quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Nova geração de exoesqueleto faz paraplégico voltar a andar

Estrutura de titânio e alumínio pesa 25 kg e funciona com três velocidades
(Descrição imagem: Deficiente físico em exercício com o exoesqueleto. Desde fevereiro, a empresa norte-americana Ekso começou a produzir exoesqueletos que estão sendo usados em fisioterapias com a finalidade de exercitar usuários de cadeiras de rodas FOTO EKSO/DIVULGAÇÃO)
[Califórnia, EUA. Quando Joey Abicca apoia uma muleta de metal no chão com seu braço direito, pequenos motores começam a se enroscar em volta de sua perna esquerda, levantando-a e a movendo para a frente. O barulho metálico lembra as cenas de "RoboCop". O que Abicca, 17, está usando é, basicamente, um robô.

Desde o acidente em que lesionou sua coluna, há três anos, o jovem não consegue mais andar sozinho. O traje, produzido pela empresa Ekso Bionics, é um esforço para mudar isso. O equipamento, controlado por um computador em suas costas e por um par de muletas, permite que o rapaz retome os movimentos das pernas.

A Ekso é uma das organizações que estão trabalhando em robôs "de vestir" projetados para ajudar pessoas com deficiências físicas ou para transformar o corpo humano em super-humano. Originalmente financiada pelas Forças Armadas, a empresa colaborou com a Universidade da Califórnia e com a indústria bélica Lockheed Martin em um aparato chamado Hulc, que permite aos soldados carregar até 100 kg de equipamentos em vários tipos de terreno.

Em fevereiro, a Ekso começou a transportar exoesqueletos que estão sendo usados em fisioterapias, com a finalidade de retirar os usuários de cadeiras de rodas e de usar seus membros inferiores para que os músculos não se deteriorem. Cerca de 15 centros de reabilitação nos Estados Unidos estão utilizando o traje, que custa US$ 140 mil, além dos US$ 10 mil dos contratos de serviços.

Com uma estrutura de titânio e alumínio, o traje biônico - também chamado Ekso - funciona à bateria e pesa 25 kg. Ele ainda não está no ponto em que um paraplégico consiga utilizá-lo sozinho; a bateria dura três horas, quando precisa ser substituída por um fisioterapeuta. A supervisão de um profissional também garante que o paciente não sofra uma queda. De acordo com a empresa, centenas de pacientes já utilizaram o Ekso, e nenhum deles se acidentou até hoje.

O traje também está evoluindo. Sua última versão, lançada em agosto, inclui estilos de marcha com diferentes níveis de dificuldade, para desafiar os pacientes a fazerem progressos em sua reabilitação.

No primeiro modo, quando o paciente ainda está aprendendo a andar com o traje, um fisioterapeuta ajusta a extensão do passo e aperta um botão em um computador para iniciar cada passo. No segundo modo, o paciente pode iniciar um passo apertando os botões das muletas. E, no terceiro modo, uma vez que o paciente já aprendeu a manter o equilíbrio com o traje, ele pode acionar o robô para dar um passo só transferindo o peso de seu corpo para um e outro lado.
Traduzido por Raquel Sodré

 
(fonte: O Tempo/ The New York Times)

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