sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Aplicativo brasileiro dá mais independência para crianças autistas

Com interface lúdica, app Jujuba indica

 quando e como fazer as atividades diárias


O autismo afeta cerca de 1% da população mundial,
 o equivalente a 70 milhões de pessoas, de acordo com dados da 
Organização das Nações Unidas (ONU). Para pessoas com esse transtorno,
 saber o que vai acontecer e antecipar atividades ao longo do dia,
 independentemente do grau de complexidade, faz com que as
 crianças com desenvolvimento atípico – entre elas as autistas – se
 sintam mais seguras.
Há cerca de dois meses, o professor Éverton Nascimento, 35, 
substituiu as agendas e os cadernos pelo aplicativo gratuito Jujuba, 
que gerencia todo o cronograma da rotina do filho Pedro, 4. 
A ferramenta é uma novidade desenvolvida por outra mãe 
brasileira, a empresária Carolina Felício, com o apoio e a 
consultoria de diversos profissionais da saúde, como 
neurologistas e psicólogos.
“Os alertas facilitam o controle e o sistema de recompensa 
pela atividade concluída. Funciona como um reforço ao
 tratamento”, conta Éverton. 
Segundo a diretora-fundadora do aplicativo, a ideia surgiu 
pela falta de opções semelhantes no Brasil. “Buscar auxílio 
ainda é muito caro para as condições e o padrão da maioria 
das famílias brasileiras. Por isso, resolvi desenvolver uma 
alternativa tecnológica que desse independência, autonomia 
e promovesse a inserção desses pacientes na sociedade”, diz.
Carolina se inspirou em soluções de outros países, e, com 
apenas um mês no mercado, o aplicativo já tem cerca de
 500 downloads. “Demorou dois anos para achar uma 
pessoa que entendesse esse universo. Das cores às figuras,
 tudo foi minuciosamente pensado para não tirar ou colocar 
atenção demais nas tarefas”, conta ela.
Crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) se 
sentem despreparadas para lidar com o imprevisto, 
podendo se frustrar e ter crises de ansiedade na hora 
das atividades. Para o responsável, fica a tarefa de cadastrar
 no app a agenda do dia – como a hora do banho, de escovar 
os dentes e fazer o dever de casa.
Pelo aplicativo, a criança tem acesso à agenda diária, 
podendo interagir com as ações. Três minutos antes de 
cada atividade, ela recebe um alerta. A ferramenta auxilia
 visualmente na realização da tarefa, pois é possível instruir
 o passo a passo por meio de vídeos e fotos, facilitando 
a compreensão, ajudando na concentração e no desenvolvimento.
 Ao concluir a tarefa, ela é bonificada com moedas virtuais.
Um exemplo que o próprio aplicativo sugere é sobre a alimentação
. “Cadastre alimentos que a criança gosta e, no meio deles, 
um novo alimento ou um que não gosta, e cadastre um prêmio
. Após completar a sequência, ela será motivada pelos prêmios e, 
aos poucos, fica mais fácil introduzir novas opções na 
alimentação”, diz Carolina.
A aplicativo envia relatórios periódicos aos responsáveis, 
o que garante menos interferência externa na vida desses pacientes.
Flash
Melhoria. Por enquanto, a ferramenta está disponível apenas
 no sistema operacional iOS, mas, até o final do ano, também 
será disponibilizada para Android, conforme adiantou a 
empresária Carolina. Outras melhorias também estão sendo 
feitas para incluir rastreador, dados da criança, botão de 
emergência e até cursos para os pais.

Aplicativos já controlam Aids e TDAH

Outros aplicativos para auxiliar pacientes e acompanhar 
o tratamento de outras doenças e distúrbios, como Aids 
e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), 
também já estão disponíveis no mercado digital.
O Life Coach foi desenvolvido na Suécia por psiquiatras 
especializados em TDAH e já está disponível em português.
O app é gratuito e funciona como um suporte cotidiano para
o acompanhamento do paciente nos mais diferentes aspectos, 
diminuindo os impactos do transtorno no dia a dia.
No ano passado, o Departamento de DSTs, Aids e Hepatites
 Virais (DDAHV) do Ministério da Saúde também lançou o
 Viva Bem, uma ferramenta que ajuda lembrar os pacientes 
sobre o horário em que devem tomar o medicamento e 
funciona como um diário para registro dos dados de carga viral e de exames.
(fonte: O Tempo)

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