Apaixonado por robótica e
eletrônica, o estudante Daniel
Vitor do Nascimento Martins,
de 17 anos, ficou em primeiro
lugar no vestibular de
Engenharia Elétrica da Universidade
Estadual de Londrina (UEL).
Morador de Bela Vista do Paraíso
(região metropolitana de
Londrina) e portador de atrofia espinhal,
que compromete sua capacidade
motora, o adolescente também
foi aprovado nas provas
para Engenharia Elétrica na
Universidade Estadual de
Maringá (UEM) e para Engenharia
de Controle e Automação na
Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR) de
Cornélio Procópio.
Devido à proximidade entre as
cidades, a família decidiu
matriculá-lo na UEL.
"Meu marido trabalha em
Londrina e será mais fácil para nós,
uma vez que precisamos ajudar
o Daniel para tudo.
Ele é um excelente aluno,
dedicado e muito aplicado",
orgulha-se a mãe, Rosângela
Martins. Segundo ela,
a família planeja se mudar
para Londrina,
já que o curso de Daniel é
integral. Eles estão
procurando uma casa adaptada
que atenda às
necessidades do adolescente e
de seu irmão,
de 14 anos e também portador
de necessidades especiais.
Mesmo com as
dificuldades, Daniel está empolgado com a aprovação e se diz pronto para
encarar o desafio. "Quero fazer o curso direito. Estou esperando as aulas
começaram e estou confiante. Não estou totalmente preparado porque é muita
coisa nova de uma só vez, mas quero fazer e aprender", afirma.
Desde a quarta série no
Colégio Sagrado Coração, em Bela Vista do Paraíso, o agora calouro da UEL
acertou 49 das 60 questões da primeira fase, 25 dos 30 testes objetivos da
segunda fase e afirma ter ido "um pouco mal" nas perguntas dissertativas
de química - nada que pudesse atrapalhar o seu excelente desempenho em
matemática e física, que completam a avaliação. Quando fez as provas, o
adolescente tinha 16 anos.
Modesto, Daniel garante que
seu sucesso se deve à atenção dispensada às aulas e à realização das tarefas
passadas pela escola "Mas não sou muito de estudar, faço o dever
entre 30 minutos e uma hora e pronto. É isso e prestar atenção", revela. O
interesse pela robótica já fez Daniel se dedicar a alguns projetos no seu tempo
livre. "Comprei algumas peças para mexer um pouco, mas não cheguei a
montar nada de verdade. Quero aproveitar o curso para aprender coisas novas,
especialmente circuitos e mecatrônica", planeja.
Rosângela pretende ir à UEL
nos próximos dias para se informar sobre as facilidades que a universidade
poderá oferecer a seu filho, como um acompanhante e cadeiras especiais. Estes
contratempos não parecem abatê-la. "É uma luta. Teremos que nos adaptar,
ficar perto para ajudá-lo, não sei como vai ser, mas nós confiamos em Deus e vamos
fazer de tudo para que ele aproveite esta oportunidade e estude."
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