoa no mundo a se recuperar de um rompimento 
total dos nervos da coluna vertebral. Ele recebeu um
 transplante de células de sua cavidade nasal para
 a medula espinhal e, após reabilitação de um ano,
 ele pode caminhar com o auxílio de um andador
 — Fidyka também recuperou algumas
funções da bexiga e do intestino.
"Para mim, isto é ainda mais impressionante do que 
um homem caminhando na Lua", afirmou Geoffrey Raisman,
 professor do Instituto de Neurologia do University 
College de Londres (UCL), na Inglaterra, e um 
dos autores do estudo publicado na
revista Cell Transplantation.
"Quando começa a retornar (os movimentos),
 você sente que sua vida começou de novo,
 como se fosse um renascer. É um sentimento
 incrível, difícil de descrever", declarou Fidyka 
ao programa Panorama, da emissora britânica BBC
que teve acesso exclusivo ao paciente e aos médicos.
A operação — Em 2010, Fidyka ficou paralisado do
peito para baixo após ser esfaqueado várias vezes. 
Apesar de meses de fisioterapia intensiva, ele não 
mostrava nenhum sinal de recuperação.
A cirurgia foi realizada por uma equipe médica polonesa, 
coordenada pelo neurocirugião Pawel Tabakow, 
da Universidade de Wroclaw, na Polônia, um dos
maiores especialistas em lesões medulares do mundo.
Os médicos utilizaram células nervosas do nariz do
paciente a partir das quais se desenvolveram os tecidos
seccionados — o complexo circuito responsável pelo
olfato é a única parte do sistema nervoso que se
regenera durante toda a vida e foi essa característica
 que os cientistas procuraram reproduzir na lesão
de Fidyka. As células do próprio paciente não seriam
 rejeitadas e o tecido medular poderia ser reparado.

A técnica de transplante, descoberta na UCL,
 apresentou bons resultados em laboratório,
mas nunca havia sido testada com sucesso em
 um ser humano. Na primeira das duas operações,
os cirurgiões removeram um dos bulbos olfativos
do paciente e fizeram as células crescer em cultura.
Duas semanas depois, foi feito o transplante
na medula por meio de microinjeções.
Fidyka manteve seu programa de condicionamento — cinco horas
 de exercícios durante os cinco dias da semana — e percebeu
 que a cirurgia havia sido bem sucedida quando,
após três meses, sua coxa esquerda começou a
desenvolver músculos. Seis meses depois, deu
 seus primeiros passos com o apoio de fisioterapeutas.
Agora, após dois anos, caminha apenas com o andador.
De acordo com os cientistas, exames mostraram
que a lacuna na medula espinhal do paciente
se fechou após o tratamento.
"Nós acreditamos que o procedimento é
uma descoberta capital que, se for desenvolvida,
constituirá uma mudança histórica para as
pessoas que sofrem de ferimentos na
coluna vertebral", declarou Raisman.
fonte: Veja

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